Vocês não tem noção do que é quase fazer xixi na cama por medo de levantar de noite para ir ao banheiro e se deparar com um boneco assassino. Não adiantava a minha mãe falar comigo que não existia nada debaixo da minha cama ou que nada assustador estava me esperando atrás da porta. Eu tinha medo, mas medo pra caralho! Tanto que nem com a porta do guarda-roupa aberto podíamos dormir. E como sempre fui muito medrosa, se a porta do guarda-roupa estivesse aberta, eu não tinha coragem para ir lá e fechar, portanto dormia com a cabeça tampada (mesmo sentindo um calor infernal). Eu já tive medo da menina do exorcista, do Jason, do Freddy… mas nenhum se compara ao medo que eu sentia do Chucky. Revi o filme outro dia e dei boas gargalhadas, o que hoje me parece surreal e até meio trash…. na época, soava desesperador. O Chucky tinha aquela voz grossa, de homem, o rosto todo deformado e andava com aquela faquinha, lembram? Impossível não lembrar né?! E a risada, então? Horripilante. Eu acho que a imaginação infantil é realmente um privilégio dos pequenos, a criança desconhece certos limites que, de alguma forma, já foram impostos ao adulto…
Mês: Setembro 2015
La Señorita
“La Señorita” é um suspense mexicano, bem fraquinho e cheio de clichês… Mas eu assisti assim mesmo porque tem Jacqueline Andere contracenando com a Angélica Aragón! O filme foi produzido em 1993 e dirigido por Mário Hernandez. A trama começa no momento em que a polícia acaba de encontrar o cadáver de Domingas, uma mulher solitária, solteirona e extremamente rica. Há um consenso de que ela foi assassinada e então, eles iniciam uma investigação para descobrir o culpado. Na delegacia, a tia de Domingas aguarda a liberação do corpo e vai contando a história de como a sobrinha se tornou tão odiada pela população da cidade.
O fato é que Domingas era extremamente rica e muito avarenta, ela vivia de emprestar e cobrar dinheiro de pessoas que a procuravam em um momento de desespero. É aí que aparece Angélica Aragón. Na história seu marido está cheio de dívidas e corre o risco de ir para a cadeia ou ser assassinado. Mas Domimgas é tão avarenta que não lhe empresta a quantia prometida, sempre querendo garantias grandiosas…
A tia de Domingas explica que ela tem esse comportamento porque ficou traumatizada diante da morte do pai, que antes de morrer, perdeu sua fortuna e foi traído pelos amigos. Em seu leito de morte, ele disse a ela: “Reprima seus desejos e coloque suas necessidades em primeiro lugar. Duvide de quem te adule porque quem o faz quer tirar algo de você. Não deixe o tempo te enganar e não se importe se alguém te chamar de avarenta, egoísta e sem coração. Recorde sempre disso, não te mostre compassiva nem generosa, porque as pessoas vão pensar que você é idiota e vão se aproveitar de você! As pessoas não te respeitam pelo o que você e sim pelo que você tem”
Enfim… algo acontece na vida de Domingas que a faz mudar bruscamente de atitude, mas… esse pequeno sinal de esperança pode ser fraco demais para torná-la uma pessoa melhor.
Almas Mortas
Eu adoro “Almas Mortas” (William Castle, 1964). Acho que por ser fã da Joan Crawford, tento enxergá-la para além do personagem. É um filme trash,com cabeças de boneco rolando por todo o lado. Mas se a gente for parar pra pensar a história é até boa… que pesa mais para o drama do que para o terror.
O filme conta a história de Lucy, uma mulher que flagrou o seu marido a traindo com outra . “Lucy Harbin pegou o machado e deu quarenta marteladas no seu marido e quando viu o que fez, deu quarenta e uma na namorada dele”. Ela passa por uma longa internação, porque é considerada louca. Quando retorna, depois de vinte anos, tenta se reaproximar de Carol, sua filha (que na época, foi testemunha do crime). A volta de Lucy causa uma reviravolta na cidade, já que uma série de assassinatos acontecem (as novas vítimas são decapitadas, os crimes são muito semelhantes ao cometido por ela anos atrás).
Almas Mortas foi classificado como um horror cujo subgênero se chamava “Psycho-Biddy” ou “Hang Horror”, tratavam-se de filmes que misturavam drama, thriller, vingança e humor negro. A característica principal desse sub-gênero eram as protagonistas: mulheres maduras e perigosas (algumas insanas, outras sob tremendo estresse). Almas Mortas segue bem essa linha, mas eu acho que tá mais para o entretenimento do que para qualquer outra coisa. É um filme bom de assistir, que te deixa vidrado… a gente vai mergulhando nos delírios da personagem e nem se importa com o fato de o plot principal ser facilmente decifrado.
Joan nunca aceitou muito bem a ideia de envelhecer diante das câmeras, talvez nem tivesse consciência do ridículo quando tentava se passar por uma jovenzinha, tendo quase 60 anos de idade. Almas Mortas retrata bem essa fase, a Joan aparece com um vestido coladinho, com uma super peruca e com aquelas sobrancelhas marcadas, fingindo ter uns trinta e poucos anos. Me parece que Joan foi daquele tipo de gente que faz tudo com muita vontade, daquelas pessoas que mergulham de cabeça num projeto… Tanto que no filme, com todo aquele ar decadente de película B, Joan consegue ser verossímil.
Li que Castle chegou a garantir a Joan que ela iria ganhar um Oscar. O filme nem indicado foi e passou muito longe disso. Joan teve carta branca para mexer em alguns detalhes que não a agradavam e alterar certas coisas, como o figurino, por exemplo. Foi Joan que escolheu Diane Baker, a atriz que interpretou sua filha, ela não queria uma atriz que a ofuscasse.
Duna
Mano, eu acabei de assistir “Duna” (David Lynch, 1984) e fiquei tipo:
1 – Preciso ler o livro
2 – Preciso rever o filme
Visualmente é um filme incrível, é evidente que gastou-se uma fortuna para produzí-lo. O que são aquelas roupas, os cenários e todos aqueles efeitos especiais? Li que o David Lynch não ficou nem um pouco feliz com o resultado final, parece que pediu até que colocassem um outro nome de diretor… uma coisa assim (E olha que se dedicou por três anos e meio a essa produção).. O fato é que Duna é um filme longo, complexo e difícil de entender, o que as vezes o torna um pouco… cansativo. Não sei, impressão minha, talvez eu não tenha conseguido ter aquele “feeling” pelo filme. Eu queria muito saber, de quem já assistiu, se gostou, se não gostou ou se acabou com a mesma sensação que a minha.
Então, a história foi baseada no livro de Frank Herbert, quase uma bíblia de seiscentas páginas, cheia de tramas paralelas. O filme se passa em 10.191 d.C., época em que a substância mais cobiçada do universo é a especiaria, encontrada apenas em Arrakis (um planeta completamente deserto), conhecido como Duna. Depois que seu pai é assassinado pelo cruel Barão Harkonnen, o jovem Paul Atreides descobre que seu destino está ligado à Duna. Ele decide se juntar ao povo de Arrakis com o objetivo de destruir Harkonnen, mas pra isso, ele precisa enfrentar uma enorme batalha… ao lado de sua mãe, Lady Jéssica, uma bruxa super poderosa…
(P.S. Fiquei encantada com a beleza de Kyle MacLachlan, gente como ele tá novinho! E a Francesca Annis me lembrou demais a Deborah Kerr. Outra coisa, impossível não ficar incomodado com as bizarrices que acontecem na casa de Harkonnen – só eu achei que ele tem umas tendências homossexuais? Gente, o que é aquela cena em que ele sequestra a Lady Jéssica, a amordaça e cospe no rosto dela? owww ).
Se você ficou interessado no filme e quer ler uma resenha boa, uma crítica de verdade… sugiro que acessem “A Janela Encantada”, para ler… clique aqui!
Ovelha, memórias de um pastor gay
“Drogados, assassinos, bêbados, ladrões, mentirosos, adúlteros, caluniadores, falsos, todos sempre foram aceitos na igreja. Gays, não! Amamos o pecador, mas não o pecado… quanta balela”
Que livro delicioso, daqueles que você não quer parar de ler! Ácido, engraçado (com boas doses de humor negro), deprimente e acima de tudo, questionador. “Ovelha, memórias de um pastor gay” é uma espécie de diário, narrado em primeira pessoa. Conta a história de um pastor está no leito de morte e enfrenta um conflito existencial imenso. Desde criança tinha comportamento e desejos homossexuais, mas foi reprimido pela mãe e levado a seguir a vida religiosa. Casou-se, teve filhos e mesmo assim, nunca conseguiu se livrar “do pecado”, da “impureza”. É um homem cheio de culpas, com uma relação conflituosa com os familiares, mas especialmente com a mãe. Seu desejo é se reencontrar com ela e revelar, que além de ser soropositivo, é homossexual.
Gustavo Magnani é um jovem autor, se não me engano, este é o seu primeiro livro. Ele é muito querido na web porque mantém um dos sites literários mais conhecidos do Brasil, o Literatortura. Eu estou realmente apaixonada por esse livro, pela acidez… mas, principalmente, pela dinâmica da narrativa, pelas referências contemporâneas (como as redes sociais, etc) e pela contextualização. É um livro com um tema tão denso, mas ao mesmo tempo, tão leve de se ler…
Há um suspense, o leitor precisa entender o motivo do desespero desse homem, descobrir o seu nome e o porque ele se sente tão culpado. A gente vai sentindo compaixão por ele, se entristecendo e ao mesmo tempo, se assustando com tamanha agressividade e revolta…
– Citações –
“Atendi mais de trinta pessoas naquele dia. Falava com ela. A palavra é uma espada de dois gumes, corta para os dois lados. Nunca quis ser gay. Tanto neguei que cheguei a duvidar da existência de deus. – Por que não cura?! – perguntou uma bicha louca sendo maquiada.– Falta fé, respondi. E talvez faltasse mesmo. Se a fé move montanhas, por que não move pintos para longe de mim?”
“Chamei Thiago, meu filho. O pequeno de dedo na boca, num despertar, correu e tropeçou, iniciando o primeiro choro da minha volta. E soava bonito, harmônico, Beethoven é o caralho, Mozart é a minha pica, Bach o meu cu, ninguém encantou como Thiago, o pequeno e único tropeçador.”
“Gabriel Garcia Marquez. Conheci aos quinze anos, em mais uma leitura escondida. Depois dele, meu boymagia, como dizem, deixou de ser loiro de olhos azuis para ser mulato de sangue latino”.
Vanessa Redgrave
Energia Pura
“Energia Pura” é uma dos filmes mais lindos que assisti na minha adolescência, uma fase de muitos questionamentos e muitas incertezas. Não me esqueço de tê-lo assistido na escola, na minha época o “bullying” ainda não tinha uma denominação, mas era evidente o tratamento agressivo de alguns alunos para com os outros. Aliás, tá aí um ótimo filme para professores passarem para seus alunos, é uma lição de como se comportar diante do diferente. Sabe aqueles filmes que faz chorar até e que te fazer questionar sobre os seus valores? Então, é bem isso….
O filme, produzido em 1995 e dirigido por Victor Salva, conta a história de Jeremu Reed (interpretado por Sean Patrick Flanery), um adolescente muito diferente dos outros. Até então ele nunca tinha saído de casa, foi mantido no sótão pelo avô.
Ele só teve contato com o mundo exterior depois que o xerife local o encontra escondido (isso porque seu avó havia falecido e a polícia investigava a morte). Jeremy, apelidado de Poweder, tinha noção do mundo através dos livros e tinha uma aparência inquietante: muito branco e com poucos pelos. Ele é levado para um tipo de orfanato / escola, mas começa a ser hostilizado pelos alunos. O fato é que os professores percebem que além de ter um QI (muito) mais alto do que o normal, ele tem uma “energia” que pode mudar a vida de todos.
É um filme emocionante, que nos faz pensar sobre os mistérios da vida e na importância de sentir compaixão. Nunca me esqueço do significado de compaixão: “colocar-se no lugar do outro”. O filme, mesmo com essa pegada surreal, mostra que não temos a resposta para tudo e que podemos aprender muito com a história de vida de cada pessoa.
Existe uma cena que é de tirar do sério, de uma sensibilidade sem tamanho: O professor leva os alguns alunos escondidos para caçar veados. Jeremy não gosta de ideia, tem dó dos animais e insiste que aquilo era pura crueldade. O professor então atira e acerta um veado, e Jeremy… em fúria, toca o animal e o professor ao mesmo tempo. O professor, em choque, cai em prantos…. Jeremy o fez sentir o medo, a dor que o veado sentia naquele momento.
Despertar de um pesadelo
Vocês lembram daqueles ótimos filmes noturnos que passavam no SBT? “Despertar de um pesadelo” foi um deles, talvez um dos que mais me marcou, lembro que quando passava o anúncio, dias antes, eu ficava na expectativa para assisti-lo. Ainda hoje, adoro esse filme! A Geena Davis está maravillhosa e é fácil cair de amores pelo hilário e cativante personagem do Samuel L. Jackson. O filme é uma mistura de drama, ação, suspense e humor negro e prende a atenção do início ao fim.
Produzido em 1996 e dirigido por Renny Harlin, “Despertar de um pesadelo” conta a história de Samantha, uma mulher que pouco antes de dar a luz, despertou em uma praia sem se lembrar de seu passado. Sem memória, Samantha reconstruiu uma nova vida, levando os dias como professora. Inesperadamente ela começa a ter atitudes estranhas, como manejar a faca de maneira astuta e usar armas. Sem entender o motivo, percebe que está sendo perseguida por espiões que tentam matá-la. Então, ela contrata um detetive, Mitch (Jackson), para que ele a ajude a desvendar o mistério. Aos poucos ela vai se lembrando de quem era, até mudar drasticamente de personalidade e trazer de volta a Charlie, uma espiã super mal encarada e com fortes ares de femme fatale.
Eu acho uma verdadeira pena a Geena andar meio sumida das telonas, relembrando seus filmes, a gente encontra tanta coisa boa.. Ela sempre teve uma pegada mais feminista em seus personagens e admiro muito o fato de ela ter levado isso para a sua vida pessoal, criando uma instituição de pesquisa (muito séria), que tem todo um trabalho sobre a representação feminina na mídia.
Vamos falar sobre Jamie…
E aí, vocês viram “Scream Queens”? Confesso que fiquei com um pé atrás quando a ideia da série surgiu, mas quando vi que a Jamie Lee Curtis estava no elenco deixei todos os preconceitos de lado. Acho que é porque eu tenho uma preguicinha da Emma Roberts…
Bom, ontem assisti ao primeiro episódio da série e pra falar a verdade, me pareceu beeeem bobinha, mas deu pra dar umas boas risadas. Ryan Murphy não perde o estilo.Tava lendo alguns comentários no Twitter e cês acreditam que tem gente que nem conhecia a Jamie? Como assim!!!!? Eu já cheguei escrever sobre dois filmes dela aqui (clique, se você quiser ler), e nesse revival que tô fazendo da atriz, vou me aventurar a escrever (rapidinho, eu juro!) sobre mais alguns:
True Lies: 13 grandes atrizes disputaram o papel de Helen, a esposa do protagonista (interpretado por Arnold Schwarzenegger), mas foi Jamie Lee Curtis que levou a melhor e ficou imortalizada na nossa memória na cena de strip tease em que ela exibe aquele corpo maravilhoso. O filme, produzido em 1994 e dirigido por James Cameron (sim, o mesmo diretor de Titanic!) é uma regravação do longa francês “La Totale!” Conta a história de um agente de governo que luta para combater o terrorismo nos EUA. O problema é que a mulher dele não faz a mínima ideia de sua profissão e está cansada da mesmice Ele acha que a esposa está o traindo e resolve dar um “susto” nela, só que a brincadeira passa dos limites e toma proporções mais sérias.
É uma trama deliciosa, impossível não rir e mergulhar na aventura dos dois. O filme foi uma grande produção, pra você ter uma ideia, foi o primeiro a exceder $100 milhões de investimento. O retorno também foi grandioso, antes mesmo de ser lançado em VHS já tinha arrecadado $146 milhões.
Jamie Lee Curtis ficou tão animada com o personagem que se negou a usar dublês, naquela cena em que Helen sobrevoa o oceano fora do helicóptero, era a Jamie mesmo…aliás, as roupas que a personagem usou foram todas tiradas de seu guarda-roupa pessoal. O engraçado é que antes de Jamie, Jodie Foster chegou a assinar um contrato para viver a personagem… só que ela voltou atrás e escolheu protagonizar o filme “Nell”. *As atrizes que disputaram o papel de Helen foram: Rosanna Arquette, Annette Bening, Geena Davis, Madonna, Sharon Stone, Lea Thompson, Debra Winger, Kim Basinger, Joan Cusack, Melanie Griffith, Jennifer Jason Leigh, Michelle Pfeiffer e Emma Thompson
Um peixe chamado Wanda: Clássico, comédia cult da década de 1980, ganhador de Oscar, BAFTA, Golden Globe, etc…O filme conta a história de quatro pessoas que se unem para roubar uma joalheria. Depois do roubo, eles se separam e Georges (meio que o “chefe” do grupo), esconde as jóias. Otto (interpretado por Kevin Kline, que está divertidíssimo) e a amante dele, Wanda (Jamie), piram, afinal… querem a sua parte! Wanda se aproxima do advogado de Georges e finge estar apaixonada por ele, tudo para conseguir a informação do paradeiro dos diamantes.
O filme foi um estouro, e ainda hoje é muito gostoso de assistir. Mistura comédia, aventura, e romance…Assim como True Lies, Um peixe chamado Wanda é cheio de histórias… dizem que um senhor dinamarquês, que assistia o filme no cinema, riu tanto que teve um ataque cardíaco. Os momentos mais relembrados são em que Otto fala italiano para Wanda, tentando seduzí-la… Kevin Kline não falava italiano, então ele deu uma improvisada de tirar o sério!
Virus: Véi, sabe aquele tipo de filme que te causa calafrios? No meu caso, esse é um deles. Eu sou alucinada por “Virus”, mas toda vez que assisto (mesmo sabendo o final) fico impressionada… sempre levo uns sustinhos. O filme levanta críticas bem contraditórias, tem quem goste e tem que ache tosco…
Produzido em 1999, ele conta a história de uma tripulação americana que perde a sua carga devido a uma enorme tempestade. Eles se deparam com um navio russo que aparentemente foi abandonado e decidem usá-lo. O caso é que o capitão percebe que se trata de um navio muito valioso que pode gerar milhões… Jamie interpreta Kit, uma das tripulantes. Diferente do resto da equipe, ela desconfia que algo vai dar muito errado. Bom,e ela está certa. Ao longo da viagem eles percebem que o navio meio que tem “vida própria” e deseja eliminar um por um…
Meu primeiro amor (1 e 2): Quem nunca viu esse filme? Ou vive no mundo da lua, ou talvez, tem menos de 20 anos…?! Sei lá. O fato é que muitas pessoas nem se recordam que a Jamie participa dele. Ela é a Shelly, a nova esposa do pai da Vada, lembram? Acho que ela tá diferente porque a gente meio que acostumou a vê-la com os cabelos grandes. “Meu primeiro amor” é o retrato da doçura e da inocência do amor entre crianças. Nostalgia pura, com um gostinho de melancolia. Acho que o segundo não é tão bom (ou marcante) quanto o primeiro. Fala a verdade, quem aí também chorou com a morte do Macaulay Culkin?
Halloween H20: Eu não poderia fazer um post sobre a Jamie Lee Curtis sem citar Halloween. Bom, vocês já devem saber que é por essa história que ela recebeu o título de “rainha do grito”. Existem várias sequências (se não me engano são mais de dez) que abordam a história de Michael Myers.
É até engraçado pensar que o primeiro filme, de 1978, foi uma produção de baixíssimo orçamento, pra você ter uma ideia, a máscara escolhida para ser a utilizada por Myers foi a mais barata encontrada numa loja próxima ao local de filmagens e o atores precisavam usar suas próprias roupas.
Das versões que a Jamie participa eu já assisti todas e a minha preferida continua sendo a de 1998. Tudo bem, é mais fraca do que os outros, meio adolescente… mas é um filme que me traz ótimas recordações porque locávamos (eu e minha mãe) todos os anos e o assistíamos no dia das bruxas. Aliás, acho impagável a participação da Janet Leigh, mãe da Jamie…. e para quem não sabe, a mesma atriz que fez o clássico Psicose.
Paixão Assassina: Putz, que filme sombrio e pesado! Jamie interpreta Jude, uma mulher que depois de abandonar o marido e seus três filhos pequenos, resolve voltar para reconquistá-los. O problema é que quando volta, percebe que o marido refez a vida e está prestes a se casar novamente. Jamie está linda e extremamente sensual, me foi estranho vê-la interpretando esse tipo de personagem porque eu já estou acostumada com seu perfil mais cômico.
O filme é bem punk, Jude tem uma clara relação incestuosa com um de seus filhos e existe um conflito enorme entre ela e sua mãe, interpretada pela maravilhosa diva Vanessa Redgrave.O filme, de 1994, não é lá tão surpreendente porque está cheio de clichês, mas não tem como ignorar a força de certas cenas…. como aquela em que Jude está com a sua mãe no hospital (spoiler!) → e sua mãe revela que Jude sofreu abusos sexuais do pai e que sabe que ela comete esses mesmos abusos com o filho.
A bela infeliz
Lembram que eu fiz uma publicação sobre a Elena Anaya e que comentei que fiquei encantada com a Amparo Muñoz e com seus cabelos brancos? Pois é, dei uma pesquisada sobre ela e descobri uma história impressionante. Muñoz , espanhola, foi Miss Universo em 1974. Sua história de vida, aliás, curta vida, é considerada uma das mais tristes dentre as das rainhas da beleza.
É fácil acreditar que ganhar um concurso de miss é uma grande oportunidade, mas para Amparo essa vitória significou o fim de sua felicidade e a destruição de sua família… isso porque ela odiava ser Miss Universo, vivia essa vida porque seguia ordens e sentia-se imensamente pressionada. E mesmo não gostando, resignou-se…quer dizer, não por muito tempo. Dias depois de receber a coroa (a qual ela chamava de “coroa de jóias baratas”), Amparo renunciou ao título e, em uma coletiva, informou que era mãe solteira ( algo que na época fugia às convenções). Ironicamente, eles não a destronaram e o título de Miss Universo não foi passado para ninguém. Têm-se aí o início de uma vida regrada a drogas e bebidas, de doença e muita solidão…
“Porque eu sempre me envolvo com homens tão covardes? Eu sou a melhor demonstração da tendência humana em repetir os mesmos erros”
Depois do prêmio, Amparo foi realizar um trabalho no Japão. Quando voltou, foi tratada como celebridade instantânea, começou a trabalhar no cinema e na televisão – fora os trabalhos publicitários. As polêmicas envolvendo seu nome foram crescendo, no último de seus três casamentos fracassados, chegou a ser presa. Isso porque ela e seu marido foram acusados de tráfico. Com as polêmicas e a ausência de trabalhos, ela começou a fazer filmes pornôs (e, segundo informações do ex-marido, negadas por ela, Amparo começou a se prostituir).
Ela morreu aos 56 anos em 2011. A família nunca quis revelar o verdadeiro motivo, mas acredita-se que ela foi vitima do Mal de Parkinson. Há outras versões que dizem que ela era portadora do vírus HIV. E os noticiários, que um dia, divulgavam e vangloriavam sua beleza, mostraram-se mais interessados em exibir sua doença e sua pobreza: “Amparo é o tipo de celebridade viciada e tiranizada por suas paixões. Depois de uma série de problemas emocionais, a única espanhola que um dia usou a coroa de Miss Universo, começou a conviver, dia-a-dia, com os entorpecentes. Depois de anos de heroína e muita solidão, Amparo vive em Malaga, tentando se recuperar da paralisia causada por dois aneurismas, dos problemas na visão, locomoção e na fala. Ela se acostumou a driblar a morte todos os dias.”
Sua situação econômica, como se sabe, mudou drasticamente. A jovem rica, passou a ser uma senhora pobre. No fim da vida, ela precisou dividir um apartamento com seu companheiro e a mãe dele, e segundo os jornais, tratava-se de um lugar “pouco confortável”.
Ela chegou a escrever um livro de memórias chamado “A vida é o preço“