O Guia Politicamente Incorreto da História do Mundo

Finalmente eu terminei de ler o “Guia Politicamente Incorreto da História do Mundo”, o quarto livro da série escrita pelo jornalista Leandro Narloch [já estou com os outros aqui em casa, prontinhos para serem devorados]. Com um texto dinâmico, irônico e bem humorado, Narloch desconstrói e contesta diversos mitos que foram criados ao longo do tempo e passados de geração a geração. O autor também desmistifica alguns personagens históricos (como Gandhi, Madre Teresa de Calcutá, Nero, Hitler, Galileu, Mussolini…) e traz a tona curiosidades sobre eles.

O interessante é que Narloch não vem para esclarecer nada, pelo contrário, já é de se esperar que o leitor termine cada capítulo repleto de dúvidas, se questionando sobre as antigas aulas de história que teve durante a época do colégio. Sempre achei que toda história depende da perspectiva de quem a conta e o “Guia Politicamente Incorreto da História do Mundo” vem para provar isso (não é a toa que tenha gerado tanta polêmica quando lançado, muitos historiadores/estudiosos (…) contestaram as informações do livro e chegaram a chamar o autor de oportunista).

ImagemO fato é que qualquer pessoa (com um conhecimento mínimo em história) tem potencialidade para se tornar leitor desse livro. Sem duvidas este é um livro que  traz uma coleção de informações super bacanas para quem se interessa em saber o “outro lado” da moeda. Um aspecto interessante é que Narloch, apresenta uma forte oposição ao esquerdismo, isso fica claro desde o inicinho do livro e fica mais evidente ainda quando ele faz uma comparação entre o nazismo e os partidos de esquerda. E ao que tudo indica, Narloch repudia o comunismo. – Não sei, mas foi essa a impressão que me deu.

Os personagens foram bem escolhidos e a cronologia devidamente exposta. Narloch começa seu livro na Grécia Antiga e afirma (dentre outras coisas) que não foi Nero que colocou fogo em Roma. Em relação a Idade Média, três aspectos me chamaram atenção: de acordo com o autor o desejo sexual não era reprimido, as pessoas estavam acostumadas com a nudez, com a prostituição e com o incesto e as mulheres não usavam cinto de castidade – “o cinto de castidade está para a Idade Média assim como a loira do banheiro e as balas de cocaína estão para os anos 80″.

Além de dizer que os samurais eram bêbados e um bando de fofoqueiros, de evidenciar que muitos deles tinham relações homossexuais, de dizer que os agrotóxicos praticamente salvaram milhões da fome e dizer que não foram os europeus que destruíram a África, o autor destrói duas das figuras mais amadas e influentes do mundo contemporâneo: Madre Teresa de Calcutá e Ghandi.

Gosto muito desses capítulos. Não sei muito sobre a vida de Ghandi (a quem o autor chama de “canastrão” ou da Madre Teresa, mas desconfio de bondade humana em excesso e também tenho um pé atrás em relação a adorações exageradas. Em O Guia Narloch afirma que Ghandi era  um pervertido sexual, que dormia nu com diversas mulheres para provar resistência (ou simplesmente por fetichismo). Segund o livro, Ghandi era gay, não gostava de negros e aumentou a miséria na Índia. Em relação a Madre Teresa, a “freira sádica” ele diz o seguinte:

Madre Teresa de Calcutá não era nenhuma madre-teresa. A defensora dos oprimidos e moribundos, o sinônimo do que há de bondade no mundo, não se importava em tratar os doentes sob seus cuidados e costumava negar a eles remédios para aliviar a dor.  Assim como Gandhi, Madre Teresa defendia a austeridade e a pobreza como objetivo de vida. Dizia que a dor aproximava os doentes de Deus. Durante uma entrevista para um canal de TV, perguntaram a ela por que deixar os moribundos sentir tanta dor e agonia. Ao responder, ela descreveu um diálogo com uma mulher que tinha câncer terminal e sofria uma dor insuportável. Dando um sorriso para a câmera, a madre contou ter dito: “Você está sofrendo como Cristo na cruz. Então Jesus deve estar te beijando”. Sem se dar conta da ironia da situação, Madre Teresa revelou a resposta da paciente: – Então, por favor, peça para Jesus parar de me beijar