Fomos a uma exposição outro dia e não queríamos sair de lá, toda aquela explosão de objetos, frases e sons nostálgicos nos encantaram. ‘Tempo, tempo, tempo, tempo’ está exposto no Palácio desde o dia 8 de agosto e ficará disponível a visitação até o dia 1º de Setembro. Trata-se do trabalho de alunos de artes visuais do Programa Valores de Minas (que aliás, esta na oitava edição) e traz diversos materiais/instalações que sugerem não só a observação, mas também a interação [um dos meus favoritos, sem dúvida, foi a máquina de bater ponto!]. O macarrão de letrinhas, as fitas, o fogão antigo… todas com uma relação mútua, o azul.
Tomo a liberdade de reproduzir o texto do card que explica o porque do azul:
‘Era preciso responder a esta pergunta que funcionava como um código de acesso para alguém entrar no quarto de Arthur Bispo do Rosário, esquizofrênico paranóide, que viveu internado 50 anos em um hospital psiquiátrico. Em seu surto, recebeu a missão de recriar o mundo para apresentar a Deus no dia do Juízo Final.
Azul seria a resposta certa? Talvez. Azul não era a cor de sua expressão. Azul era a cor das calças e das roupas de cama dadas aos pacientes da Colônia Juliano Moreira. Segundo Bispo do Rosário, ‘azul era a única linha que eu tinha antes que eles começassem a chamar a minha organização do mundo de ‘arte’ e as pessoas começassem a me trazer sucatas e outros itens de utilidade.
Assim, a matéria-prima para a Exposição “Tempo, tempo, tempo, tempo’ – Proposta para o milênio’ é azul e a acumulação de caixotes de madeira, colocados no espaço, empilhados, pendurados, instalados lado a lado ou em sequencia, como compartimentos que demandam tempo de descoberta.
O mundo, com suas infinitas possibilidades e impossibilidades, foi o que os jovens alunos de Artes Visuais do Programa Valores de Minas buscaram catalogar ao longo da criação e construção da Exposição. Movimentadas por elementos pulsantes do cotidiano, manipularam signos e brincaram com a construção e reconstrução de discursos e códigos próprios.