Selvagens

Ganhei o livro “Selvagens” de aniversário. Estava namorando ele há tempos. Sempre que passava na Leitura, dava uma espiadinha nas páginas, mas não levava. Não comprei porque fiquei um pouco desestimulada pela capa (pode isso? Julgar um livro pela capa?). Voltei ao Shopping com uma amiga, a Tetê. Ficamos horas olhando os livros em promoção e quem estava lá? “Selvagens”, por R$ 4,99. Tetê não resistiu e comprou um pra ela. Eu disse: “Ok, vou levar!” E ela disse: “Eu pago, é o seu aniversário”. Pensei: Ótimo!

Comecei a lê-lo no outro dia (4 de janeiro) e não consegui parar, o livro é muito bom, simples e interessante. Aliás, acho que nunca li um livro tão rápido em toda a minha vida [salvo o ócio], Selvagens é uma boa opção de leitura. Há muitas menções à cultura pop, as letras são grandes e espaçadas (não se engane pelo número de páginas) e a trama é sexy, ácida e envolvente. Engraçado que… foi bom ler um livro de ficção, há algum tempo tenho enchido a cabeça com livros complexos e acadêmicos, trabalhosos…quero dizer, há tempos não tinha uma leitura tão leve e prazerosa.

O fato é que o livro é bem legal, diferente do que já li. O autor usa e abusa do sarcasmo, não desenvolve bem seus personagens psicologicamente, mas consegue nos fazer entendê-los de uma maneira simples. Capítulos rápidos (alguns, por exemplo, com apenas cinco parágrafos). Dinâmica quanto aos diálogos e sabedoria ao manter o tensão da trama. Marcelo Daltro em sua resenha (no blog Saleta de Leitura) escreve uma coisa sábia: Don Winslow leva o mérito por não criar personagens maniqueístas.

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“Certo dia, quando Chon – então Johny – tinha 3 anos, seu pai ensinou-lhe uma lição sobre confiança.  John Pai era um dos fundadores da Associação, o lendário grupo de garotos de Laguna Beach que ganhou milhões de dólares contrabandeando maconha antes de fazer merda e ir para a cadeia. O Grande John colocou o Pequeno Johny em cima da lareira da sala de estar, esticou o braço e disse a ele para saltar.
-Eu pego você.
Encantado e sorrindo, o garotinho se jogou, e nesse momento o Grande John baixou os braços , deu um olé e o Pequeno Johny caiu de cara no chão. Confuso, machucado, sangrando na boca – um dente da frente cortou-lhe o lábio – Chon aprendeu a lição que o pai queria lhe ensinar sobre confiança:
Nunca.
Jamais.
Em ninguém.”
 
 

Vá se foder.

A história se passa na Califórnia, Ben e Chon são dois jovens na casa dos vinte e poucos anos acostumados com uma vida repleta de luxo e dinheiro. Os amigos se unem com um propósito: plantar e vender maconha. Inusitadamente o “negócio” prospera, Ben e Chon conquistam uma clientela fiel e fazem fortuna. Ben é um cara tranquilo, não gosta de armas, ajuda instituições filantrópicas ao redor do mundo e adora sair ao ar livre. Chon, por outro lado, é um perfeito “selvagem”, aprendeu com o pai a ser bruto e atirar sem piedade. Ben e Chon poderiam ser completamente diferentes se não tivessem uma paixão em comum: a bela Ophelia Sage.

Ophelia gosta de ser chamada de O., a loira “magrinha” de braço tatuado, é uma garota mimada e inconsequente que adora sexo e drogas, ela também ama Ben e Chon (aliás, transa com os dois) e faz de tudo para ficar longe de Rupa (sua mãe, uma socialite excêntrica). O trio leva uma ótima vida (de excessos) até que o Cartel de Baja (uma grande facção mexicana) se interessa pelo negócio e lhes dá um intimado: “Ou vocês se unem a nós, ou morrem”.

O problema é que Ben e Chon – acostumados a trabalhar sozinhos e mandar no próprio negócio – não aceitam o trato e acabam gerando uma onda de revolta no Cartel (que é comandado pela “sensual” Elena La Reina). La Reina não aceita um “não” como resposta e, por isso, sequestra O e exige que Ben e Chon trabalhem para ela por três anos (ou lhe paguem vinte milhões de dólares).

[O livro, publicado no Brasil pela editora Intrinseca, foi escrito por Don Winslow e publicado em 2010. “Savages” (Selvagens) foi muito bem avaliado pela crítica, o New York Times, por exemplo, chegou a classificá-lo como um dos melhores livros do ano. Em 2012 o livro inspirou um filme dirigido por Oliver Stone, a produção trazia grandes nomes do entretenimento americano como John Travolta, Taylor Kitsch, Aaron Johnson, Blake Lively, Salma Hayek e Benício del Toro.

Sobre cinema, bruxas e poções

Engraçado, repararam que eu estou com mania de fazer listas? Pois bem, então vamos a mais uma: Bruxas.  [Ok, eu sei que estamos longe do Halloween ou qualquer data do tipo, mas é que outro dia eu fiquei horas conversando com uma querida amiga sobre a fórmula: bruxas+ cinema e nos lembramos de diversos filmes e personagens relacionados ao tema. Eu também sei que existem inúmeras dessas listas iguais ou parecidas a essa em outros sites, mas me deixem divertir um pouco vai!].

1) A Bruxa Má do Oeste: “Voe, voe, voe!”Não é atoa que ela vem na primeira posição da lista. Em 1939, Margaret Hamilton imortalizava a ideia (muito explorada no cinema e na literatura) de que bruxas são feias e narigudas (é claro, aos poucos esse imagem foi mudando, mas demorou.) Em “O Magico de Oz”, filme mais famoso da Judy Garland, a Bruxa Má do Oeste tenta vingar a morte da irmã, a Bruxa má do Leste (que morreu esmagada por uma casa que apareceu do nada!). De quem era a casa? Isso mesmo, de Dorothy. Só pra constar, Margaret Hamilton leva mais uma vez o mérito, nenhuma atriz queria fazer a bruxa. Hamilton (que sempre era colocada em segundo plano, fazia papéis pequenos e chegou a passar necessidades pela falta de trabalho) aceitou logo de cara e, convenhamos, fez um trabalho inesquecível.

Bruxa do Oeste 2) Winie, Sarah e Mary: Eu já falei aqui (diversas vezes, eu sei!) do quanto adoro o “Abracadabra” e… Fala sério, é uma delícia de filme, não? A trama conta a história de três irmãs (famosas bruxas de Salem) que são ressuscitadas após 300 anos por dois adolescentes que se negavam a acreditar em “lendas do Haloween”. As irmãs enfrentam diversas dificuldades para se adequarem ao mundo contemporâneo e se unem para roubar a juventude de pequenas e indefesas criancinhas. Clássico da Disney!  [Aliás, a Bette Midler está sensacional, não tem como não se apaixonar pela Winie – minha preferida – ou por suas falas e trejeitos engraçados].

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Hocus Pocus3) Elvira (a Rainha das Trevas!): Cara, como eu adoro a Elvira (e como eu fico com raiva dessa nova geração que nem sabe qual é a do personagem – fiquei parecendo muito velha falando assim?). Cassandra Peterson estava linda e aliás, que peitos inesquecíveis. Elvira é sexy e decadente, e recebe uma inusitada herança: uma mansão que fica localizada em Fallwell, uma cidade pequena e repleta de pessoas conservadoras. A bruxa decide reformar a casa e vende-la para depois mudar-se para Los Angeles e realizar o sonho de ser famosa, mas nesse meio tempo, encontra diversos empecilhos: a começar pelo “Tio Vincent” que faz de tudo para roubar o seu livro de receitas. [Cena Memorável: Elvira tentando fazer uma sopa e, de repente, sai um bicho monstruoso da panela!]

eLVIRA4) Eva: “Segurem essa titiquinha!!!” . Se existe um filme de bruxas que me marcou, definitivamente seu nome é “Convenção das Bruxas”. Primeiro porque, desde “A Família Addams” eu nutria um amor lunático por Anjélica Huston e segundo porque toda vez que ele passava na Sessão da Tarde minha mãe me deixava faltar de aula para vê-lo  (eu realmente gostava muito).  O filme conta a história de Luke, um garotinho de dez anos que viaja com a avó para a Inglaterra após a morte de seus pais. Ao chegar no hotel, ele descobre que há uma estranha convenção acontecendo por ali. Diversas bruxas do mundo inteiro estão reunidas para receberem uma poção mágica que transforma crianças em ratos. Luke tenta avisar aos adultos sobre o que se passa, mas ninguém acredita nele até que o pequeno decide resolver a situação sozinho.

EVA5) Sally, Gillian, Frances e Jet. Já li diversas críticas negativas em relação a “Da magia à sedução”, pois eu… acho uma fofura! Sally (Sandra Bullock) e Gillian (Nicole Kidman) fazem parte de uma família de bruxas que foram “amaldiçoadas”: todos os homens com que se envolvem, morrem. Protegidas por suas velhas e excêntricas tias, as duas se vêem envolvidas em uma rede de paixões da qual não conseguem se desevencilhar. Enquanto Sally tenta levar uma vida normal ao lado de suas duas filhas, Gillian se envolve com um homem violento que coloca a segurança de sua família em risco.

da magia a seduçãotumblr_mvjzw8ivcz1slwpnwo1_5006) Minerva McGonagall: Não poderia deixar de citá-la, a professora McGobagall, interpretada por Maggie Smith: é meu personagem preferido na saga de Harry Potter, aliás, adoro os momentos em que ela se transforma em gata. Severa, justiceira e disciplinadora, Minerva acompanhou e ajudou o jovem Harry e seus amigos em diversos momentos, tornando-se um personagem muito querido. Gosto muito do trabalho da Maggie Smith nesse filme, poucos sabem que ela sofreu de câncer durante as filmagens e sentia dores terríveis na coluna. Nessa mesma época ela precisou sofrer uma cirurgia e por causa da doença se afastou definitivamente do teatro, coisa que a deixou muito abalado porque Smith sempre amou os palcos.

maggie smith 7) Sukie, Jane e Alex: O quê dizer de um filme que traz uma mistura de Susan Sarandon, Cher, Michelle Pfeiffer, Jack Nicholson, magia, sexo e humor?

tumblr_mj83o7mkOz1rtg76ko1_250susan sarandonDirigido por George Miller e produzido em 1987, “As Bruxas de Eastwick” conta a história de três amigas  que se reúnem todas as quintas-feiras para assistir filmes e fofocar, normalmente elas discutem sobre homens e sonham em encontrar um perfeito par romântico. Entediadas com a pacata vida que levam na pequena cidade de Eastwick e diferente dos moradores conservadores da redondeza, as amigas chamam atenção de Daryl Van Horne, um homem misterioso e extremamente rico, que acaba se envolvendo com as três (ao mesmo tempo!). É claro que o caso não passa despercebido pela vizinhança que faz de tudo para atrapalhar a vida do grupo. A medida que se envolvem com Daryl (que é, na verdade, o próprio demônio em pessoa), as mulheres passam a desenvolver poderes e fazem de tudo para satisfazer seus desejos.