Idiocracia

IdiovraciaJoe Bauers é um homem burro. Tão burro que foi obrigado por seus superiores a trabalhar em um departamento onde nada lhe é exigido, nada lhe é perguntado. Um dia, ele é escolhido para participar de uma inusitada experiência militar, junto a ele, Rita – uma prostituta. Foram selecionados exatamente porque ninguém daria a mínima se os dois desaparecessem, Seus corpos foram hibernados e programados para despertar após quinhentos anos.

Quando Rita e Joe acordam, já no futuro, o mundo está completamente desordenado. As ruas estão imundas e as pessoas são tão idiotas que mal conseguem pronunciar as palavras direito, a humanidade regrediu. Nesse novo mundo, Joe e Rita são as pessoas mais inteligentes e chamam atenção pela esperteza. Diante de um problema sério, o presidente dos Estados Unidos contrata Joe como ministro e ordena que ele dê um jeito em diversos problemas em seu governo, entre eles o desemprego e a falta de comida.

costcoviewProduzido em 2006 e dirigido por Mike Judge, Idiocracia é um filme independente e de baixo orçamento, que brinca com a sociedade e constrói uma  crítica primorosa. Ainda que o desempenho técnico não seja tão grandioso, o humor negro se mantém intacto.

O mais interessante é que, conforme a visão crítica de Judge, daqui há quinhentos anos a humanidade mal conseguirá escrever, não irá valorizar a própria história,  será estúpida, politicamente incorreta e viverá praticamente  no meio do lixo. Isso tudo por casa da chamada “disgenia”,  que funciona como uma acumulação e perpetuação de genes defeituosos. É claro que é um visão pessimista, mas nos faz repensar na postura que tomamos diante de questões sociais que parecem banais, mas não são. Será que não estamos assistindo televisão demais? Será que lemos o suficiente?

Ficha Técnica
Título Original: Idiocracy
Ano: 2006
Gênero: Comédia
Diretor: Mike Judge
Duração: 84 minutos

A Mulher que escreveu a bíblia

A publicação de hoje é especial, porque é a primeira vez em que faço um podcast para o La Amora.  Estou me aventurando no campo da edição e vocês vão reparar que o áudio está meio picotado… De qualquer forma, vou continuar treinando e espero “chegar lá” um dia. O Podcast está linkado aí embaixo e é só clicar no play para ouvir a minha voz.

Segundo os anciãos, Deus criara primeiro o homem a partir do barro. Eu não tinha nenhuma objeção a essa humilde matéria-prima. Mas por que o homem primeiro, e não a mulher? E por que tinha a mulher sido criada de maneira diferente? A história da costela me parecia tola, para dizer no mínimo, ou talvez, até uma afronta, considerando a modéstia dessa peça anatômica. Decidi corrigir tais equívocos mobilizando para isso as minhas próprias fantasias. Criados, o primeiro homem e a primeira mulher enamoram-se loucamente um do outro, e aí transformam o Éden num cenário de arrebatadora paixão. Fodem por toda a parte, na grama, na areia, à sombra das árvores, junto aos rios. Fodem sem parar, como se a eternidade precedendo a criação nada mais contivesse que a paixão deles sob forma de energia tremendamente concentrada. O encontro dos dois era, portanto, uma espécie de Big Bang do sexo, muito Bing e muito Bang.”

ImagemEla era feia, mas escreveu o livro mais famoso do mundo.

Ela escreveu a Bíblia.

A mulher que escreveu a Bíblia, livro escrito por Moacyr Scliar e lançado em 1999, é um daquelas narrativas imperdíveis, que a gente lê rapidinho e pede por mais.  Scliar tem um desempenho invejável, consegue balancear humor e o drama sem complicação.

Além de apresentar um texto simples, Scliar mistura a linguagem coloquial e a linguagem erudita sem nenhum medo. Ele também brinca com o sagrado e o profano de maneira corajosa, sem rodeios. A personagem principal, que aliás, não tem nome, é uma mulher encantadora, inteligente e sagaz. Infelizmente, em seu contexto, ela é feia, feia que dói e essa característica física causa grandes transformações em sua vida. O engraçado é que ela tem um instinto sexual muito grande, mas não consegue satisfazê-lo por que não encontra um companheiro que corresponda seus desejos, que “apague o seu fogo”.

A história se passa no século X (a.C.) e relata o caso de uma mulher, filha do chefe de uma vila, que descobre acidentalmente que é muito feia. Por uma boa ação de um senhor que vivia no local, ela aprende a escrever. Sem nenhum pretendente, ela passa a frequentar uma montanha onde conhece um pastorzinho e se apaixona por ele. Infelizmente esse pastor tem um caso com a sua irmã, o que abala ainda mais a sua autoconfiança. Um dia, surpreendentemente, o Rei Salomão a pede em casamento.  Ela não nega e encantada com a ideia, muda-se para o harém do palácio onde convive com outras setecentas mulheres. Ela tenta se aproximar do rei, mas ele não sente nenhum desejo por ela, o fato de tê-la como esposa era por puro interesse: queria que ela escrevesse um livro, uma obra tão impressionante, que marcasse a humanidade.

Não entre em Pânico!

Nessa semana terminei de ler a “trilogia” de cinco livros escritos por Douglas Adams, obra que tem mais de 15 milhões de exemplares vendidos no mundo. Repleto de bom humor, o autor se aproveita de uma narrativa rápida e situações inimagináveis para envolver o leitor em um dimensão fantástica de ficção científica. O guia dos mochileiros das galáxias, não se restringe apenas a um público específico, qualquer um que esteja disposto a viajar nesse universo fantástico criado pelo autor tem a oportunidade de se divertir imensamente com tantas sátiras afiadas.

O projeto inicial do guia começou com uma série de rádio e, depois com uma compilação para fita cassete. Transformado em livro, tornou-se em um best seller mundial e foi parar na televisão inglesa e nos cinemas. Como personagem principal, o livro nos apresenta Arthur Dent, um terráqueo azarado, que escapa (por intermédio de Ford Prefect – um amigo de outro planeta que vivia na Terra disfarçado) da destruição do planeta. A viagem frenética dos aventureiros, sempre acompanhadas de perguntas como: “ Para onde iremos?”, “Onde estamos?”, fica mais interessante com a chegada de outros três personagens: Zaphod, Trillian e Marvin.

Marvin, o Robô paranoide.

Marvin é, sem dúvida, o meu preferido. O robô paranoide possui uma inteligência tão grandiosa que consegue realizar cálculos mais complexos e de forma ágil do que qualquer computador de última geração do mundo, mas sua inteligência é tão grande e tão incompreensível, que o robozinho vive deprimido porque não consegue se comunicar direito com ninguém. Os últimos que tentaram ouvi-lo ficaram loucos.

Uma das dicas do Guia é: “Não entre em pânico e carregue uma toalha”. Segundo o Guia, a toalha é um dos objetos mais úteis para um mochileiro, por sua praticidade (pode ser usado como agasalho nas frias luas de Beta de Jagla), ou para deitar-se embaixo dela sob as estrelas avermelhadas de Karkrafoon, ou mesmo agitá-la em situações de emergência. A busca do primeiro livro é tentar responder a pergunta fundamental para a vida, o universo e tudo mais. Através da criação de um computador supercapacitado, descobriram que a resposta é: 42 e que a pergunta não tinha sido bem elaborada.

Mas e o Guia dos Mochileiros das Galáxias, o que é?

. “O Guia dos Mochileiros das Galáxias – um livro que não é da Terra, jamais foi publicado na Terra e, até o dia em que ocorreu a terrível catástrofe, nenhum terráqueo jamais o visto ou sequer falado nele. Apesar disso é um livro realmente extraódinário (…) Em muitas das civilizações o livro já substituiu a grande Enciclopédia Galática como repositório-padrão de todo o conhecimento e sabedoria, pois ainda que contenha muitas omissões e textos apócrifos, ou pelo menos terrivelmente incorretos, ele é superior a obra mais antiga e mais prosaica em dois aspectos importantes: em primeiro lugar é terrivelmente mais barato e em segundo lugar, traz na capa, em letras garrafais e amigáveis,a frase: Não entre em pânico!”

 

A trilogia de cinco se constitui dos seguintes livros:

– O Guia dos Mochileiros das Galáxias

– O Restaurante no Fim do Universo

– A vida o Universo e Tudo Mais

– Até mais, e obrigado pelos peixes

– Praticamente Inofensiva

* Há uma continuidade, o sexto livro, “ E tem mais outra coisa” foi escrita por Eoin Colfer, autor da série Artemis Fowl.

No dia 25 de maio, os fãs carregam uma toalha o dia inteiro com eles, usando como capa, ou turbante, enfim, cada um carrega como deseja.  O dia foi eleito como uma homenagem ao autor que  faleceu em 25 de maio de 2001.  O Dia da Toalha é comemorado em vários países e cada vez mais difundido pela internet.