Cunha, pequena cidade situada na divisa entre o Rio de Janeiro e São Paulo é o cenário do documentário “Nem Gravata, nem honra” de Marcelo Masagão, que propõe a determinados moradores, interessantes questionamentos sobre as diferenças entre os sexos. De forma ilustrativa e divertida, o diretor permite que os personagens assistam a gravação de suas entrevistas após um ano e pede que comentem sobre elas.
Em uma das entrevistas, realizada em uma escola, uma criança (menina) diz que os homens sentem-se envergonhados de se aproximar dos filhos e conclui que justamente por serem homens, devem se portar de maneira mais fria. Por outro lado, em sua visão, a mulher possui a figura da doçura materna, é aquela em que os filhos podem confiar e descarregar seus problemas emocionais. Para reforçar essa idéia o diretor se utiliza de exemplos que enriquecem ainda mais a trama.
Um deles é o da professora que antes de se dedicar a profissão, ficava em casa cuidando dos filhos enquanto seu marido (publicitário) saia para trabalhar e assumia as despesas da casa. O prefeito de Cunha confessa que não tinha uma relação próxima com seu pai e que também é distante dos filhos, mas de acordo com a sua concepção, é algo que contribui para a educação deles. Não muito distante, há uma frase muito repetida da qual me recordo ouvir na infância: “Os filhos são da mãe e não do pai”.
A professora, de início, só se sentiu motivada a tirar carteira, estudar e começar a trabalhar, quando viu seu marido oferecendo carona para a vizinha. Depois que venceu seus próprios preconceitos, também se viu obrigada a responder questionamentos de outras pessoas, como os da sogra, que lhe questionava se a educação dos filhos estaria em jogo em conseqüência de tal emancipação.
Neste contexto, assim como exemplifica Laraia em sua obra “Cultura, um conceito antropológico”, existem mulheres que em outros países e distintas sociedades, desempenham atividades que na nossa cultura, podem ser considerados trabalhos específicos de homens.
Por que há quem acredite que a mulher não tem condições para desempenhar a função de pedreiro, se por outro lado, em bairros mais pobres (ou sem água), carregam baldes pesados, lavam, passam e cozinham para toda a família? Tanto o livro de Laraia quanto o documentário, são obras importantes pra desmistificar o determinismo biológico, que em resumo, estabelece diferenças entre os homens tendo como base o gênero ou as raças.
O homem de um dos casais entrevistados, afirma que afigura masculina possui mais “moral”, é ele que representa a moral da família, de forma paternalista, é quem manda na casa e nos morados que nela se encontram. Mas essa moral é questionada com outro exemplo. Quando outro casal é entrevistado, o espectador se depara com uma situação incomoda.
A mulher foi traída, aceita o homem de volta e sente-se culpada por estar envelhecendo. Durante o documentário, ainda ressaltam que a mulher cede à entrevista na cozinha e o homem, na sala, delimitando o lugar a que cada um “realmente” pertence.
O determinismo geográfico considera que as diferenças do ambiente físico condicionam a diversidade cultural. Tendo como base esse conceito, podemos ter um dos entrevistados como exemplo que afirma que a homossexualidade é “coisa” de latino americano. Mas essa influencia geográfica, como contrapõe Laraia, também é falsa afinal, será mesmo que se uma criança recém nascida (por exemplo) for retira da França e for criada no Brasil, terá características e uma cultura muito distinta da nossa?
olá Thaís, boa noite!!
Finalmente estou passado por aqui … lembro-me de quando este blog foi criado … ainda no estágio !!! Está mt bom!! Fiz uso para um trabalho na facul de psicologia …
lembra de mim??
Bjuu e mt sucesso!!
Jessica, como vc está? Saudade de você, claro que não me esqueci de vc!!
Comentei outro dia com a Luana, que precisamos marcar um encontro, como nos velhos tempos….
Obrigada pelo carinho, como está a vida? Vi que vc forma esse ano né? Parabéns viu!!
Saudade. Beijos