Amok não me encantou muito, fiquei ligada na tela por causa da Fanny Ardant. Mesmo com a proposta super interessante, algo impediu que eu criasse empatia com o personagem principal. O filme foi produzido em 1993, dirigido por Joel Farges e baseado numa história criada de Stefan Zweig. A trama, que se passa em 1939, gira em torno de um médico alemão chamado Steiner que conta suas memórias à um grupo de viajantes enquanto prepara-se para sair de Goa para Conchin, no sul da índia.
Steiner, um médico alcoólatra e depressivo, conta para os companheiros como se deu sua queda, como deixou de ser um médico respeitoso para se transformar em um “zé ninguém”. Através de um flashback descobrimos que enquanto ele trabalhava em uma remota clínica em colônias portuguesas, connheceu uma encantadora mulher francesa (Elle, Fanny Ardant), por quem se apaixonou perdidamente, era uma mulher de traços “brancos e finos” que não via há muitos anos… No entanto, Elle era casada com um influente diplomatada português e para piorar, estava grávida de três meses. Steiner se surpreende quando Elle a procura e oferece uma fortuna para que ele realize um aborto. Apaixonado e atordoado, Steiner se nega a fazê-lo e oferece uma contra-proposta, tentando forçar Elle a transar com ele. (É… meio pesado né?)
Acho que esse é um dos grandes problemas do filme, tratar com indiferença uma situação tão obscura. O fato é que depois de se negar a se envolver com o médico e sentir-se completamente perdida, Elle não desiste de fazer um aborto e, depois de sofrer muito para tomar a decisão, vai fazê-lo em uma situação precária, com mulheres sem nenhum preparo médico. É claro, Dr. Steiner enlouquece com a ideia de não ter oferecido ajuda à amada, mas quando se dá conta… é tarde demais.