Estou em São Paulo.
Estou oficialmente morando em São Paulo.
E pela primeira vez, me senti sozinha. Mas, essa sensação não está carregada de tristeza (ainda, que me pese a ausência da voz da minha mãe reclamando sobre a minha péssima alimentação, ou da minha prima adolescente falando das suas bandas favoritas, das minhas amigas e seus problemas amorosos, ou da minha avó…. Ah! Minha avó, que saudade dela). É uma solidão estranha porque é uma sensação gostosa e ao mesmo tempo… ao mesmo tempo não é.
Ok, desculpa. Esse texto está ficando meio confunso.
É que hoje eu senti uma “coisa”, que eu não sei definir e que me fez um mal danado… Ausência, essa é a palavra. Senti falta da rua onde eu morava, dos vizinhos que eu conheço desde que me entendo por gente, da pracinha, dos passeios de carro. E lembrei de Violeta. Lembrei de como ela era uma cachorra fofa e fiquei triste (com raiva também), porque acho que ela deveria ter vivido um pouco mais…
Eu não acho que isso seja carência, sabe? É que minha cabeça está começando a se acostumar com a mudança… Por exemplo, as pessoas daqui acham engraçado quando eu falo que eu tenho um pouco de medo do metrô, e eu tenho mesmo… Ou, que eu fico confusa com as enormes ruas e avenidas daqui, e com aquilo que eles estranhamente chamam de “farol” ( ao invés de sinal). Aliás, o sinal daqui pisca 10 vezes. DEZ! E eu sempre atravesso correndo, achando que vou ser atingida pelos carros, porque onde eu moro o sinal pisca três vezes. Será que eu estou carente?
Então, o dia já estava sem cor… e ia terminando sem graça, até que eu ouvi a voz de uma amiga. É… de uma amiga, pelo whatsapp. E já era de madrugada, quando eu, sentada na sala e enrolada no cobertor, ouvi a sua voz – várias e repetidas vezes. Eu não poderia e não saberia dizer para ela o quanto foi bom ouvir a voz dela… que era uma voz carinhosa, e bonita. Ela tem uma voz linda e eu nem sei se ela já se deu conta disso. Ou, se alguém já falou isso para ela…
3:40h …. Estou ficando com sono e não sei como terminar esse texto.
Vou pegar a caixinha de reflexões da Anna…
hoje vou dormir no sofá