O Corpo

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Assisti “O Corpo” há muitos anos atrás, numa noite qualquer pelo Canal Brasil. De alguma forma aquele filme não saiu da minha cabeça, porque o retrato das duas protagonistas Carmen e Beatriz (interpretadas por Marieta Severo e Claudia Jimenez) continua ressoando na minha memória. O filme tem uma forte pegada sensual e muitos momentos de humor negro, mas por trás da trama principal, há também alguns questionamentos sociais interessantes.

A narrativa se baseia em um conto de Clarice Lispector chamado “A via crucis do corpo”, o livro possui treze pequenas histórias que analisam a condição feminina. Li algumas críticas em relação ao filme e nenhuma delas foi muito boa (digo, positivas em relação ao filme)… ainda que eu não entenda muito de cinema, o meu olhar foi mesmo sobre as personagens, que muito oferecem. É evidente que existe uma relação homossexual entre as duas, ainda que não se fale “tão” explicitamente sobre isso. No filme, as duas também se relacionam com um homem, interpretado por Antônio Fagundes. Em princípio, elas vivem em função das vontades do cara que tem um comportamento meio machista e ao longo da trama vão se rebelando contra ele. Mas a questão não é essa de “homem contra mulher”, mas especialmente da mulher exercendo sua sexualidade e seus desejos, sem medo. Enquanto para o homem, a situação de bigamia é extremamente confortável, para as mulheres cai o julgamento que as coloca como pervertidas. Enfim… é um filme bem gostosinho de ver e conquista pela atuação da Cláudia e da Marieta.