1)A outra história americana: Esse é um filme impressionante, tanto pela trama quanto por questões técnicas. Dirigido por Tony Kaye e protagonizado por Edward Norton, o filme conta a história de Derek (Norton), um homem que liderou, durante anos, uma gangue racista. Totalmente desgovernado, Derek passa a compartilhar mensagens de ódio, traz problemas para a família e se envolve em um assassinato. Após três anos na prisão, Derek sai em liberdade com uma cabeça totalmente diferente da que entrou, mas percebe que seu irmão mais novo (interpretado por Edward Furlong) seguiu seus passos e está prestes a liderar um novo grupo racista. Diálogos densos, fotografia incrível. Emocionante.
2) Ao Mestre com Carinho: Filme de 1967, protagonizado Sidney Poitier e inspirado na autobiografia de E.R. Braithwaite. Na trama, Poitier interpreta Mark Thackeray, um engenheiro frustrado que recebeu um convite para ministrar aulas em uma escola pública. Thackeray logo se desentende com a classe, que possui um comportamento agressivo e não o respeita. Diante da situação o professor decide não só ensiná-los as matérias escolares, como também dar-lhes uma lição de vida. Socialmente marcante, ‘Ao mestre com carinho’ é um obrigatório. Dirigido, roteirizado e produzido por James Clavell.
3) Histórias Cruzadas: Baseado na obra de Kathryn Stockett, o filme se passa na década de 1960, no Mississipi. Na trama, Skeeter (interpretada por Emma Stone) é uma jornalista inconformada com o racismo sofrido por duas empregadas negras, Aibileen (Viola Davis) e Miny (Octavia Spencer). Skeeter começa a escrever um livro sobre o cotidiano das empregadas e entrevista outras mulheres que passaram por situações semelhantes. O livro, chamado ‘The Help’, torna-se um escândalo e choca a vizinhança conservadora onde Skeeter vive. Doce e triste, um filme imperdível. Dirigido e roteirizado por Tate Taylor.
4) Preciosa: Impossível fazer uma lista dessas, sem citar esse filme. Ainda não que não seja um dos meus preferidos – acho muito exagerado, reconheço que Preciosa conta com atuações incríveis. Dirigido por Lee Daniels, o filme conta a história de Claireece “Preciosa” Jones (Gabourey Sidibe), uma adolescente negra e pobre de 16 anos que sofre abusos sexuais tanto do pai quanto da mãe. Preciosa, que tem um filho com síndrome de down, descobre estar novamente grávida. Para não ser expulsa do colégio, ela busca ajuda na orientadora social, Sra. Weiss (interpretada por Mariah Carey).
5) Mississipi em Chamas: Denso, dramático e assustador. Filme de 1988, dirigido por Alan Parker. Na trama, Gene Hackman interpreta Rupert Anderson e Willem Dafoe vive Alan Ward, dois agentes do FBI que investigam o assassinato de três ativistas. A trama se passa na década de 60 e é um retrato sobre as atrocidades cometidas pela Ku Klux Klan. Apesar de muito premiado (entre eles: Oscar, BAFTA e Globo de Ouro), o filme foi criticado por sua inconsistência histórica já que apresentou os agentes do FBI como heróis, quando na verdade, o FBI pouco defendeu os civis da região.
6) 12 Anos de Escravidão: Baseado em um romance autobiográfico, “12 anos de escravidão” conta a história de Solomon Northup, um homem negro e livre que viveu em Nova York no século XIX. Em 1841, Norhtup (que era um violinista conhecido), recebeu um contive: viajar para Washington, tocar em um circo e ganhar quase o triplo do seu salário. Durante a viagem, o músico é sequestrado e vendido como escravo.
Obrigado a trabalhar em uma plantação em Louisiana, Norhtup tenta fazer contato com sua família de todas as formas. Enquanto não consegue, presencia a barbárie e a violência sofrida por outros negros, que encontram-se em uma situação parecida com a sua. Em “12 anos de escravidão”, Steve McQueen (também diretor em Shame) toca em um ponto dramático da história da humanidade, é difícil (quase impossível) não se sentir sensibilizado quando o assunto é escravidão. Famílias separadas, dor, humilhação psicológica e física, racismo e tortura: um misto de ações e sentimentos que fazem o estômago embrulhar. Já vimos muitas histórias sobre esse tema, mas ’12 anos, diferente de Django Livre, por exemplo, traz uma história sincera sobre o terror, sobre o lado mais obscuro do ser humano. E aliás, acho fundamental esse papel que o cinema cumpre, de nos lembrar – ou melhor, de nos fazer ter consciência – da nossa história.
7) Homo Sapiens 1900: Imperdível. O documentário, de 1998, dirigido por Peter Cohen, constitui-se de uma narrativa (em forma de colagem, com fotos e vídeos) sobre a ‘eugenia’, ou seja, sobre o aprimoramento da raça humana. Homo Sapiens 1900 demonstra como a ciência e diversos estudos científicos estão marcados pelo racismo. Além disso, Cohen mostra como o facismo e o nazismo, como a Europa e o próprio EUA se basearam nessas teorias. Os nazistas, por exemplo, propagavam a ideia de ‘limpeza de pele’, de físicos perfeitos e da superioridade da raça ariana.
8) Hotel Rwanda: Filme de 2004, dirigido por Terry George. A trama reconstrói o Genocídio em Ruanda, ocorrido em 1994, época em que o conflito entre os hutu e os tutsi causou a morte de mais de 500.000 pessoas. A ‘guerra’ entre os dois grupos começou quando o presidente Juvenal Habyarimana foi assassinado em um atentado (logo após assinar um acordo de paz). Na história, Don Cheadle interpreta Paul, dono de um hotel que, diante da possibilidade de um massacre, tenta proteger a família. Nesse mesmo período, o hotel de Paul acaba se tornando abrigo para refugiados (não só civis, mas também militares e políticos).
9) Adivinhe quem vem para jantar: Spencer Tracy + Katherine Hepburn + Sidney Poitier = Clássico, com interpretações incríveis e, com uma história emocionante. Filme de 1967, dirigido por Stanley Kramer. Na trama, Hepburn e Tracy interpretam um casal que recebe em sua residência o noivo da filha, John Prentice (Sidney Poitier). O casal se choca e se incomoda com a cor de Prentice, que apesar de ser um bom homem, não corresponde aos ‘padrões’ impostos pelos sogros. O filme tem um roteiro ímpar, com toques de ironia que deixam os diálogos e as situações mais interessantes e cômicas.
10) A Cor Púrpura: Filme de 1985, de Steven Spielberg. Após ser violentada pelo pai, Celie (interpretada por Whoopi Goldberg), uma jovem de quatorze anos, dá a luz a duas crianças. Separada dos filhos e da irmã, que tanto ama, Celie começa a escrever cartas (primeiro para Deus e depois para a Natalie, uma missionária). Solitária e extremamente triste, Celie – com a ajuda de Shug e Sophia (Oprah), começa a perceber que pode mudar seu destino.