O vale do amor

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Tô em falta com a Isabelle Huppert, foram lançados muitos filmes novos com ela e eu não assisti. Hoje baixei “O vale do amor”, filme de 2015, dirigido por Guillaume Nicloux (também diretor em “A Religiosa” e em “Sozinho contra todos”). O filme fala sobre reencontro, arrependimento e morte… é bem levinho, ainda que tenha temas tão complexos. Boas interpretações, um lindo cenário, uma boa trama… mas nada tão marcante que faça deste filme algo inesquecível.

Isabelle (interpretada por Huppert) e Gerard (interpretado por Gerard Depardieu) se reencontram depois de sete anos em um lugar chamado “O vale da morte”. O encontro foi provocado pelo filho do casal, que se suicidou. Em uma carta, ele solicita que os pais visitem alguns lugares específicos, para que ele possa voltar (mesmo que por pequenos instantes). O estranhamento entre o casal se dá logo no início, além das trocas de acusações há muita culpa e ressentimento envolvido.

O filme é fundamentalmente diálogo, é através da conversa dos dois que descobrimos como se deu o suicídio do garoto e os possíveis motivos. Era gay, foi abandonado pela mãe ainda criança e deixado em um internato pelo pai, ou seja, totalmente negligenciado. Enquanto isso, os pais continuaram a vida… o pai trabalhando, a mãe se casou novamente e teve outros filhos.

Achei muito legal o trabalho de metalinguagem, o fato dos personagens terem o mesmo nome dos atores e de serem atores, impossível não fazer uma ligação com a realidade, e também quase impossível não relembrar os filmes em Isabelle e Gerard trabalharam juntos.

A trama é envolvente, tem um certo suspense e até um humor (muito sutil), fiquei tentando desvendar alguns possíveis indícios da volta do garoto (como o cachorro correndo no deserto e as manchas na perna de Isabelle), ao mesmo tempo em que esses indícios possuem um tom espiritual, leva-se em conta de que os personagens estavam em lugar muito quente (que chegava a 60 graus) , o que provocaria possíveis alucinações.

Nathalie X

nathalie_x_posterSou apaixonada com a Fanny Ardant, acho que ela e a Marisa Paredes possuem uma beleza muito semelhante – um charme que me remete à Joan Crawford também. É aquele elegância incontestável e um ar meio andrógeno e sensual. Na última semana, com a visita da Jéssica, conversamos sobre cinema, e a Fanny entrou em pauta. Ficamos relembrando alguns filmes dela… me toquei que escrevi muito pouco sobre ela por aqui, que nem comentei sobre sobre “Nathalie X”, um filme produzido em 2004 e dirigido por Anne Fontaine, do qual ela participa – e que eu adoro!

Lembram de “O Preço da Traição”, protagonizado pela Julianne Moore, Amanda Seyfried e pelo  Liam Neeson? Pois é, “O Preço da Traição” é uma refilmagem de Nathalie X, mas diferente do primeiro, é muito mais “sexual” do que “sensual” – se é que posso usar esses termos, quero dizer, a versão americana é mais explícita… No caso, na versão francesa, os protagonistas são Fanny Ardant, Emmanuelle Béart e Gérard Depardieu – e existe um suspense muito maior e as pequenas dicas são dadas pelas entrelinhas.

Bom… a trama conta a história de Catherine (Ardant) e Bernard (Depardieu), casados há18366724.jpg-r_640_600-b_1_D6D6D6-f_jpg-q_x-xxyxx 25 anos e com uma vida “perfeita”. Tão perfeita que ficou monótona e sem graça. Um dia Catherine descobre que Bernard está tendo um caso e, decepcionada, contrata uma prostituta para seduzir seu marido e descobrir suas preferências sexuais. No fundo, me parece que a Catherine entrou em crise porque julgava conhecer o marido muito bem…

Ao longo da investigação, Nathalie começa a ter encontros secretos com Catherine para lhe contar detalhadamente as confissões de Bernard e o que faziam. As duas criam uma confusa relação de dependência e desconfiança…

filmes_4186_Nathalie06Nathalie X é um filme obscuro, e muito enigmático. A Emmanuelle Beart está tão misteriosa! Ao mesmo tempo ela transparece uma timidez e uma segurança absurda, difícil não ficar vidrado. Ah! E ela e Fanny possuem um química invejável. É engraçado porque a gente meio que “desconfia”do que se passa, no fundo a gente sabe que as duas possuem uma atração mútua. Mas nada disso é dito, nada disso é explícito… a gente meio que se sente um voyer.

Nathaliex