Essa chuva que não para, esse calor infernal: dois motivos interessantes que não me permitem esquecer as coisas que você disse. Eu fui a sua casa, engoli todos os meus medos, minhas vergonhas e pedi para você voltar. Ficamos horas na porta. Enquanto meu coração batia fortemente, seus olhos reviravam de preguiça. Eu não queria sair dali sem você, não podia. Falávamos do passado, de um possível futuro e você, insistia em se desculpar por não ter atendido minhas expectativas.
Eu queria sim: me casar, ter filhos, dividir as contas, discutir política e fazer amor. Teria dado certo, se você fizesse apenas uma coisa: me desse mais uma chance: será que não significa nada? Foram dois meses, eu sei. Mas dois meses intensos, meu Deus! Como você é arrogante!
Não bastasse, disse que desejava o meu bem, disse que queria que eu encontrasse um amor, alguém bem bonito, que chamasse atenção. Ora! Se me amasse mesmo, desejaria que ninguém mais passasse na minha vida, desejaria me ver sozinho, no limbo, morta – mas não com outra pessoa. E aquele suspiro! O que foi aquilo? Suspiro de “ai que porre”.
Quem é você? Onde estão as promessas que me fez? De que morreríamos juntos! Você me deixou morrer sozinha, você me deixou.