
Enrosca-se nessa teia construída de temor e solidão. Morda a própria língua ao gritar que ama alguém de forma visceral e reconheça que sua maior fraqueza é tentar impedir – em tempos de socorro – que sua piedade e sanidade quase profana destrua sua vida e seus sonhos. Junte seu dinheiro e aos poucos, jogue-os de um prédio, durma dura em uma cadeira de hospital. Sente-se na rua e sangre, e morra. E se envergonhe, se culpe. A culpa é sua mesmo e não dá pra sentir pena. Não existe bondade nos dias de hoje, sacrificar-se é mostrar-se tão imperfeito quanto qualquer outro. Te amo, te odeio! Rasgue sua alma, corte seu cabelo e anteceda ao som. Durma tremendo, de medo e de frio. Aquecer-te? Só a desgraça que você mesma construiu e que implora que a abandone a cada passo que dá, atrás. Morra! Morra, mas não me leve junto, porque mesmo na abundância, mesmo no nojo, no vômito, no sono… mesmo assim, eu vou pra frente e juro, nunca mais vou te condenar por ficar.