E então, num dia desses, estávamos eu e duas amigas sentadas no banco de trás do carro – estacionado na praça principal da cidade. Era noite, a rua já estava ficando vazia e nós três ( em meio a lágrimas, risos e silêncio) pensávamos no que tínhamos feito da vida – e no que pretendíamos fazer dela. Enquanto eu estava lá, um pouco apertada entre as duas, fiquei me perguntando se nos lembraríamos desse dia, se comentaríamos sobre isso… rindo. Nos imaginei com uns quarenta anos, casadas e com filhos… debochando “do quanto éramos bobas na juventude”.
– Não somos mais jovens, Thais! Somos adultas… Foi o que Tetê me disse. E eu, num ímpeto, a respondi… “Somos jovens sim…. e adultas”.
Outro dia, voltando do serviço, fiquei me analisando. Pensando no que fui e no que sou. Sabe aquelas alunas péssimas (mas esforçadas), que estudam e estudam para uma prova mas sempre perdem média? Então, essa sou eu… mas na vida. (Ou pelo menos, por enquanto). Eu sinto que não me enquadro, não sou daquelas garotas de 24 anos que pensam em sair, em namorar, que amam maquiagem, que amam saltos, que vão a festas… e parecem tão felizes. Quero dizer, não que eu esteja triste… mas, não que eu esteja tão feliz, entende?
Numa conversa que tive com Juliana, lembrávamos da época da escola. E eu tive uma crise de riso quando tentávamos entender porque não nos enquadrávamos. E ela disse: “Eu não usava brinco, não arrumava o cabelo, ficava lendo Harry Potter e brigava com todo mundo”. E eu: “Eu não penteava o cabelo e lia tanto que as minhas melhores amigas eram as bibliotecárias”. Então concluímos: “Acho que foi por isso que não nos enquadrávamos”. E nós rimos, rimos de chorar.
É estranho o que a vida faz com a gente…. ela nos empurra para frente, você não pode voltar….
Sabe, eu tenho amigas maravilhosas.
(E uma mãe, perfeita.)
Por mais que sejamos tão diferentes, em tantas coisas, a gente se dá tão bem. Acho que é sorte… 🙂