10 filmes sobre adoção

Está em busca de filmes sobre adoção? Dá uma olhadinha nesse post!

Ontem uma colega me pediu uma dica, disse que precisava de nomes de filmes sobre adoção pois queria assistir com umas crianças do colégio. Imediatamente lembrei de alguns, mas percebi que nunca prestei atenção sobre o tema.

Em princípio, a ideia me pareceu fácil, mas quando fomos (juntas) colocar os títulos no papel conseguimos nos lembrar de apenas dez. E, aliás, nem todos são infantis (o que me deixou um pouco frustrada). Relendo os títulos, não duvido que existam filmes mais apropriados…de qualquer forma, foi assim que a listinha ficou, dêem uma olhada:

1) O MENINO DE OURO

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Não sou muito fã desse filme porque além de inverossímil, carrega – em exagero – muitos clichês relacionados a drama familiares. Ainda assim, ele encabeça a lista porque é uma boa escolha para quem quer discutir adoção com uma criança. Além disso, o filme transborda humor, amor e magia e pode servir como passatempo.

Menino de ouro” é um filme de 2011, dirigido por Jonatah Newman, protagonizado por Toni Colette, Maurice Cole e Ioan Gruffudd. A trama conta a história de Alec e Zooey, um casal traumatizado pela morte de seu único filho. Anos depois do acidente eles decidem adotar uma criança e fazem uma rápida visita a um orfanato, lá avistam um menino lindo chamado Eli, mas não o levam para casa.

Pouco tempo depois, Eli (que tem apenas sete anos) aparece inesperadamente na porta deles e afirma que a partir daquele momento serão uma família. Mesmo relutantes (já que não assinaram nenhum papel de adoção) o casal aceita Eli na casa. A chegada do garoto que provocas inúmeras surpresas e transformações na vida do casal.

2) O DESTINO DE UMA VIDA

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Há algum tempo comentei sobre esse filme no La amora (confira!) e o coloco na lista porque merece atenção.  O destindo de uma vida (Losing Isaiah, 1995) é um daqueles dramalhões que te prendem do início ao fim. O longa, conta a história de Khaila (Hale Berry), uma viciada em drogas que abandona o filho em um lixão.

Por sorte, o garoto é salvo e vai parar no hospital. Lá, a assistente social Margaret (Jessica Lange) emocionalmente abalada pelo caso, decide adotá-lo. Passam-se dois anos, Khaila se reabilita e descobre que o filho,  o pequeno Isaiah está vivo e então, decide recorrer à justiça por sua guarda. Ao longo da trama, a briga pela criança se torna também um a briga racial.

3) A ESTRANHA VIDA DE TIMOTHY GREEN 

A estranha vida de Timothy

Esse filme tem uma fotografia belíssima, é muito fofo e cheio de lirismo (aliás, tem uma pegada bem parecida com “Menino de Ouro” só que sem os exageros). A produção, dirigida por Peter Hedges, conta a história de Cindy e Jim (interpretados por Jennifer Garner e Joel Edgerton), um casal que já tentou de tudo, mas que não consegue ter filhos. Um dia os dois escrevem todas as características que gostariam que uma criança tivesse, colocam numa caixa e a enterram no quintal.

Na manhã seguinte aparece na porta da casa um menino – já crescido – chamado Timothy Green. O garoto, além de ter misteriosas plantas crescendo em seus pés, possui todas as características que Cindy e Jim colocaram na caixa. Encantados, Cindy e Jim o levam para casa e passam a tratá-lo como filho, a medida em que cresce, Timothy transforma a vida de todos ao seu redor.

4) MEU MALVADO FAVORITO 

Meu malvado favorito

Imperdível, encantador, delicioso! “Meu Malvado Favorito” é uma animação de 2010 que conta a história de Gru, um homem estranho que tem a ambição de ser o maior vilão do mundo.

Enquanto disputa com Vetor pelo posto, Gru conta com a ajuda dos minions (uma multidão de bichinhos doidos, engraçados e amarelos!). Um dia, Gru se depara com três meninas orfãs que tentam lhe vender biscoitos, para não ser incomodado Gru as adota. Aos poucos ele vai sendo conquistado pelas garotas e começa a questionar seu plano maléfico de roubar a lua.

5) O PEQUENO STUAR LITTLE

Stuart Litlle

Me sinto um pouco velha quando penso que assisti esse filme no cinema, quando tinha oito anos…anyway.  O pequeno Stuart Little tem uma daquelas lições deliciosas de que o amor e a união vencem no final, mesmo que um membro da família seja um rato.

Produzido em 1999 e dirigido por Rob Minkoff, o filme conta a história do Sr e da Sr. Little, um casal que decide adotar uma criança e dar um irmãozinho para George. Um dia, os Little vão a um orfanato e se deparam com um rato que foi abandonado por seus pais e decidem adotá-lo. A chegada do pequeno traz muitas confusões para casa, a começar por Snowbell, o gato da família e por George, que não o aceita.

6) JUNO

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Juno aborda diversos assuntos complexos (como gravidez na adolescência, barriga de aluguel e adoção) sem deixar que nenhum desses temas seja representado superficialmente, por isso o seu mérito.

Produzido em 2007 e dirigido por Jason Reitman, o filme conta a história de uma jovem de 16 anos que engravidou acidentalmente e não sabe se deve criar a criança, abortar ou doá-la. Sem o apoio dos pais, nem do namorado, Juno pensa em abortar mas logo desiste da ideia. Com a ajuda de uma amiga procura por uma família perfeita para seu filho e acaba conhecendo Vanessa (Jennifer Garner) e Mark (Jason Bateman), um casal financeiramente estável que não consegue engravidar.

7) MATILDA 

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Não sei se preciosa falar muito sobre esse filme, afinal… é um clássico!

Matilda é um filme de 1995, dirigido por Danny DeVito. A trama conta a história de uma garotinha esperta e muito inteligente (ávida por conhecimento) que tem pais sem um pingo de paciência com crianças.

Eles a mandam para uma escola que é dirigida pela cruel Agatha Trunchbull. A presença da professora Srta. Jennifer Honey faz com que a vida das crianças naquela escola fique mais ‘doce. A professora Honey logo percebe que há algo diferente com a garotinha e faz de tudo para ajuda-la. Entre travessuras e momentos divertidíssimos, a pequena descobre que possui poderes mágicos e decide usa-los para combater a monstruosa diretora.

8) UMA FAMÍLIA INESPERADA 

Uma familia inesperada

Assisti esse filme há muito tempo, muito tempo mesmo, mas ficou grudado na memória. Em princípio não ia colocá-lo na lista porque tinha a impressão que seria difícil encontrá-lo, mas fazendo uma pesquisa rápida, descobri que ele é fácil de achar – inclusive, está disponível no Youtube (com legendas em português).

Na trama, Stockard Channing interpreta Barbara Whitney, uma mulher independente que namora um pintor e não é muito chegada em crianças. Um dia, sua irmã aparece e pede que ela cuide de seus filhos já que não sente amor por eles e não tem nenhum pingo de responsabilidade.

Preocupada com as crianças, Bárbara as leva pra casa e se vê em um beco sem saída porque não faz ideia de como cuidar delas. Ao longo do tempo, Barbara cria um laço de amor com os meninos e começa a se dar bem com eles. Inesperadamente,  a irmã de Bárbara volta e tentar recuperá-los. Desesperada, Bárbara trava uma batalha judicial para impedir que sua irmã leve seus filhos embora.  (Produzido em 1996 e dirigido por Larry Elikann).

9) CHÁ COM MUSSOLINI  

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A primeira vez em que vi esse filme, achei muito chato… Depois revi e fui prestando atenção nos detalhes, no cuidado com o cenário e com a reconstrução de época, além as atuações belíssimas (palmas para Maggie Smith!) e dos diálogos marcantes.

É um filme que vale a pena! A trama conta a história de Luca Innocenti, um menino que perdeu a mãe muito cedo e que não é reconhecido pelo pai (já que nasceu “fora do casamento”).

Lucas acaba sendo criado por sua babá Mary e ao longo dos anos, desenvolve um apreço pela arte (principalmente pela influencia de Elsa, uma americana colecionadora de quadros). As mulheres que o cercam vivem comentando sobre política, fazem críticas ferozes quanto a sociedade e debatem acerca da situação do país. (Filme de 2000, dirigido por Franco Zeffirelli.

10) UM SONHO POSSÍVEL 

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Dei uma pesquisada na internet e acho que esses três sites podem ajudar em boas dicas sobre filmes relacionados a esse tema:

* Filhos Adotivos

* Portal da Adoção

*Angaad (Associação Nacional dos Grupos de Apoio à adoção)

O destino de uma vida

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O Destino de uma vida (Losing Isaiah, 1995) é um daqueles dramalhões que te prendem do início ao fim. O longa conta a história de Khaila (Halle Berry), uma viciada em drogas que abandona o filho em um lixão. Por sorte, o garoto é salvo e vai parar no hospital. Lá, a assistente social Margaret (Jessica Lange) emocionalmente abalada pelo caso, decide adotá-lo. Passam-se dois anos, Khaila se reabilita e descobre que o filho, o pequeno Isaiah está vivo e então, decide recorrer à justiça por sua guarda.

É uma pena que um filme desses não seja tão fácil de encontrar para download na internet. Por sorte, volta e meia, ele é transmitido na TV a cabo pelo Telecine. O time de atores chama atenção (Samuel L. Jackson, David Strathairn, Cuba Gooding Jr.), mas o destaque da trama vai para Marc John Jefferies (o Isaiah) que garante grande parte da doçura do filme. O jovem ator nos envolve desde a primeira cena em que aparece nos ombros do pai adotivo conversando sobre futebol. A intimidade que o pequeno conquistou com os outros atores praticamente transborda pela tela e é impossível não ser cativado.

o fofo do Marc John Jeffries, no papel de Isaiah.
o fofo do Marc John Jeffries, no papel de Isaiah.

Particularmente, gosto muito do trabalho técnico realizado na abertura. A câmera em plongeé mostra toda a cidade de cima e o barulho de sirenes nos dá o indício de que algo está acontecendo. De repente, vemos uma Halle Berry irreconhecível, com o rosto ferido e cabelo desgrenhado, tentando alimentar seu pequeno bebê. A câmera subjetiva aumenta nossa inserção em seu desespero, em sua incontrolável vontade por mais uma dose. Em sua loucura provocada pelo vício, Khalia deixa o pequeno Isaiah no lixo em busca de crack. Na sequencia, o espectador fica com o coração na mão: na tela, vemos a imagem do pequeno bebê, quase sendo amassado pelo caminhão de lixo.

Margaret acompanha de perto o pesadelo vivido por Isaiah. No início tenta se distanciar, mas aos poucos cria uma relação protecionista. Depois de uma longa conversa com o marido e com a filha, decide que irá levar o bebê para casa. Um dia, sua colega de trabalho a adverte: pergunta a Margaret o que ela faria se uma assistente social se envolvesse em um dos seus casos e resolvesse adotar a criança. Sem pestanejar, Margaret responderia que a faria desistir.

Khalia, por outro lado acaba presa por roubar comida em uma loja. Todo o processo de reabilitação inicia-se naquele ambiente hostil que é a prisão. Junto a outras mulheres se vê obrigada a comparecer em sessões de terapia onde revela suas dores mais profundas. Depois de dois anos e já de volta as ruas, Kahlia começa a trabalhar como babá e visita constantemente uma assistente social. Em uma cena belíssima, a assistente pergunta a Kahlia se ela está lendo o livro que lhe foi indicado. Ela faz com que Kahlia leia em voz alta, mas aquela passagem a deixa muito emocionada, Khalia chora com muita dor e finalmente revela que perdeu um filho.

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O processo de adaptação de Isaiah à família de Margaret não é tão fácil. Em consequência as drogas que a mãe utilizava, Isaiah também ficou viciado. Conforme é informado no longa, o garoto possui grande irritabilidade e déficit de atenção. Ele exige de Margaret dedicação ‘full time o que prejudica sua relação com Hannah, a filha mais velha. Em uma apresentação escolar de Hannah, Isaiah tem um crise e Margaret precisa de ausentar. Hannah fica chateada e reclama por não conseguir se aproximar da mãe.

Nesse meio tempo, a assistente social informa a Khalia que seu filho está vivo e que se ela realmente está interessada em tê-lo de volta, algumas mudanças terão que acontecer. Khalia arruma um novo emprego, aluga uma casa, melhora a aparência e se diz pronta para uma batalha. Quando Margaret e o marido são informados de que a mãe biologia de Isaiah quer sua guarda, há uma comoção muito grande. Margaret insiste que como assistente social, seguiu todos os procedimentos corretos a procurou por algum tempo, mas não teve resposta.

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Uma mãe negra, uma mãe branca:

A luta entre as duas mães rapidamente tornou-se uma briga racial. O maquiavélico advogado de Khalia (brilhantemente interpretado por Samuel L. Jackson), pergunta a Margareth se Isaiah possui algum brinquedo da sua cor: É claro que sim, ela responde, e também possui bonecos azuis, verdes e alaranjados. Ele então retruca: E com qual dele a criança irá se identificar, como o Muppet amarelo? Em outro momento, ele pergunta ao marido de Margareth com que frequência eles recebem negros para jantar ou se por acaso, possuem amigos negros. Ele responde: O pediatra de Isaiah é negro. O advogado então pergunta: E você o convida para a sua casa? Ainda em outro momento, o advogado pergunta quais livros Margaret lê para Isaiah e se em algum deles, o herói é negro.E ela responde que nunca leu um livro para ele onde o heroi fosse de fato, negro.

Para Khalia, Isaiah precisa conviver com outros negros para aprender a se defender. Ela insiste em colocá-lo em uma escola junto a outras crianças negras e exige que ele vá viver com ela. Segundo sua percepção, viver com uma mulher branca não faria Isaiah perceber a sua ‘condição racial. Nem conhecer historicamente sua raça. No banheiro do tribunal, as duas mães acabam se esbarrando e o diálogo entre as duas ilustra perfeitamente o tom dessa discussão tão complexa. Khalia diz que Isaiah não é como um cachorrinho de estimação que pode ser adestrado. Margaret retruca: eu não sei o que há de errado com o seu povo. “Com o meu povo?” Khalia pergunta.

Brincando no banheiro, Hannah e Isaiah dão as mãos. Um sobreposta a outra evidenciando a diferença entre as cores, Hannah pergunta: ‘O que há de diferente entre as nossas mãos? E Isaiah responde: a sua é maior do que a minha.

losing isaiahO rei Salomão e as duas mães

Há uma história religiosa sobre o caso do Rei Salomão e duas mulheres. O rei pediu sabedoria e humildade a Deus para poder discernir entre o bem e o mal. Deus então lhe garantiu que o faria, sem lhe dizer quando ou como. Um dia, duas mulheres se aproximaram dele e colocaram-se a discutir. As duas moravam na mesma casa e tiveram um filho praticamente no mesmo dia. No entanto, uma delas acabou adormecendo e deitou-se sobre a criança que faleceu. A outra criança continuava viva, mas não se sabia quem era a mãe. Uma afirmava que durante a madrugada, a outra trocou os bebês. A outra, por outro lado, disse que sua criança era a que estava viva e que toda aquela história era mentira. O rei Salomão então disse: Tragam-me uma espada e dividam a criança ao meio. A primeira mulher disse: Ah, senhor meu! Dai-lhe o menino vivo, e de modo nenhum o mateis. A outra, porém dizia: Nem meu, nem teu. Seja dividido!

Então respondeu o rei: Dai à primeira o menino vivo. De modo nenhum o mateis; esta é sua mãe.

“O destino de uma vida coloca” em jogo questões sociais complexas, mas evidencia o papel de um sentimento fundamental para uma relação familiar. Margaret questiona: Estamos falando de negros e brancos, mas e sobre o amor?

De fato, o tribunal se prendeu a uma discussão importante mas não fundamental: onde Isaiah encontraria o verdadeiro amor? Qual das duas iria lhe amar de verdade? O fato de Khaila tê-lo abandonado e depois se arrependido, significaria que ela não o amasse? Levamos para casa e para a vida esses questionamentos.