Leslye Headland errou na mão e errou feio. “Quatro amigas e um casamento”, apesar de apresentar um elenco interessante, possui diversas piadas de mal gosto e coloca os personagens em situações tão humilhantes que é difícil assisti-lo até o fim. A trama, que segue a premissa de “Se beber não case” é uma versão frustradada da franquia. O filme conta a história de quatro amigas que se conhecem desde o colegial: Becky (Rebel Wilson), Regan (Kirsten Dunst), Katie (Isla Fisher) e Gena (Lizzu Caplan). Becky, que é a gordinha da turma conta para Regan que vai se casar e a convida para ser sua dama de honra. Regan, uma mulher linda (que possui uma carreira de sucesso e um bom namorado) sente uma inveja enorme da “cara-de-porco” e não se empenha em ajudá-la a organizar o casamento. A presença de Katie e Gena também não melhoram em nada pois elas além de se drogarem pouco antes do casamento, estragam o vestido da noiva.
Fiquei me perguntando porque a ótima Rebel Wilson aceitou participar de um filme como esse. Becky, seu personagem, é constantemente humilhada por ser gorda e, mais do que isso, têm seu casamento boicotado pelas “amigas”. Em certo momento da trama (no mínimo estranho), as meninas pegam seu vestido e o levam em um clube de strip. Uma das dançarinas simplesmente esfrega sêmen nele e limpa suas partes íntimas com o pano. Não bastasse, sujam o vestido de sangue e se negam a comprar outro mais bonito porque acreditam que ela não merece “ser melhor do que elas”. A atmosfera do longa cria um enorme desconforto e é difícil crer que Becky tenha as aceitado como damas de honra. Particularmente, gosto de filmes que abusam do sarcasmo e exploram esse tipo de humor, o problema é que exageraram na dose e tudo me pareceu de um extremo mal gosto.
Outro aspecto estranho é o fato de usarem cocaína indiscriminadamente, passarem por situações constrangedoras (como vomitar na própria roupa, engatinhar, lamber o chão, cortar os pulsos) e agir como se isso não fosse, no mínimo, desagradável. Aliás, uma delas sofre overdose pouco antes do casamento e é difícil torcer para que o personagem se recupere. Talvez, por não ter gostado do filme, quase não tenha percebido a química entre Gena (Lizzu Caplan) e seu ex-marido, ainda mais quando ela afirma que ele a abandonou enquanto ela fazia um aborto (aos quinze anos de idade).
Kirsten Dunst (que apresentou pouca química em relação as outras atrizes) não precisava ter um filme como esses na carreira, completamente desnecessário.