Nova Lima, 11 de Julho de 2013

Querida, como as coisas estão por aí? Estou escrevendo para dizer que você faz uma falta danada e que não consigo esquecê-la. Você se foi e deixamos tantas coisas para fazer, tantos sentimentos a serem confidenciados.  Às vezes me sinto culpada por não ter me despedido direito, às vezes me pego pensando em você antes de dormir (às vezes, me pego pensando em você quando acordo). Tenho certeza que você entenderia o que eu estou sentindo agora. Eu não precisaria ficar me explicando e você logo responderia: eu entendo.


SAUDADEEu não conheci seus pais, não fui a sua casa, não conheci seu namorado e mesmo assim, já me sentia tão próxima. Admirava sua força de vontade, seus planos e desejos. Sua sinceridade quanto aos sonhos, quanto à vida. Éramos muito parecidas e você sabe muito bem disso. Desculpe-me por não ser tão boa amiga quanto você mereceu. Me perdoa por ser tão descuidada.

Ontem vi um programa na TV de uma Médium que falava com os mortos. Não sou muito de acreditar nisso: por ceticismo ou por medo. Acontece que fiquei me perguntando se você teria alguma coisa a me dizer. É estranho, mas repentinamente, quando penso em você (e quando rezo por você), sinto que você está próxima. É difícil acreditar que você se foi e que tudo tenha acontecido como aconteceu. Eu não consigo esquecer a sua voz, o seu tom.

Outro dia fiquei me perguntando: como e porque ela morreu? Preferi não saber a resposta. Preferi lembrar de você com aqueles olhos brilhantes e com aquele sorriso charmoso. Quando você se foi eu tomei consciência de que a vida é um sopro e pior: que a vida é uma só. Ultimamente estou tão eufórica. Tenho pensando nos meu futuro, nos meus planos, quero fazer tudo bem feito, como a cartilha manda e principalmente, eu quero ser feliz.