Minha vida sem banho

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Escolhi esse livro pelo título, fiquei extremamente curiosa com a descrição e sobre o desenvolvimento da história. Li o livro em menos de uma semana e definitivamente, fiz uma boa escolha: me emocionei e me diverti com a história. “Minha vida sem banho” foi escrito em 2014 pelo jornalista Bernardo Ajzenberg. Na trama, Célio é um homem que, de repente, não toma banho por conta do aquecedor quebrado. Porém, ao longo dos dias, ele vai repetindo a ação… ele simplesmente decide não tomar banho mais. A narrativa vai se misturando com outras vozes e histórias, pois além de Célio, há as correspondências de sua namorada (que acabou de realizar uma viagem) e a narrativa sobre a história dos pais de Célio (com um suspense delicioso).

Numa das resenhas que li por aí, diziam que a grande metáfora para a ausência dos banhos seria nossa mania destrutiva de sempre protelar algo que necessita ser feito. Eu encarei o lance mais como uma “acumulação” das marcas que a vida deixa, acho que o personagem estava mesmo era depressivo pela ausência da namorada, pela vida sem sentido e por causa da relação com os pais. E aí, as coisas que ele vivia (as dores, decepções) ficavam impregnadas em seu corpo como a sujeira fica quando não se toma banho. Viajei, né?

A história vai ficando cada vez mais legal no decorrer dos dias, quando ele começa a feder e a sentir coceiras em lugares impróprios. As pessoas fingem não perceber a ausência dos banhos, até que a situação fica insustentável. Outro detalhe que amei é que a trama é ambientada em São Paulo. Tem um ano que moro aqui e toda vez que ele citava um lugar eu ficava me perguntando se conhecia ou se já tinha visitado.