Oi gente, e aí? Como vão as coisas? Já tem um tempinho que eu estou querendo fazer essa publicação, mas a correria não deixou. É que terminei de ler o livro ‘O dia em que matei meu pai’, de Mario Sabino e foi uma leitura super agradável, ainda que a obra se debruce em um tema complexo (e pesado).
A narrativa é extremamente simples e direta, provavelmente reflexo do cunho jornalístico de Sabino (que foi redator chefe da revista Veja até o final de 2011). Aliás, o título do livro não poderia ser mais propício, feito para não deixar dúvidas… De fato o personagem principal assassinou o próprio pai, cabe ao leitor descobrir o motivo do crime e a quem ele conta a história.
Gosto especialmente da forma em que o narrador cria um jogo de perversidade e desconfiança mentindo e escondendo certos fatos, contando os acontecimentos com uma pincelada de cinismo e brutalidade que deixa o diálogo tenso, mas muitíssimo interessante. Como quando, por exemplo, ele acusa o pai de molestá-lo e depois, desmente… e logo depois, reafirma.
O que fica claro é uma frustração do personagem diante do protagonismo do pai que sempre foi uma figura mais forte – o que alimentou, desde a sua infância, uma rivalidade mortal – trágica. Li algumas críticas negativas que apontavam uma obviedade do desfecho… a revelação do motivo que levou o interlocutor a matar o seu pai. Concordo, a certa altura do livro, fica claro o que o fez cometer o parricídio.
Resta lembrar que existe um livro dentro do livro, isso mesmo! Uma segunda narrativa referente à um texto inacabado escrito pelo personagem principal…