“Venha cá, você vai foder comigo ou com a minha identidade?”
Sinopse: Prostitutas de idade avançada ganham a vida na Praça da Luz, em São Paulo. Relatos inusitados e surpreendentes de cinco mulheres que revelam em detalhes suas experiências em todos esses anos de profissão.
Gênero: Documentrio
Diretor: Carolina Markowicz, Joana Galvão
Duração: 15 min Ano: 2007
País: Brasil Local de Produção: SP
Cor: Colorido
Esses desenhos já ficaram famosos e rodaram meio mundo através da internet. Se tratam do trabalho do artista espanhol Francisco Casas que em 2006 resolveu trilhar um caminho diferente ao elaborar desenhos hiper- realistas feitos com caneta Bic, confira:
Sinopse: Nos anos 30, em um posto de gasolina e restaurante à beira da estrada, Nick Papadakis (John Colicos), um grego que é o dono do estabelecimento, emprega Frank Chambers (Jack Nicholson), um andarilho. Em pouco tempo Cora Papadakis (Jessica Lange), a mulher dele, está tendo um obsessivo e apaixonado caso com Frank. Logo o casal de amantes conclui que a única forma de ficarem juntos e ter todo o dinheiro que ambos almejam é assassinar Nick
Quando coloquei esse filme no DVD às 1:45h da madrugada, imaginei que não ficaria com a atenção presa até o final, mas pelo contrário: não consegui piscar os olhos. Também, o que esperar de um filme que tem Jessica Lange, Anjelica Huston, Jack Nicholson e Christofer Lloyd no elenco? Eu estou abismada com tantas reviravoltas e o mais importante: o diretor conseguiu fazer tudo isso, sem perder o ritmo.
Lembro que na semana passada, comentava com a minha mãe que tive esse filme em VHS nas mãos há uns dez anos (presenteado por um amigo dela, que sabia que eu era fã incondicional da Anjelica Huston), mas não o assisti por falta de paciência. Ainda bem que não o fiz porque naquela época (eu estava com uns dez anos) e provavelmente não entenderia nada.
O título em inglês “The Postman always rings twice” se refere a um antigo ditado que diz que quando se abre a porta para a morte, ela volta a bater de novo. A primeira versão do filme foi realizada em 1946 por Tay Garnett, com Lana Turner e John Garfield no elenco. Estou muito curiosa para vê-la porque se for tão boa (ou melhor) que a versão de 81, sem duvidas, entrará para a minha lista de filmes preferidos.
Estava lendo “1001 filmes para ver antes de morrer”, organizado por Steven Jay Schneider e encontrei uma referência ao longa de 1946, onde eles dizem o seguinte: “Lana Turner jamais esteve tão atraente como no papel de Cora Smith, que se casa com um homem mais velho insosso (Cecil Kellaway) para escapar da pobreza, mas que, profundamente insatisfeita, sucumbe à sua atração por Frank Chambers (John Garfield), um jovem andarilho.
Como muitos filmes noir, o relacionamento do casal malfadado depende de um crime, o assassinato do marido de Cora (…). Os enquadramentos claustrofóbicos de Tay Garnett enfatizam o aprisionamento dos amantes mortais e a mise-en-scene melancólica e proibitiva do filme é o cenário perfeito para a trama sinistra. Com seu figurino branco e glamourizada pela iluminação, Turner se torna o centro visual da história, baseada no romance de James M. Cain publicado na década anterior. Cora não é uma femme fatale comum. Seus sentimentos por Frank são verdadeiros e não uma armação ardilosa.
Em princípio foi difícil imaginar Jack Nicholson como um galã sedutor, porque como disse em outro post a imagem dele me remete a um fanfarrão. Mas ele consegue: e o faz muito bem aliás. A questão é que fiquei me perguntando como eles fariam um casal como Nicholson e Lange dar certo. Mas em momento algum você deixa de acreditar que os dois se amam e lutam pra ficar juntos.
A grande sacada são os momentos surpresas em que você supõe um acontecimento e aí, “ou dá tudo errado, ou dá tudo certo”. (E olha, eu realmente me surpreendi em algumas cenas!) A primeira tentativa do assassinato, onde Cora pega um saco cheio de bolinhas de chumbo, bate na cabeça do marido e solta um grito, assustada e incrédula por realmente ter feito aquilo: É SENSACIONAL!
Há também um clima tenso e sensual tão forte que você se convence: Caramba, eles são uns canalhas, mas merecem ser felizes. – Pra você ter uma idéia, fazem sexo logo depois de assassinarem o marido de Cora / Os dois transando e o corpo bem ali.
O filme é super válido e já ouvi comentários de que o segundo supera o primeiro. A questão do ritmo é fundamental, ou melhor: é o que provavelmente diferencia os dois, claro que também pelas técnicas e pela época em que foram produzidos. O que posso falar do segundo é que ele sustenta perfeitamente esse clima de suspense (mesmo que não tenha o charme de um filme noir).
Quando a professora passou um trabalho sobre a Lei de Cota para mulheres na política, fiquei pasma por desconhecer a existência de uma decisão jurídica dessas. Resolvi então fazer um pesquisa básica sobre o direito e o papel que as mulheres assumem na política (tá, meio superficial mas vá), e o resultado é o seguinte:
A Lei 9.100, aprovada pelo Congresso Nacional em 1995 estipulava que vinte por cento de vagas de cada partido ou coligação fossem reservadas para candidatas mulheres. Já em 1997, percebendo uma possível inconstitucionalidade ao fornecer um tratamento diferenciado para o sexo feminino, aprovou-se a Lei 9.504 onde cada partido deveria oferecer no mínimo trinta por cento e no máximo setenta por cento de vagas para a candidatura de cada sexo.
Em seu artigo: “A lei de cota e as mulheres na política em 2010”, José Eustáquio Diniz Alves realiza um questionamento relevante. Ele estabelece uma análise sobre o uso dos termos: preencher e reservar. Com o objetivo de trazer um aperfeiçoamento para a política de cotas, a deputada Vanessa Grazziotin mobilizou movimentos sociais e feministas para promover justamente essa alteração na lei: mudar o termo reservar para preencher.
“A alteração parece pequena, mas a mudança do verbo “reservar” para “preencher” significa uma mudança substancial na política de cotas, conforme havia sido proposto no projeto da deputada Vanessa Grazziotin. Com a nova redação, os partidos ficam obrigados – no ato de registro da lista de candidaturas no TSE – a apresentar no mínimo 30% de candidaturas de cada sexo.” (ALVES, p.2)
Dilma Rousseff
Esse é um exemplo claro e atual de que apesar do cargo de presidente da república ser ocupado por uma mulher, a participação feminina brasileira na política continua consideravelmente baixa. Conforme dados disponíveis no site brasil.gov, a pesquisa realizada pela União Interparlamentar (que avaliou 145 países) mostra que o Brasil ocupa o 110º lugar no ranking e está atrás de nações com Serra Leoa, Togo e Eslovênia.
A composição partidária brasileira é em sua maioridade constituída por homens. Fica muito claro que a herança de uma sociedade paternalista continua influenciando o espaço e as estruturas políticas. Sem dúvidas, essa dificuldade de acesso acaba por simbolizar uma barreira a mais para a mulher, tornando a candidatura ainda mais desgastante.
A luta feminista surge justamente para acentuar a necessidade de uma atenção para os debates que introduzem uma perspectiva de que as mulheres merecem autonomia e igualdade. Esses itens serão conquistados através de uma transformação estrutural na sociedade. Transformação que envolve não apenas reservas partidárias, mas melhorias em condições de trabalho, de salário e uma nova construção de relações sociais (aqui chama-se atenção para a necessidade de erradicar a violência contra a mulher).
São diversas (e antigas) as lutas femininas para a conquista de um espaço na política. A busca pelo fim da discriminação e pelo fim da neutralização do Estado revela a importância dos movimentos libertários que perpassam por outros cenários como o familiar, que envolvem questões individuais: gestação, salário, direito pelo planejamento familiar, igualdade entre cônjuges, etc.
História: Lutas e Conquistas:
Dilma Rousseff foi a 11ª mulher a ocupar o cargo de presidente na America Latina, outros oito países latino-americanos tiveram mulheres presidentes: Bolívia, Haiti, Nicarágua, Equador, Guiana, Panamá, Chile e Costa Rica. A primeira delas foi a argentina Maria Estela Martínez Perón, mais conhecida como Isabelita Perón. Sua eleição, no entanto estava vinculada ao marido: Juan Domingo. Ela era vice e quando ele faleceu, ocupou o seu lugar.
Eva Peron
Mas essas conquistas não se restringem a America Latina. Um exemplo atual de luta e vitória é o da liberiana Ellen Johnson Sirleaf, de 72 anos. Ela foi a primeira mulher a ser eleita a presidente na África e ganhou em 2011 o Prêmio Nobel da Paz. Desde a sua posse em 2006, começou um trabalho em conjunto com instituições financeiras para conseguir anular a dívida e reconstruir seu país.
A luta feminista tem um passado tão grande que suas heranças estão ligadas a Grécia:
“Historicamente, mesmo na Grécia, o berço da democracia, as mulheres não possuíam direito ao voto. No século XVIII, filósofos iluministas classificavam as mulheres como pessoas dotadas de uma razão inferior ou mesmo como irracionais. Nada deveria ameaçar os deveres considerados “naturais” das mulheres: cuidar do marido e dos filhos. Em 1793, Olympe de Gouges, a principal personagem feminina da Revolução Francesa, foi guilhotinada sob a acusação de ter desejado ser um homem de Estado e ter esquecido as virtudes próprias de seu sexo.” (VALVERDE, Daniela)
Os fatos narrados mostram que a realidade feminina política possui um passado e uma justificativa: a necessidade de ambivalência de tratamento.
História + Mulheres
A Luta por uma presença na política brasileira
Para ilustrar quão antiga é a busca feminina pelo direito de ter a presença na política, utiliza-se o caso da dentista Isabel de Mattos Dillon. Em 1880, ela procurou a Justiça para evocar a Lei Saraiva (que dava acesso a voto aos detentores de títulos científicos) para requerer alistamento eleitoral. Diante dessa perspectiva, entende-se que a limitada participação feminina na política começou com os principais e mais básicos direitos sendo negados: o direito ao voto e a candidatura.
“Nos anos seguintes, surgiram várias iniciativas isoladas para permitir o voto feminino. Em 1894, Santos, no litoral paulista, promulga o direito das mulheres ao voto. A medida foi derrubada no ano seguinte. Em 1905, três mulheres conseguiram se alistar e votar em Minas Gerais. Em 1928, o Brasil elege sua primeira prefeita: Alzira Soriano de Souza, na cidade Lages, no Rio Grande do Norte. O voto feminino só se tornou um direito nacional em 1932”. (Fonte: brasil.gov)
Em 24 de fevereiro de 2012, comemorou-se os 80 anos do direito feminino ao voto. O Brasil foi um dos pioneiros – a Argentina e a França, por exemplo, só o fizeram na década de 1940 e Portugal e a Suíça apenas em 1970. Essa era uma das bandeiras defendidas pelas feministas do século XX, exaltadas ainda mais pela contextualização da época: fundação do partido comunista, Semana de Arte Moderna e Lutas de Operariado.
O Partido Republicano criado em 1850 foi uma das influências para a luta pelo acesso á política das mulheres brasileiras. Constituído por ativistas que buscavam o fim da escravidão, apoiou o favoreceu o sufrágio feminino através de Jeanette Rankin de Montana, a primeira mulher eleita ao Congresso em 1917. No Brasil, esta luta iniciou-se em 1910, quando a professora Deolina Dato fundou no Rio de Janeiro, o Partido Republicano Feminino.
Berta Lutz
Outro nome importante no cenário da luta feminina é Bertha Lutz que criou em 1922 a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino. A bióloga que recebeu influencia dos movimentos feministas europeus reafirmava a exigência pelo alistamento eleitoral. Suas lutas estavam adequadas ao chamado “feminismo comportado” – buscava introduzir a idéia de que o acesso feminino ao voto não iria trazer um conflito para os lares (ou uma diminuição das funções naturais da mulher: a de cuidar do lar)
Carlota de Queirós foi a primeira mulher eleita deputada federal em 1933 e disse a seguinte frase quando assumiu o cargo: “Cabe-me a honra, com a minha simples presença aqui, de deixar escrito um capítulo novo para a história do Brasil: o da colaboração feminina para a história do País” . Com o tempo percebe-se a luta feminina foi se modificando e se aprimorando. Deixou de ser uma busca pelo voto e passou a ser por uma participação efetiva da mulher na política.