Fala-se muito mal do Paulo Coelho aqui no Brasil, no exterior ele é um sucesso. Já conversei com pessoas que apontavam defeitos no autor, sem nem mesmo ter lido um de seus livros. Há muitos anos eu li “O Monte Cinco”, na época achei a história linda, mas hoje não me lembro quase nada. Num sebo aqui de São Paulo, vi um de seus livros em promoção. Comprei por curiosidade e porque estava bem baratinho. Li “O demônio e a Srta Prym” em menos de uma semana. A premissa é bem boa, mas a narrativa é fraca. Foi como se estivesse lendo um conto infantil com lições de moral. E não que isso seja de todo ruim, apenas não é lá uma narrativa densa e complexa, mas em certo ponto, até cativante.
Pra falar a verdade eu odeio escrever esse tipo de coisa, que parece mais com uma crítica negativa. Jamais! Por favor não entendam mal, eu acho que poucas sãs as pessoas que possuem cacife para julgar o que é bom ou ruim, ainda mais se tratando de literatura.
O livro conta a história de uma pequena cidade onde todos os moradores são bons e confiáveis. Um dia eles recebem um estrangeiro que vem acompanhado de um demônio cheio de ouro… e maldade. O demônio abala as estruturas da cidade quando propõe dar o ouro para quem cometer um assassinato. No livro, além do estrangeiro, se destacam duas personagens: Chantal (a Srta Prym), uma jovem que trabalha no hotel da cidade e que se torna líder do grupo, incentivando-os a continuarem sendo bons e Bertha, uma idosa que vive assombrada pelo fantasma do marido e que vivia sentada na calçada porque já previa a chegada do mal.
Em suma, a narrativa se concentra entre o dilema das pessoas em cometerem ou não um crime em troca de dinheiro. Se o fizessem, deixariam de ser bons. Numa visão mais abrangente, a construção dos personagens me pareceu meio maniqueísta e simplista, afinal… qual ser humano é 100% bom ou ruim. ESTO NON ECXISTE. No mais, é um bom passatempo. Um livro gostosinho pra ler numa sentada e pensar um pouco na vida.