Já assistiram algum filme do Alex de la Iglesia¿ Se a resposta for não, eu imploro para que tirem um tempinho e assistam pelo menos um (tô falando sério!). Já escrevi muito dele por aqui, mas vou escrever mais uma vez, trata-se de um diretor espanhol que possui um jeito muito peculiar… especialmente na construção narrativa de seus longas (resumindo, ele é beeeem sarcástico, inteligente, talentoso, irônico e adora um humor negro). Não tô puxando saco, se você assistir você vai comprovar isso.
Sabe, é engraçado como seus filmes sempre me surpreendem, estranho como termino paralisada, doida para rever algumas cenas e procurar por análises e resenhas. Juro, em TODOS os filmes que vi dele isso aconteceu. Ontem assisti “Sangre de mi Sangre”, que delícia (ainda que com um tema tão pesado). Delícia assistir um trabalho bem feito, se envolver com personagens bem construídos, com diálogos impactantes. Enfim, viajar numa história que envolve terror, romance e MUITO suspense.
Há muito tempo não sentia por uma personagem tamanha compaixão, foi assim com Montse – uma mulher extremamente traumatizada pela morte da mãe e pela presença opressora do pai (que também morre, tempos depois). Sem querer, ela reproduz essa opressão na irmã mais nova e tenta impor uma criação rígida, baseada em conceitos católicos ortodoxos. O trauma de Montse é tão grande que ela simplesmente não consegue sair de casa e aos poucos, vai enlouquecendo. Enquanto isso, a jovem irmã deseja desbravar o mundo, quer namorar e sente-se mais viva do que nunca.
O contraste entre as duas é tão forte que é quase impossível não ficar tocado por aquela energia negativa.É a explosão de um universo feminino cheio de medo, culpa, vergonha e segredos… acontecimentos que simplesmente fortalecem um laço eterno entre as irmãs. A tensão aumenta gradativamente a ponto das duas chegarem a um sangrento, doloroso e surpreendente embate físico. Não bastasse, um estranho aparece para pedir ajuda, entra na casa e passa a seduzir as duas – a disputa esquenta e há cenas de roer as unhas (em alguns momentos você simplesmente se lembra da Kathy Bates em Misery e não consegue ficar indiferente com as “torturas” que rolam na casa).
Desculpa, tô tentando não contar spoiler, mas a minha mão está coçando. Fiquei apaixonada pela Macarena Gomez de um jeito que não sei explicar, GENTE ela trabalha bem demais,rouba a cena e o filme, tem tantas facetas que não dá pra explicar, só consigo pensar “como ela trabalha bem”.
Bom, desculpas por não falar nada com nada. Tá aí um filme grandioso que merecia uma resenha bem melhor, não sei se é porque está tarde, se estou com sono… mas não tô conseguindo desenvolver esse texto…Então vou parar por aqui, antes que fique mais chato do que já está. Não sem antes pedir, mais uma vez:
Por favor, assista a esse filme.