Há dias penso em escrever esse texto, mas a falta de tempo me impede de fazê-lo. Outro dia, antes de dormir, me peguei pensando sobre o meu avô e no fato de não tê-lo conhecido. Quer dizer, o conheci através das histórias que me foram contadas e pelas fotos. Eu tenho uma mãe extremamente carinhosa, criativa e cuidadosa e tenho certeza que muito do que ela é hoje, é um reflexo do que ele a ensinou. Portanto, ainda que não o tenha conhecido, imagino que tenha sido um homem correto, atencioso e inteligente. Minha mãe diz que ele era muito sério e habilidoso, ela fala dele com tanto carinho…. e é esse carinho que sinto, uma espécie de “saudade” de alguém que nem conheci. Mesmo depois de vinte anos de sua ausência, meu avô está presente em nossos corações, em cada cômodo da casa que ele construiu com as próprias mãos, nas plantas que cultivava com tanto carinho. Imagino ele no terreiro, cuidado das laranjas ou no seu pequeno escritório, construindo os brinquedos dos filhos ou conversando com a minha mãe na mesa da sala. Imagino ele sentadinho em frente à TV, assistindo os desfiles da escola de samba, imagino ele sorrindo e sendo o pai maravilhoso que a minha mãe tanto descreve. Sonhei com ele outro dia, não vi o seu rosto, mas senti uma energia maravilhosa.
Feliz Dia dos Pais, Vô Geraldo.