Eu li resenhas maravilhosas sobre esse livro e me senti uma merda porque terminei de lê-lo ontem e não me identifiquei com a narrativa nem com o personagem principal. Não preciso falar da genialidade do Jô Soares e do quanto ele é querido e admirado, por isso fiquei surpresa com a minha própria reação. A ideia é bem legal, mas achei o desenvolvimento cansativo e por hora, parecia que os momentos engraçados foram meio… forçados, sabe? – Alguém leu e também se sentiu assim?
O livro conta a história de Dimitri, um jovem anarquista que cresceu em uma sociedade secreta de assassinos e que se especializou em matar tiranos, ditadores. O problema é que Dimitri é um pouco desastrado e as coisas nem sempre saem como ele deseja. Ele viaja por vários países e interage com personagens históricos reais, o que me pareceu mais interessante. Por exemplo, em uma viagem de trem ele encontra com Mata Hari! Em outros momentos, Al Capone, Fernando Pessoa, Carmen Miranda… Um dia descobre que possui uma familiaridade distante com Getúlio Vargas e que por isso, vai viajar para o Brasil. É por vasculhar seu passado e descobrir um abandono que decide que Getúlio será a sua próxima vítima.
A parte em que ele vem para o Brasil é até legal, a gente vai lendo e mergulhando na efervescência política da época, se sente como numa sala onde dá pra ver Vargas ser encurralado de todos os lados. Em resumo, “O homem que matou Getúlio Vargas” é quase uma aula de história (uma aula cheia de sarcasmo, por sinal). Por isso é bom que antes de lê-lo, você revise um pouco os seus estudos. Acho que tá aí um ponto que facilitou o meu estranhamento pelo livro, eu não fazia ideia do que se tratavam alguns acontecimentos que o autor citava.