Uma manhã gloriosa

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Sou muito preconceituosa com capas de livros e não teria lido este se ele não estivesse dando sopa lá em casa. Mas as coisas são loucas e parece que certas leituras caem como luva na nossa vida, de certa forma, vivo m momento muito parecido com o da personagem principal.. “Uma manhã gloriosa”, livro escrito por Diana PeterFreund e baseado no roteiro de Aline Brosh McKenna, conta a história de Becky Fuller, uma jornalista que trabalha como produtora em um programa de TV matinal e é surpreendida com uma demissão. Em busca de um nova oportunidade, ela se muda para Nova York para encarar um desafio: fazer com que o Daybreak faça sucesso. O problema é que o Daybreak é um programa de péssima audiência, com poucos equipamentos e uma equipe que não se entende. A história virou filme em 2010, protagonizado por Rachel McAdams, Diane Keaton e Harrison Ford.

Por mais que o livro apresente uma história super previsível, algo me fez gostar muito dele. Primeiro pelo senso de humor da personagem principal, de sua busca pela independência. Becky é uma mulher jovem, mas com experiência no que faz… e mesmo assim  é sempre desacreditada pelos colegas. Segundo é que, como jornalista, entendo perfeitamente como esse ambiente é estressante. Fora a correria para colocar uma matéria no ar (e uma matéria que preste), há sempre muitas brigas de ego e uma enorme cobrança. Não é fácil, não mesmo!E este livro vem para brincar um pouco com isso, tirar o pano do mundo das ilusões.

Outro detalhe que me encantou é crítica em relação as diferenças salariais entre homens e mulheres que trabalham nesse meio. No caso, a diferença entre o salário entre os dois âncoras do programa é gritante: mesmo a mulher  sendo uma profissional maravilhosa e disposta a fazer qualquer coisa. Por mais que possa abrir caminhos, o filme não se destina a tratar o tema com seriedade. Também há uma discussão muito interessante (não profunda, mas legal) sobre a relação do jornalismo e do entretenimento, do velho e do novo jornalismo, das adaptações às redes sociais e da rapidez da notícia.

O Clube das Desquitadas

ClubedasDesquitadasSe eu fizesse uma lista com filmes a indicar para todas as minhas amigas, “O Clube das Desquitadas” estaria nela – na segunda posição. Antes só viria Thelma e Louise. Eu perdi as contas de quantas as vezes eu assisti esse filme e acho que não sei explicar a sensação boa que tenho quando o assisto. Tenho ele em dvd e é uma das minhas preciosidades. Existem muitos aspectos que me fazem gostar de “O Clube das Desquitadas” a começar por cinco das minhas atrizes favoritas: Goldie Hawn, Bette Midler, Diane Keaton, Stockard Channing e Maggie Smith.  – E sim, eu tenho muitas atrizes favoritas.

É incrível como elas possuem uma sintonia e como conseguem fazer histórias dramáticas parecerem tão engraçadas. Aliás, este é um mérito de quem concebeu a trama, fazer o público rir, mesmo diante de histórias tão tristes.  Hoje, estudando um pouco sobre a construção de arquétipos, vejo que esse filme tem tanto equilíbrio, exatamente por causa da boa construção dos personagens. Acho que no fundo, toda mulher (e talvez, todos os homens) possuem um pouco de cada uma das protagonistas.

Para quem nunca assistiu, acho que vale um breve resumo. Trata-se da história de stockard-channing-firstwivesclub-5quatro amigas que, na juventude, estudaram juntas. Anos depois, uma das amigas (a Cynthia) comete suicídio. No velório, Elise, Brenda e Annie se reencontram e descobrem que a vida de cada uma delas tomou rumos bem diferentes. No entanto, as quatro possuem algo em comum: foram traídas ou abandonadas por seus respectivos maridos.


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Não se trata de uma luta contra os homens, ainda que uma interpretação superficial nos faça entender isso. Acho que a história por trás de cada uma das personagens é muito mais complexa. A começar pela concepção errada (e muito difundida) de que ao amadurecer, a mulher perde o seu valor, seu potencial de sedução. Elise tem um problema muito evidente em relação à beleza. A quantidade de intervenções cirúrgicas demonstra (de uma forma muito ácida e engraçada) sua insegurança. Mas, afinal… qual é a mulher que não se preocupa em estar bela?  O fato é que somos ensinadas e sofremos uma certa pressão por estar belas. Não só as mulheres, os homens também! – Aliás, sobre a Elise, vocês sabiam que quem iria interpretá-la era a Jessica Lange? Mas, ela desistiu na última hora.

the first wiveA Annie por outro lado é aquele tipo de mulher que foi ensinada a se comportar. A não gritar fora de hora, a se desculpar todo o tempo. O mundo pode estar desmoronando, mas você precisa manter a pose. É mais fácil achar e dizer que está feliz, viver a aparência, do que reconhecer o fracasso. Não sou muito chegada nessa personagem porque acho ela um pouquinho histérica…

A Bette Midler, ah! Bette Midler… De verdade, eu amo essa mulher, as caras e Brendabocas que ela faz… e adoro a Brenda – me identifico, rsss. Vejo um crítica à concepção que encara as donas de casa de uma maneira pejorativa. Uma das amigas se tornou atriz em Hollywood e nem por isso, teve uma vida menos merda do que a da Brenda. A Brenda é o centro das piadas, é a gordinha, e “gordo sofre”. Praticamente todas as piadas envolvem o peso dela e, em certo ponto,ela passa a fazer piadas com o próprio peso – mas, com um tom bem sarcástico e delicioso.

And don’t tell me what to do
And don’t tell me what to say

Por fim, depois de tanto falar… acho que a mensagem final, transmitida por “You Don’t Own me“, música imortalizada na voz da Lesley Gore, diz muito e diz o necessário.  Não existe nada mais importante que a liberdade, e mulheres (e homens), se valorizem! 


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A Diane Keaton belo-horizontina

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Caminhando pelas ruas de Belo Horizonte me deparei com uma mulher idêntica a Diane Keaton. Idêntica não, porque seria um exagero. A pele clara, os óculos, o cabelo grisalho e escorridos, os olhos meio puxados e um semblante sério, mas doce. Era a Diane Keaton belo-horizontina, a Diane Keaton brasileira.

Percorremos o mesmo caminho e paramos no mesmo ponto de ônibus. Eu a observava e me perguntava, será que tiro uma foto? Ela olhava para a esquerda, na direção em que o ônibus e eu, ainda pensando com os meus botões, me perguntava: “Como será que ela se chama? Maria? Martha? Por ironia pegamos o mesmo ônibus e eu, ainda submersa naquela reflexão me perguntava: “O quê as Dianes Keaton tinham de diferente, se fisicamente (pelo menos) eram tão parecidas?”

Uma saboreou a glória hollywoodiana, se relacionou e foi a musa de um dos diretores mais famosos e influentes do mundo. É uma referência, amadureceu bem, provavelmente é rica…. A outra, no entanto… o quê dizer da outra? Permito-me imaginar. Tem dois filhos, trabalha como secretária, é casada, gosta de assistir TV nos fins de semana.

Sempre relacionei a Diane Keaton a imagem de uma mulher neurótica, solitária e estressada. Talvez por causa de um de seus filmes que mais me marcou, O Clube das Desquitadas. A belo-horizontina, por outro lado, não parecia nem um pouco estressada e nem um pouco triste. Era uma versão serena da Diane Keaton, uma versão mais humana.

Ela desceu do ônibus e eu segui o meu caminho.

Com certeza não se deu conta do turbilhão de coisas que pensei a seu respeito.

Filmes que completaram dez anos em 2013!

O tempo passa rápido pra caralho e nem sempre a gente se dá conta disso. Hoje o 9GAG fez uma lista com alguns filmes que foram produzidos há dez anos e eu me espantei com o fato de alguns deles estarem lá.  Roubei a ideia e fiz uma lista pessoal com quinze filmes que eu adoro e que em 2013, completaram dez anos de lançamento.

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1) Procurando Nemo: Pois é, há dez anos conhecíamos a doce e atrapalhada Dóris, que tinha uma péssima memória e sabia falar baleiês.  O filme da Disney, dirigido por Andrew Stanton, conta a história de Nemo, um peixe palhaço que acidentalmente se perde do pai (Marlin) e faz de tudo para voltar pra casa.  Nemo foi capturado por um mergulhador e levado para Sidney onde passou a viver confinado em um aquário, junto a outros peixes. A animação foi super bem vista pela crítica e ganhou várias indicações ao Oscar (entre elas, ao prêmio de Melhor Trilha Sonora Original).

Imagem2) Deus é brasileiro: Filme lindo, com uma fotografia maravilhosa (do Affonso Beato) e com uma história encantadora.  Baseado na obra de João Ubaldo Ribeiro e dirigido por Cacá Diegues, “Deus é brasileiro” conta a seguinte história: Deus (interpretado por Antonio Fagundes) está cansado e decepcionado com a humanidade e, por isso, decide tirar férias.  Antes de abandonar o posto, Ele precisa encontrar um substituto e decide procurá-lo no Brasil. Após uma longa e solitária viagem, Deus recebe a ajuda de Taoca (Wagner Moura), um esperto pescador. O filme também traz Paloma Duarte, Hugo Carvana e Stepan Nercessian no elenco.

Imagem3) Dogville: Esse filme é sensacional e espero, um dia, fazer uma publicação só pra ele. Posso estar enganada, mas acho que Dogville, dirigido por Lars Von Trier, é um clássico contemporâneo que usa e abusa do experimentalismo. Protagonizado por Nicole Kidman e divido em dez partes, “Dogville” conta a história de Grace, uma mulher desconhecida que chega a uma pequena cidade e pede por abrigo. Grace, que foge de gângsters, aceita trabalhar para os moradores por duas semanas, até que eles decidam se ela pode ficar definitivamente ou não. O tempo vai passando e Grace, ao invés de ser bem tratada, passa a ser explorada pelos moradores. O que eles não sabem é que ela guarda um segredo que pode colocar todos em risco.

Imagem4) Tudo o que uma garota quer: Há dez anos, Amanda Bynes ainda era uma garotinha doce e exemplar que faturava milhões. “Tudo o que uma garota quer” foi um estouro e a colocava no topo de ídolos teens junto a Lindsay Lohan e Hilary Duff. Dirigido por Dennie Gordon, o filme conta a história de Daphne Reynolds, uma menina que acaba de completar 17 anos e toma uma decisão radical: mudar-se para a Inglaterra e morar com o seu pai, Henry (Colin Firth), que conhece apenas por uma antiga foto. Henry é um importante político inglês e o seu cotidiano vira a vida de Daphne de cabeça para baixo.

Alguém tem que ceder 5) Alguém tem que ceder: Difícil não resistir a um par romântico formado por Diane Keaton e Jack Nicholson. O filme, dirigido e roteirizado por Nancy Meyers foi aclamado pela crítica, recebeu duas indicações ao Globo de Ouro e uma indicação ao Oscar (de melhor atriz, para Keaton). Nicholson interpreta Harry Sanborn, um executivo  que namora com Marin (Amana Peet), uma mulher que tem idade para ser sua filha. O casal decide visitar a mãe de Marin, Erika (Diane Keaton) e, pouco tempo depois de chegar lá, Harry sofre uma parada cardíaca e fica sob os cuidados médicos de Erica e Julian (Keanu Reeves). Aos poucos, Harry começa a se interessar por Erika e trava uma briga com Julian, que também quer namorá-la.

Adeus, Lenin!6) Adeus, Lenin! Esse filme é fantástico e tem um argumento genial. A trama se passa em 1989, na Alemanha e conta a história de Alexander (Daniel Bruhl), um ativista que é contra o governo socialista. Ironicamente, sua mãe, Sra. Kerner (Kathrin Sass) é uma professora que se identifica com o regime e condena o filho por suas ações. (Alexander a definia como: “casada com a pátria socialista”). Pouco antes de ver a queda do Muro de Berlim, a mãe de Alexander sofre um ataque cardíaco e entra em coma. Quando acorda, ela não faz ideia das mudanças sofridas pelo país. Para preservá-la e poupá-la do choque, Alexander faz de tudo para que a Sra. Kerner acredite que ainda vive em um país socialista.

Longe do Paraíso7) Longe do Paraíso: Outro dia estava pensando nesse filme, no quanto eu gosto dele e no quanto ele é lindo. Não bastasse ter uma bela fotografia, atuações maravilhosas, “Longe do Paraíso” (dirigido por Todd Haynes) apresenta uma história emocionante e complexa. A trama se passa em 1957. Cathy Whitaker (Julianne Moore) é uma dona de casa que aparentemente leva uma vida perfeita. No entanto, seu marido, Frank (Dennis Quaid) esconde sua homoafetividade. Um dia, Cathy vai visitá-lo em seu escritório e o vê beijando outro homem. Abalada, Cathy encontra conforto em Raymond Deagan (Dennis Haysbert), um jardineiro negro. Sua proximidade com um homem negro levanta suspeitas da comunidade conservadora e ortodoxa em que vive.  Moore (que, aliás, estava grávida), levou o Oscar e o Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz.

Fale-com-ela-8) Fale com ela: Aqui, Almodóvar mostra toda a sua potencialidade, traz às telas uma trama repleta de conflitos humanos e existenciais. A história (muito inquietante, por sinal) se passa em Madri e gira em torno de Benigno (interpretado por Javier Cámara) um enfermeiro que é apaixonado por Alicia Roncero (Leonor Watling), uma bailarina que diariamente ensaia em um prédio em frente ao seu. Alicia sofre um acidente de carro e entra em coma, ironicamente ela é internada no hospital em que Benigno trabalha. Assim, ele estabelece uma relação amorosa/platônica com a paciente, ao mesmo tempo, faz amizade com Marco Zuluaga (Darío Grandinetti), um homem que vai constantemente ao hospital visitar sua namorada (uma toureira) que também está em coma.

Como-Se-Fosse-a-Primeira-Vez9) Como se fosse a primeira vez: Drew Barrymore e Adam Sandler, em uma comédia romântica super gostosa de assistir. Dirigido por Peter Segal, a trama se passa no Havaí e conta a história de Henry Roth (Sandler) um veterinário que se apaixona perdidamente por Lucy Whitmore (Barrymore). O problema é que Lucy sofreu um acidente de carro há anos atrás que a deixou com uma falta de memória: ela se esquece rapidamente de tudo o que faz. Henry então tem um desafio: conquistar Lucy dia após dia.

Meninas Malvadas10) Meninas Malvadas: E pensar que há dez anos atrás, Lindsay Lohan, Amanda Seyfried e Rachel McAdams encarnavam adolescentes irritantes que lutavam por popularidade no colégio. Já disse isso aqui anteriormente: esse filme foi um estouro (se tornou um clássico) e, apesar de ser um clichezão, é gostoso de assistir. Dirigido por Mark Waters e escrito por Tina Fey, o filme conta a história de Cady Heron (Lohan), uma adolescente de 17 anos que cresceu na África e sempre estudou em casa. Cady muda-se com os pais para os EUA e passa a frequentar a escola, mas enfrenta inúmeros problemas, a começar por Regina George, a chefe de um grupinho de garotas venenosas e totalmente superficiais.  Inusitadamente, Cady recebe o convite para fazer parte do grupo da Regina (“as poderosas”) e ela fica divida pois não que abandonar seus amigos impopulares.

as-horas11) As Horas: Eu sou apaixonada (apaixonadíssima com esse filme) e custei pra crer que ele já tem dez anos. Não bastasse um time fantástico de atores, de uma fotografia linda e de uma trilha sonora mais bonita ainda (feita pelo incrível Philip Glass), “As Horas” é daqueles filmes que te faz se emocionar sem esforço. (Espero não ter exagerado nos adjetivos, mas eu realmente gosto dele.)

Dirigido por Stephen Daldry (O leitor; Tão forte e tão perto), o filme se passa em três períodos diferentes e conta a história de três mulheres ligadas ao livro “Mrs Dalloway”: Virginia Woolf (Nicole Kidman), autoria do livro – que enfrenta uma depressão,  Laura Brown (Julianne Moore) uma dona de casa que planeja uma festa para o marido e Clarissa Vaughn (Meryl Streep) uma editora que vive em NY e tem um amigo chamado Richard (Ed Harris), um escritor que tem Aids e que está morrendo. Aliás, todas as personagens tem um quê “lésbico”…

narradores de jave212) Narradores de Javé: Eis a prova de que o cinema brasileiro (mesmo que essa gente chata diga que não, rs!)  tem seus acertos. Dirigido por Eliane Café, o filme – que é uma delícia de assistir – conta a história de uma pequena cidade que será submersa pelas águas de uma represa. Os moradores descobrem que a ‘inundação pode ser impedida se a cidade tiver um patrimônio histórico e por isso, decidem escrever a história da cidade (chamada Javé), mas encontram um grande problema: apenas um morador sabe escrever, o carteiro. “Narradores de Javé” foi bem recebido pela crítica, venceu vários prêmios, entre eles o de melhor filme no VII Festival Internacional de Cinema de Punta del Este.

grande menina, pequena mulher13) Grande Menina, Pequena Mulher: Dakota Fanning é uma atriz incrível. Outro dia eu estava assistindo um episódio de Friends, onde ela aparece: ainda pequenininha, dando um show de interpretação. Também gosto muito da Brittany Murphy, acho ela tão carismática em tela (pena mesmo ter falecido). Pois bem, Fanning e Brittany formaram uma dupla sensacional. Dirigido por Boaz Yakin, o filme conta a história de Molly (Murphy), uma jovem mimada que vive da fortuna deixada por seu pai, um astro do rock já falecido. Após perder toda a sua herança, Molly se vê obrigada a trabalhar como babá de Ray (Fanning), uma garotinha precoce, de apenas oito anos e não é lá muito amigável. Gosto muito desse filme e da música final…aliás, sempre choro no final…

Prenda-me se for capaz14) Prenda-me Se For Capaz: Filmão, daqueles que te prendem do início ao fim! (aliás, adoro essa capa). Dirigido por Steven Spielberg, “Prenda-me se for capaz” conta a história de Frank Abagnale Jr. (Leonardo DiCaprio) um golpista experiente e esperto que já se passou por médico, advogado e co-piloto (tudo isso com apenas 18 anos). Frank, que já realizou golpes milionários, só tem um problema: Carl Hanratty (Tom Hanks), um agente do FBI que faz de tudo para capturá-lo.

Os incríveis15) Os incríveis: Adoro animações e essa não podia faltar na lista. Produzido pela Disney e dirigido por Brad Bid, o filme conta a história de Roberto Pêra, um super herói aposentado que morre de vontade de voltar a ativa. Há quinze anos, Roberto se envolveu em um problema: impediu um homem de se matar. O homem não gostou, entrou com um processo e ganhou na justiça. A indenização custou caro ao estado e assim, Roberto foi forçado a abandonar a profissão para levar uma vida comum…

Acontece que não é só Roberto que tem super poderes e sim, sua família inteira! Sua mulher Helen é a famosa “mulher elástico” e seus três filhos também desenvolveram super poderes. A oportunidade de voltar a vida de herói surge um estranho vilão faz  um comunicado misterioso e convida Roberto para uma missão secreta em uma ilha remota. * Só pra constar, “Os Incríveis” é o mais longo filme de animação em computação gráfica já produzido até o seu lançamento.

Crimes do Coração

Na minha ânsia de assistir os filmes de Jessica Lange e correr para comentar no LA AMORA, vi o trailer de “Crimes do Coração” de 1986 pelo Youtube. Em um dos comentários diziam: “Fuja dos filmes dirigidos por Bruce Beresford”. Bom, foi uma pena não ter dado ouvidos ao comentário – não vou generalizar, até porque não vi outro filme de Beresford (nem mesmo Conduzindo Miss Daisy – mas digo com toda veemência que “Crimes do Coração” é um filme mediano.

Crimes do Coração

Antes mesmo de toda essa história de gostar da atriz, esse era um dos filmes que estavam na minha lista. Sempre achei que um longa que junta Jessica Lange, Sissy Spacek e Diane Keaton teria todas as disposições para se tornar um clássico, principalmente por apresentar a possibilidade mais sublime de dramatização.

A história em si é bem interessante e o roteiro (ainda que fraco) possui pontos que chamam a atenção: o problema é o resultado, a junção que não deu certo – ficou inacabado, com um ar de quero mais. Em suma, a sensação que tive no final foi de que perdi meu tempo. A história é a seguinte:

“Lennora Josephine Magrath (Diane Keaton), Margaret Magrath (Jessica Lange) e Rebeca Magrath Botrelle (Sissy Spacek) são irmãs com personalidades e modos de vida bem diferentes. Elas se reúnem quando a mais jovem, Rebeca, atirou no marido dela, Zackery (Beeson Carroll). A irmã mais velha, Lennora, cuida do avô delas e está se transformando em uma empregada, enquanto Margaret tenta fazer carreira em Hollywood como atriz e cantora e teve uma vida intensa, preenchida por muitos homens. O encontro delas causa muita alegria, mas também muitas tensões.”

Algumas coisas vão se encaixando ainda que vagarosamente. Aos poucos você entende que o comportamento agressivo de Margaret é reflexo do trauma profundo que sentiu ao encontrar a mãe morta (enforcada, junto com um gato amarelo).  E que essa morte provocou marcas em todas as três, mas de formas e intensidades bem diferentes. É absolutamente normal que a personalidade das três sejam diferentes, afinal: são idades e perspectivas distintas.  As atuações são ótimas, um aplauso especial para Keaton.

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Desde que vi “O Clube das Desquitadas” ligo Diane Keaton a uma mulher tímida, insegura e problemática: parece que essas características ficaram tão marcadas que se repetiram inúmeras vezes na carreira dela.  Ok, Lennora veio bem antes do Clube, mas ela guarda os mesmos resquícios e para mim é uma das personagens mais interessantes. Por que ficou em casa cuidando do avô? Por que não namora? Lennora tem uma solidão que esvai pelos olhos, se refugia nas velhas manias da avó de cuidar do jardim. {Talvez} Por ser a mais velha, poderia ser o ponto de equilíbrio da família, mas diante das situações: está muito longe disso.

 Só não me digam, por favor, que esse é um “drama feminista” (foi o que eu li no Filmow e discordo bastante). Conta a história de mulheres, mas não é um longa feminista. Ele retrata uma mulher desiludida com a vida porque não casou, outra que é infiel (e que merece ir a cadeia) porque tentou matar o marido e depois foi fazer limonada e de outra que é uma mulher linda, porra-louca e que encanta os homens e depois os abandona. Durante todo o filme, o diretor nos dá motivo para culpá-las, entende?

Se me permitem uma última observação, fiquei surpresa em um dos momentos do filme. Rebeca conta para a irmã mais velha que traiu o marido com jovem de 15 anos. A resposta de Margaret é tão surpreendente que quase me fez cair da cadeira: “Mas ele é negro! Já pensou no que isso pode representar para você?” Na boa, eu achei que ela diria: Ele é menor de idade, isso é pedofilia! hahaha… Mas não, a reação foi totalmente diferente.