Terra Nostra: O parto da Maria do Socorro

*Infelizmente, o vídeo original foi removido, mas encontrei esse. Só que em espanhol. =/

Tava pesquisando não sei o quê e acabei caindo num vídeo da novela Terra Nostra, que mostrava o parto super doloroso que a personagem da Débora Duarte, Maria do Socorro, teve durante a trama. Achei a cena maravilhosa, assisti umas mil vezes, prestando atenção em todos os detalhes. Vi essa novela quando era bem novinha e lembro que era uma febre, chegava na escola e todos os meus colegas forjavam um sotaque italiano, capisce?

Não tem como ficar indiferente a força das atrizes e a coragem de encenarem um parto com tanto realismo, li por ai que essa é a cena de parto que foi mais assistida na TV brasileira! São tantas as novelas em que a gente vê determinada atriz, que acaba de dar a luz e continua com os cabelos arrumados e a maquiagem perfeita, que essa se destaca.

A cena do parto é impactante e de uma beleza ímpar, a personagem tem umas peculiaridades interessantes: tinha duas filhas com Gumercindo (interpretado por Antônio Fagundes) e sentia-se envergonhada por não ter lhe dado um filho homem. Gumercindo chega a traí-la com a escrava Naná (Adriana Lessa) e ela tem que aceitar a humilhação calada. O fato é que por causa da idade, ela começa a achar que está na menopausa e começa a ter inúmeros questionamentos sobre sua auto-estima, sem perceber a gravidez.

O parto é mostrado como um momento íntimo entre as mulheres e a exemplo disso, quando Gumercindo aparece em cena para levar água, ela esconde o rosto por vergonha e pede que ele saia do local.  Mas, não é isso que me chama atenção… o que me interessa é a representação sobre como o peso da gravidez recai sobre as mulheres. Digo, como uma responsabilidade mesmo. Maria do Socorro da à luz a um filho, após penosas horas de sofrimento e dor. É uma redenção, uma forma de ser finalmente perdoada por não ter oferecido a satisfação ao marido durante todos os anos anteriores.

Enfim, fico impressionada só de pensar que a cena se passa em 1800 e bolinha e o assunto continua sendo tão atual, revisitado e re-analisado:a questão sobre a maternidade. Pensar e descobrir coisas do passado, me ajuda a perceber o quanto evoluímos e o quanto ainda temos que evoluir…

O Corpo

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Assisti “O Corpo” há muitos anos atrás, numa noite qualquer pelo Canal Brasil. De alguma forma aquele filme não saiu da minha cabeça, porque o retrato das duas protagonistas Carmen e Beatriz (interpretadas por Marieta Severo e Claudia Jimenez) continua ressoando na minha memória. O filme tem uma forte pegada sensual e muitos momentos de humor negro, mas por trás da trama principal, há também alguns questionamentos sociais interessantes.

A narrativa se baseia em um conto de Clarice Lispector chamado “A via crucis do corpo”, o livro possui treze pequenas histórias que analisam a condição feminina. Li algumas críticas em relação ao filme e nenhuma delas foi muito boa (digo, positivas em relação ao filme)… ainda que eu não entenda muito de cinema, o meu olhar foi mesmo sobre as personagens, que muito oferecem. É evidente que existe uma relação homossexual entre as duas, ainda que não se fale “tão” explicitamente sobre isso. No filme, as duas também se relacionam com um homem, interpretado por Antônio Fagundes. Em princípio, elas vivem em função das vontades do cara que tem um comportamento meio machista e ao longo da trama vão se rebelando contra ele. Mas a questão não é essa de “homem contra mulher”, mas especialmente da mulher exercendo sua sexualidade e seus desejos, sem medo. Enquanto para o homem, a situação de bigamia é extremamente confortável, para as mulheres cai o julgamento que as coloca como pervertidas. Enfim… é um filme bem gostosinho de ver e conquista pela atuação da Cláudia e da Marieta.

Filmes que completaram dez anos em 2013!

O tempo passa rápido pra caralho e nem sempre a gente se dá conta disso. Hoje o 9GAG fez uma lista com alguns filmes que foram produzidos há dez anos e eu me espantei com o fato de alguns deles estarem lá.  Roubei a ideia e fiz uma lista pessoal com quinze filmes que eu adoro e que em 2013, completaram dez anos de lançamento.

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1) Procurando Nemo: Pois é, há dez anos conhecíamos a doce e atrapalhada Dóris, que tinha uma péssima memória e sabia falar baleiês.  O filme da Disney, dirigido por Andrew Stanton, conta a história de Nemo, um peixe palhaço que acidentalmente se perde do pai (Marlin) e faz de tudo para voltar pra casa.  Nemo foi capturado por um mergulhador e levado para Sidney onde passou a viver confinado em um aquário, junto a outros peixes. A animação foi super bem vista pela crítica e ganhou várias indicações ao Oscar (entre elas, ao prêmio de Melhor Trilha Sonora Original).

Imagem2) Deus é brasileiro: Filme lindo, com uma fotografia maravilhosa (do Affonso Beato) e com uma história encantadora.  Baseado na obra de João Ubaldo Ribeiro e dirigido por Cacá Diegues, “Deus é brasileiro” conta a seguinte história: Deus (interpretado por Antonio Fagundes) está cansado e decepcionado com a humanidade e, por isso, decide tirar férias.  Antes de abandonar o posto, Ele precisa encontrar um substituto e decide procurá-lo no Brasil. Após uma longa e solitária viagem, Deus recebe a ajuda de Taoca (Wagner Moura), um esperto pescador. O filme também traz Paloma Duarte, Hugo Carvana e Stepan Nercessian no elenco.

Imagem3) Dogville: Esse filme é sensacional e espero, um dia, fazer uma publicação só pra ele. Posso estar enganada, mas acho que Dogville, dirigido por Lars Von Trier, é um clássico contemporâneo que usa e abusa do experimentalismo. Protagonizado por Nicole Kidman e divido em dez partes, “Dogville” conta a história de Grace, uma mulher desconhecida que chega a uma pequena cidade e pede por abrigo. Grace, que foge de gângsters, aceita trabalhar para os moradores por duas semanas, até que eles decidam se ela pode ficar definitivamente ou não. O tempo vai passando e Grace, ao invés de ser bem tratada, passa a ser explorada pelos moradores. O que eles não sabem é que ela guarda um segredo que pode colocar todos em risco.

Imagem4) Tudo o que uma garota quer: Há dez anos, Amanda Bynes ainda era uma garotinha doce e exemplar que faturava milhões. “Tudo o que uma garota quer” foi um estouro e a colocava no topo de ídolos teens junto a Lindsay Lohan e Hilary Duff. Dirigido por Dennie Gordon, o filme conta a história de Daphne Reynolds, uma menina que acaba de completar 17 anos e toma uma decisão radical: mudar-se para a Inglaterra e morar com o seu pai, Henry (Colin Firth), que conhece apenas por uma antiga foto. Henry é um importante político inglês e o seu cotidiano vira a vida de Daphne de cabeça para baixo.

Alguém tem que ceder 5) Alguém tem que ceder: Difícil não resistir a um par romântico formado por Diane Keaton e Jack Nicholson. O filme, dirigido e roteirizado por Nancy Meyers foi aclamado pela crítica, recebeu duas indicações ao Globo de Ouro e uma indicação ao Oscar (de melhor atriz, para Keaton). Nicholson interpreta Harry Sanborn, um executivo  que namora com Marin (Amana Peet), uma mulher que tem idade para ser sua filha. O casal decide visitar a mãe de Marin, Erika (Diane Keaton) e, pouco tempo depois de chegar lá, Harry sofre uma parada cardíaca e fica sob os cuidados médicos de Erica e Julian (Keanu Reeves). Aos poucos, Harry começa a se interessar por Erika e trava uma briga com Julian, que também quer namorá-la.

Adeus, Lenin!6) Adeus, Lenin! Esse filme é fantástico e tem um argumento genial. A trama se passa em 1989, na Alemanha e conta a história de Alexander (Daniel Bruhl), um ativista que é contra o governo socialista. Ironicamente, sua mãe, Sra. Kerner (Kathrin Sass) é uma professora que se identifica com o regime e condena o filho por suas ações. (Alexander a definia como: “casada com a pátria socialista”). Pouco antes de ver a queda do Muro de Berlim, a mãe de Alexander sofre um ataque cardíaco e entra em coma. Quando acorda, ela não faz ideia das mudanças sofridas pelo país. Para preservá-la e poupá-la do choque, Alexander faz de tudo para que a Sra. Kerner acredite que ainda vive em um país socialista.

Longe do Paraíso7) Longe do Paraíso: Outro dia estava pensando nesse filme, no quanto eu gosto dele e no quanto ele é lindo. Não bastasse ter uma bela fotografia, atuações maravilhosas, “Longe do Paraíso” (dirigido por Todd Haynes) apresenta uma história emocionante e complexa. A trama se passa em 1957. Cathy Whitaker (Julianne Moore) é uma dona de casa que aparentemente leva uma vida perfeita. No entanto, seu marido, Frank (Dennis Quaid) esconde sua homoafetividade. Um dia, Cathy vai visitá-lo em seu escritório e o vê beijando outro homem. Abalada, Cathy encontra conforto em Raymond Deagan (Dennis Haysbert), um jardineiro negro. Sua proximidade com um homem negro levanta suspeitas da comunidade conservadora e ortodoxa em que vive.  Moore (que, aliás, estava grávida), levou o Oscar e o Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz.

Fale-com-ela-8) Fale com ela: Aqui, Almodóvar mostra toda a sua potencialidade, traz às telas uma trama repleta de conflitos humanos e existenciais. A história (muito inquietante, por sinal) se passa em Madri e gira em torno de Benigno (interpretado por Javier Cámara) um enfermeiro que é apaixonado por Alicia Roncero (Leonor Watling), uma bailarina que diariamente ensaia em um prédio em frente ao seu. Alicia sofre um acidente de carro e entra em coma, ironicamente ela é internada no hospital em que Benigno trabalha. Assim, ele estabelece uma relação amorosa/platônica com a paciente, ao mesmo tempo, faz amizade com Marco Zuluaga (Darío Grandinetti), um homem que vai constantemente ao hospital visitar sua namorada (uma toureira) que também está em coma.

Como-Se-Fosse-a-Primeira-Vez9) Como se fosse a primeira vez: Drew Barrymore e Adam Sandler, em uma comédia romântica super gostosa de assistir. Dirigido por Peter Segal, a trama se passa no Havaí e conta a história de Henry Roth (Sandler) um veterinário que se apaixona perdidamente por Lucy Whitmore (Barrymore). O problema é que Lucy sofreu um acidente de carro há anos atrás que a deixou com uma falta de memória: ela se esquece rapidamente de tudo o que faz. Henry então tem um desafio: conquistar Lucy dia após dia.

Meninas Malvadas10) Meninas Malvadas: E pensar que há dez anos atrás, Lindsay Lohan, Amanda Seyfried e Rachel McAdams encarnavam adolescentes irritantes que lutavam por popularidade no colégio. Já disse isso aqui anteriormente: esse filme foi um estouro (se tornou um clássico) e, apesar de ser um clichezão, é gostoso de assistir. Dirigido por Mark Waters e escrito por Tina Fey, o filme conta a história de Cady Heron (Lohan), uma adolescente de 17 anos que cresceu na África e sempre estudou em casa. Cady muda-se com os pais para os EUA e passa a frequentar a escola, mas enfrenta inúmeros problemas, a começar por Regina George, a chefe de um grupinho de garotas venenosas e totalmente superficiais.  Inusitadamente, Cady recebe o convite para fazer parte do grupo da Regina (“as poderosas”) e ela fica divida pois não que abandonar seus amigos impopulares.

as-horas11) As Horas: Eu sou apaixonada (apaixonadíssima com esse filme) e custei pra crer que ele já tem dez anos. Não bastasse um time fantástico de atores, de uma fotografia linda e de uma trilha sonora mais bonita ainda (feita pelo incrível Philip Glass), “As Horas” é daqueles filmes que te faz se emocionar sem esforço. (Espero não ter exagerado nos adjetivos, mas eu realmente gosto dele.)

Dirigido por Stephen Daldry (O leitor; Tão forte e tão perto), o filme se passa em três períodos diferentes e conta a história de três mulheres ligadas ao livro “Mrs Dalloway”: Virginia Woolf (Nicole Kidman), autoria do livro – que enfrenta uma depressão,  Laura Brown (Julianne Moore) uma dona de casa que planeja uma festa para o marido e Clarissa Vaughn (Meryl Streep) uma editora que vive em NY e tem um amigo chamado Richard (Ed Harris), um escritor que tem Aids e que está morrendo. Aliás, todas as personagens tem um quê “lésbico”…

narradores de jave212) Narradores de Javé: Eis a prova de que o cinema brasileiro (mesmo que essa gente chata diga que não, rs!)  tem seus acertos. Dirigido por Eliane Café, o filme – que é uma delícia de assistir – conta a história de uma pequena cidade que será submersa pelas águas de uma represa. Os moradores descobrem que a ‘inundação pode ser impedida se a cidade tiver um patrimônio histórico e por isso, decidem escrever a história da cidade (chamada Javé), mas encontram um grande problema: apenas um morador sabe escrever, o carteiro. “Narradores de Javé” foi bem recebido pela crítica, venceu vários prêmios, entre eles o de melhor filme no VII Festival Internacional de Cinema de Punta del Este.

grande menina, pequena mulher13) Grande Menina, Pequena Mulher: Dakota Fanning é uma atriz incrível. Outro dia eu estava assistindo um episódio de Friends, onde ela aparece: ainda pequenininha, dando um show de interpretação. Também gosto muito da Brittany Murphy, acho ela tão carismática em tela (pena mesmo ter falecido). Pois bem, Fanning e Brittany formaram uma dupla sensacional. Dirigido por Boaz Yakin, o filme conta a história de Molly (Murphy), uma jovem mimada que vive da fortuna deixada por seu pai, um astro do rock já falecido. Após perder toda a sua herança, Molly se vê obrigada a trabalhar como babá de Ray (Fanning), uma garotinha precoce, de apenas oito anos e não é lá muito amigável. Gosto muito desse filme e da música final…aliás, sempre choro no final…

Prenda-me se for capaz14) Prenda-me Se For Capaz: Filmão, daqueles que te prendem do início ao fim! (aliás, adoro essa capa). Dirigido por Steven Spielberg, “Prenda-me se for capaz” conta a história de Frank Abagnale Jr. (Leonardo DiCaprio) um golpista experiente e esperto que já se passou por médico, advogado e co-piloto (tudo isso com apenas 18 anos). Frank, que já realizou golpes milionários, só tem um problema: Carl Hanratty (Tom Hanks), um agente do FBI que faz de tudo para capturá-lo.

Os incríveis15) Os incríveis: Adoro animações e essa não podia faltar na lista. Produzido pela Disney e dirigido por Brad Bid, o filme conta a história de Roberto Pêra, um super herói aposentado que morre de vontade de voltar a ativa. Há quinze anos, Roberto se envolveu em um problema: impediu um homem de se matar. O homem não gostou, entrou com um processo e ganhou na justiça. A indenização custou caro ao estado e assim, Roberto foi forçado a abandonar a profissão para levar uma vida comum…

Acontece que não é só Roberto que tem super poderes e sim, sua família inteira! Sua mulher Helen é a famosa “mulher elástico” e seus três filhos também desenvolveram super poderes. A oportunidade de voltar a vida de herói surge um estranho vilão faz  um comunicado misterioso e convida Roberto para uma missão secreta em uma ilha remota. * Só pra constar, “Os Incríveis” é o mais longo filme de animação em computação gráfica já produzido até o seu lançamento.