Eu encontrei esse documentário por acidente e até hoje fico impressionada, me lembrando da história. Já tinha escutado falar no nome de “Pablo Escobar”, mas não sabia muito bem de quem se tratava. Pablo Escobar foi o maior e mais influente traficante de drogas da história e, na década de 1980, chegou a ser considerado o homem mais rico do mundo – lucrava cerca de 30 bilhões de dólares por ano. Neste documentário, seu filho Juan Pablo, conta como foi viver e crescer nesse mundo repleto de ódio, violência, ambição e luxo.
O estranho é que esse filme é tão belo, mas ao mesmo tempo tão doloroso. Juan Pablo, que após a captura do pai, teve que fugir com a mãe para a Argentina e mudar de nome, ainda hoje pede desculpas pelos crimes cometidos pelo pai. É que Escobar, além de muito rico e poderoso, era um homem sem piedade. Foi responsável por assassinatos brutais e perseguições políticas. Ao mesmo tempo, Escobar parecia ser um bom pai. Protegia a família e a mulher de uma maneira exemplar.
É quase surreal a quantidade de dinheiro que tinham. A família de Pablo esbanjava uma mansão com zoológico particular e com pinturas mundialmente clássicas. A ideia é quase controversa quando se pensa que ele, ao fim da vida, morreu encurralado pela polícia num bairro de classe média em Medelín. Lembro-me muito de uma cena, onde Juan Pablo fala que eles estavam em uma casa, cercados de dinheiro por todo o lado… mas que estavam morrendo de fome porque não podiam nem ir ao mercado para comprar comida com medo de serem mortos.
Outro detalhe muito interessante é que Pablo Escobar foi responsável pelo assassinato de três candidatos a presidência na Colômbia. Ele almejava ser presidente e não pensou duas vezes ao aniquilar seus adversários. Nicolás Entel, o diretor do documentário, promove o encontro de Juan Pablo com os filhos dos ‘candidatos assassinados. Um momento muito triste e, ao mesmo tempo, de muita ternura.