Divertidamente é uma animação da Pixar, lançado em 2015 e que foi um sucesso de crítica – especialmente porque conseguiu construir uma narrativa que dialoga com crianças e adultos. Basicamente, o filme conta sobre o conflito de emoções que se passa na cabeça de uma criança que acaba de se mudar de cidade. Longe da escola e dos amigos antigos, a pequena Riley teve um acesso de raiva e começa a se distanciar de seus pais. Mas, o que ela não sabe é que dentro da sua mente há uma enorme engenhoca que coordena todos os seus sentimentos e lembranças…
O cérebro de Riley é comandado pela alegria, que tenta fazer de tudo para que a menina não fique triste em momento algum. O problema é que lá está a Tristeza, contaminando as lembranças da garota e a deixando cada vez mais deprimida. A Alegria resolve mandar a Tristeza embora… e não imagina o grande problema que isso pode causar.
De alguma forma me parece que vivemos em um tempo em que estar triste é vergonhoso. Não é difícil ver nas redes sociais a infinidade de pessoas felizes, lindas e perfeitas que estão no nosso grupo de amigos. Ninguém quer ser triste, ninguém quer parecer triste. Tristeza remete ao fracasso e ninguém quer ser perdedor. Então, reprimimos a tristeza, condenamos um sentimento que nos ajuda a dar equilíbrio na vida e no dia-a-dia.
Isso me lembra um pouco da música “O vencedor”, dos Los Hermanos. Uma música que fala exatamente sobre o direito à tristeza, ao fracasso. Já ouviram? Enfim, se sentir triste… não se culpe.
“Olha lá, quem acha que perder é ser menor na vida. Olha lá, quem sempre quer vitória e perde a glória de chorar. Eu que já não quero mais ser um vencedor levo a vida devagar, pra não faltar amor!”