Sobre cinema, bruxas e poções

Engraçado, repararam que eu estou com mania de fazer listas? Pois bem, então vamos a mais uma: Bruxas.  [Ok, eu sei que estamos longe do Halloween ou qualquer data do tipo, mas é que outro dia eu fiquei horas conversando com uma querida amiga sobre a fórmula: bruxas+ cinema e nos lembramos de diversos filmes e personagens relacionados ao tema. Eu também sei que existem inúmeras dessas listas iguais ou parecidas a essa em outros sites, mas me deixem divertir um pouco vai!].

1) A Bruxa Má do Oeste: “Voe, voe, voe!”Não é atoa que ela vem na primeira posição da lista. Em 1939, Margaret Hamilton imortalizava a ideia (muito explorada no cinema e na literatura) de que bruxas são feias e narigudas (é claro, aos poucos esse imagem foi mudando, mas demorou.) Em “O Magico de Oz”, filme mais famoso da Judy Garland, a Bruxa Má do Oeste tenta vingar a morte da irmã, a Bruxa má do Leste (que morreu esmagada por uma casa que apareceu do nada!). De quem era a casa? Isso mesmo, de Dorothy. Só pra constar, Margaret Hamilton leva mais uma vez o mérito, nenhuma atriz queria fazer a bruxa. Hamilton (que sempre era colocada em segundo plano, fazia papéis pequenos e chegou a passar necessidades pela falta de trabalho) aceitou logo de cara e, convenhamos, fez um trabalho inesquecível.

Bruxa do Oeste 2) Winie, Sarah e Mary: Eu já falei aqui (diversas vezes, eu sei!) do quanto adoro o “Abracadabra” e… Fala sério, é uma delícia de filme, não? A trama conta a história de três irmãs (famosas bruxas de Salem) que são ressuscitadas após 300 anos por dois adolescentes que se negavam a acreditar em “lendas do Haloween”. As irmãs enfrentam diversas dificuldades para se adequarem ao mundo contemporâneo e se unem para roubar a juventude de pequenas e indefesas criancinhas. Clássico da Disney!  [Aliás, a Bette Midler está sensacional, não tem como não se apaixonar pela Winie – minha preferida – ou por suas falas e trejeitos engraçados].

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Hocus Pocus3) Elvira (a Rainha das Trevas!): Cara, como eu adoro a Elvira (e como eu fico com raiva dessa nova geração que nem sabe qual é a do personagem – fiquei parecendo muito velha falando assim?). Cassandra Peterson estava linda e aliás, que peitos inesquecíveis. Elvira é sexy e decadente, e recebe uma inusitada herança: uma mansão que fica localizada em Fallwell, uma cidade pequena e repleta de pessoas conservadoras. A bruxa decide reformar a casa e vende-la para depois mudar-se para Los Angeles e realizar o sonho de ser famosa, mas nesse meio tempo, encontra diversos empecilhos: a começar pelo “Tio Vincent” que faz de tudo para roubar o seu livro de receitas. [Cena Memorável: Elvira tentando fazer uma sopa e, de repente, sai um bicho monstruoso da panela!]

eLVIRA4) Eva: “Segurem essa titiquinha!!!” . Se existe um filme de bruxas que me marcou, definitivamente seu nome é “Convenção das Bruxas”. Primeiro porque, desde “A Família Addams” eu nutria um amor lunático por Anjélica Huston e segundo porque toda vez que ele passava na Sessão da Tarde minha mãe me deixava faltar de aula para vê-lo  (eu realmente gostava muito).  O filme conta a história de Luke, um garotinho de dez anos que viaja com a avó para a Inglaterra após a morte de seus pais. Ao chegar no hotel, ele descobre que há uma estranha convenção acontecendo por ali. Diversas bruxas do mundo inteiro estão reunidas para receberem uma poção mágica que transforma crianças em ratos. Luke tenta avisar aos adultos sobre o que se passa, mas ninguém acredita nele até que o pequeno decide resolver a situação sozinho.

EVA5) Sally, Gillian, Frances e Jet. Já li diversas críticas negativas em relação a “Da magia à sedução”, pois eu… acho uma fofura! Sally (Sandra Bullock) e Gillian (Nicole Kidman) fazem parte de uma família de bruxas que foram “amaldiçoadas”: todos os homens com que se envolvem, morrem. Protegidas por suas velhas e excêntricas tias, as duas se vêem envolvidas em uma rede de paixões da qual não conseguem se desevencilhar. Enquanto Sally tenta levar uma vida normal ao lado de suas duas filhas, Gillian se envolve com um homem violento que coloca a segurança de sua família em risco.

da magia a seduçãotumblr_mvjzw8ivcz1slwpnwo1_5006) Minerva McGonagall: Não poderia deixar de citá-la, a professora McGobagall, interpretada por Maggie Smith: é meu personagem preferido na saga de Harry Potter, aliás, adoro os momentos em que ela se transforma em gata. Severa, justiceira e disciplinadora, Minerva acompanhou e ajudou o jovem Harry e seus amigos em diversos momentos, tornando-se um personagem muito querido. Gosto muito do trabalho da Maggie Smith nesse filme, poucos sabem que ela sofreu de câncer durante as filmagens e sentia dores terríveis na coluna. Nessa mesma época ela precisou sofrer uma cirurgia e por causa da doença se afastou definitivamente do teatro, coisa que a deixou muito abalado porque Smith sempre amou os palcos.

maggie smith 7) Sukie, Jane e Alex: O quê dizer de um filme que traz uma mistura de Susan Sarandon, Cher, Michelle Pfeiffer, Jack Nicholson, magia, sexo e humor?

tumblr_mj83o7mkOz1rtg76ko1_250susan sarandonDirigido por George Miller e produzido em 1987, “As Bruxas de Eastwick” conta a história de três amigas  que se reúnem todas as quintas-feiras para assistir filmes e fofocar, normalmente elas discutem sobre homens e sonham em encontrar um perfeito par romântico. Entediadas com a pacata vida que levam na pequena cidade de Eastwick e diferente dos moradores conservadores da redondeza, as amigas chamam atenção de Daryl Van Horne, um homem misterioso e extremamente rico, que acaba se envolvendo com as três (ao mesmo tempo!). É claro que o caso não passa despercebido pela vizinhança que faz de tudo para atrapalhar a vida do grupo. A medida que se envolvem com Daryl (que é, na verdade, o próprio demônio em pessoa), as mulheres passam a desenvolver poderes e fazem de tudo para satisfazer seus desejos.

10 filmes de comédia para assistir durante as férias

O título dessa publicação está um pouco sugestivo, mas a verdade é que esses são os filmes que eu assisti nas primeiras semanas das minhas férias e que eu adorei. Sou apaixonada por comédias (boas comédias) e não é de se espantar que volta e meia publico sobre filmes desse gênero aqui no La Amora. Segue a listinha que eu fiz:

Imagem1) Família do Bagulho: Apesar de receber um título questionável aqui no Brasil, “We’re the Millers” (Nós somos os Millers, em inglês) é uma comédia divertida, com uma trama no mínimo curiosa e com situações muito engraçadas. Produzido em 2012 e dirigido por Rawson Marshall Thurber (também diretor em “Com a bola toda” e “Usina dos sonhos”), o filme conta a história de David Clark (Jason Sudeikis), um vendedor de drogas que é obrigado pelo seu chefe (interpretado por Ed Helms) a viajar para o México e fechar uma negociação que envolve um grande carregamento de maconha.

Para passar despercebido, David decide formar uma “falsa” família e convida a stripper Rose O’Reilly (Jennifer Aniston) para ser sua esposa, a delinquente Casey (Emma Roberts) e seu vizinho Kenny (Will Poulter) para fingirem que são seus filhos. O filme é uma ótima pedida e possui situações muito engraçadas, sem forçar a barra e sem ser clichê. Jason Sudeikis está em sua melhor forma, irônico e descompromissado.

Imagem2) Até que a sorte nos separe: Tino (Leandro Hassum) e Jane (Danielle Winits) é formam um casal de classe média que sofrem uma drástica mudança na vida após ganharem cem milhões na loteria. O casal, que anteriormente enfrentava certas dificuldades financeiras, passou a gastar desenfreadamente e viver, com seus dois filhos, uma vida cercada de luxo e desperdício. O problema é que toda a ostentação leva Tino a falência e ele, após dez anos de riqueza, precisa aprender a economizar. Com ajuda do seu vizinho Adelson, um homem perfeccionista e solidário, Tino tenta reverter à situação e pagar as dívidas que fez com o banco. Porém Tino é pego de surpresa novamente quando descobre que sua mulher está grávida do terceiro filho e não pode sofrer nenhum tipo de trauma, dessa forma ele faz de tudo para esconder da mulher que estão falidos.

Há inúmeras discussões sobre o papel do gênero de comédia no cinema brasileiro. É inegável que filmes de humor vendem mais no país e atraem um publico gigantesco enquanto produções experimentais, alternativas e dramas, ficam em segundo plano. Apesar das inúmeras críticas ao gênero (e ao caminho que a indústria cinematográfica brasileira tem tomado) é difícil resistir à um filme tão interessante como esse. O fato é que Roberto Santucci acertou na mosca e trouxe a tona um longa que brinca com os sonhos de milhões de brasileiros e, de alguma forma, se aproxima da realidade. Só pra constar, Leandro Hassum está maravilhoso e leva o filme nas costas. Hassum é exagerado e provoca risadas assim que aparece em tela. Kiko Mascarenhas também merece destaque, assim como Danielle Winits que não deixa a peteca cair. Ótimo filme!

The-Family-poster-04Jun20133) A Família: Na primeira vez que eu vi esse filme (produzido em 2013 e dirigido por Luc Besson) eu fiquei puta da vida porque não consegui achar graça em nada. Revendo o longa outro dia, percebi que eu provavelmente não estava prestando atenção porque apesar do clichezão é possível dar umas risadas. “The Family” conta a história de Giovanni Manzoni (Robert De Niro), um ex-integrante da máfia italiana que entrou para o programa de proteção as testemunhas e, após algumas alterações, foi transferido junto a família para a França.

Sua mulher, interpretada por Michelle Pfeiffer e seus dois filhos, Belle (Dianna Agron) e Warren (John D’Leo) precisam se adaptar à nova vida, mas são extremamente violentos e pouco convencionais. Os hábitos da máfia voltam à tona e trazem problemas a Giovanni que é perseguido pelos antigos colegas que querem vê-lo morto. Há todo um exagero que faz com que o clima do filme fique mais engraçado, em uma cena, por exemplo, Maggie não consegue encontrar pasta de amendoim e como vingança explode o supermercado – WTF!!?

RED2 4) RED 2 – Aposentados e Ainda mais Perigosos: A sequência de RED mantém a ironia do filme anterior, tem muitas cenas ação, sátira e humor e o elenco está ainda mais rico. Além de levar o nome de grandes lendas do cinema americano (Helen Mirren, Bruce Willis, John Malkovich e Mary-Louise Parker) a segunda parte também traz Byung-Hun Lee, Antony Hoipkins e Catherine Zeta-Jones no elenco.  Gosto especialmente desse filme porque ele debocha do gênero e ao mesmo tempo, consegue equilibrar o suspense e o humor sem exagerar na dose.

Em RED 2, Bruce Willis volta a viver Frank, um ex-agente que tenta levar uma vida normal ao lado de Sarah (Parker), sua namorada. No entanto, o excêntrico  Marvin (interpretando pelo brilhante Malkovich) avisa a Frank que alguém vai tentar matá-lo. Frank, que a principio não dá a mínima para Marvin, é sequestrado e levado a um interrogatório onde é quase assassinado. Decido a tirar a namorada de perigo, Frank entra no jogo e se aventura em um viagem para descobrir quem quer matá-lo e porquê. Nesse meio tempo ele reencontra antigos parceiros, entre eles Victoria (Mirren) que surpreendentemente recebeu uma missão: matar Frank.

Universidade Monstros 5) Universidade Monstros: Se o primeiro filme (Monstros S.A.) é uma delícia, o segundo nem se fala. A animação, dirigida por Dan Scanlon, é uma retrospectiva dos anos de faculdade de Mike Wazowski e Sullivan, que antes de se tornarem funcionários na Monstros S.A. (e antes mesmo de conhecer a Boo) não se davam bem. Enquanto Mike era um jovem perfeccionista e estudioso, Sullivan só se interessava por esportes, era arrogante e não se preocupava em estudar.

Após um incidente em um importante teste, Mike e Sullivan precisam se unir para não serem expulsos da faculdade e por isso, decidem participar da Olimpíadas de Sustos. O problema é que a equipe que arrumam é composta por monstros desajustados e que não assustam ninguém. (Só pra constar, o segundo fica pé a pé com o primeiro, é divertidíssimo e te prende do início ao fim).

A MENTUIRA6) A Mentira: O filme é uma releitura de “A Letra Escarlate” e, com  dinamicidade, conta a história de Olive Penderghast, uma menina que criou uma grande mentira e acabou perdendo o controle sobre ela. Olive, uma estudante do ensino médio, disse para a melhor amiga – Rhi (Alyson Michalka) que saiu com um rapaz durante o fim de semana, quando na verdade ficou em casa. Marianne (Amanda Bynes), a garota mais carola e caxias da escola, escuta a conversa e deduz que Olive não é mais virgem, espalhando a historia por todo o colégio.

O pequeno boato transforma-se em um gigante problema e coloca a reputação de Olive em jogo. Pouco tempo depois, seu amigo gay (que já não aguenta mais ser zuado pelos amigos) pede que Olive o ajude a perder a fama de afeminado. Olive topa ajudá-lo e finge transar com ele, fazendo com que todos pensem que ele é heterossexual. Outros garotos (também desajeitados) descobrem a farsa e pedem o mesmo favor a Olive, que assume a personalidade de “vadia” e aceita falar que dormiu com os garotos em troca de pequenos favores.

Delícia de filme, muito diferente daquelas comédias adolescentes e bobas que a gente costuma assistir. É difícil imaginar outra atriz tão perfeita para o papel quanto Emma Stone, que dá um show de carisma. Will Gluck e Bert V. Royal (respectivamente o diretor e o roteirista do filme) foram extremamente sábios ao produzirem um filme engraçado, leve e sem apelação. Patricia Clarkson e  Nick Penderghast estão hilários como os pais sem noção da Olive.

Crood7) Os Croods: Delícia de filme, com gostinho nostálgico e perfeito para ser assistido junto a família. Produzido em 2013 e dirigido por Kirk DeMicco e Chris Sanders, ‘Os Croods’ se passa na pré-história e retrata o cotidiano de uma família liderada pelo pai, Grug, que morre de medo do mundo exterior e faz de tudo para proteger a família. Eep, filha adolescente de Grug, adora caçar e vive confrontando o pai, que não a deixa sair.

A vida dos Croods sofre uma grande transformação quando a caverna onde vivem é afetada por um “terremoto” (não sei se aquilo pode ser chamado de terremoto, então…) e eles não conseguem mais voltar para a caverna. Com a ajuda do aventureiro Guy, a família se desloca em busca de uma nova casa e acabam vivendo enormes aventuras.  – O filme é muito divertido e é uma gracinha!!! Adorei os personagens, principalmente a Vovó que é linha dura e a Eep, que foge do estereotipo das “princesinhas da disney” (esse filme não é da disney, mas tá) e é extremamente valente.

Jackss 8) Vovó sem Vergonha:  Quem é fã da série Jackass não pode perder esse filme! Johnny Knoxville, com toda a sua mistura de genialidade e imbecilidade, estrela o filme onde interpreta Irving Zisman, um senhor de 86 anos que, após perder a esposa, se reencontra com a filha que não via há tempos. Irving é pego de surpresa quando sua filha vai embora e o deixa sozinho, responsável por cuidar de Billy, seu neto.

Os atores encenam situações hilárias, grotescas e polêmicas e são observados por pessoas comuns, que não fazem ideia de que tudo se passa de um filme. As cenas mostram como as pessoas ficam surpreendidas (e constrangidas) em situações absurdas, quase inimagináveis.  [Exempos: Billy bebe cerveja em público, Irving faz cocô na calça e fica com o pênis preso em uma máquina de refrigerante.] O bacana dessa produção é que, diferente dos outros filmes dos Jackass, há uma trama linear que sustenta e liga os acontecimentos, fazendo com que a atmosfera de deboche fique ainda mais interessante.

Fantastico medo9) Um Fantástico Medo de Tudo: Simon Pegg é brilhante e ele está ainda mais sensacional (e versátil) nesse filme de humor negro que brinca com a paranoia de Jack, um escritor de livros infantis, que é contratado para escrever um romance de mistério. Ao fazer pesquisas para seu livro, Jack mergulha em casos de assassinato que aconteceram na era vitoriana e passa a duvidar de tudo e de todos que o cercam, desenvolvendo um fantástico medo de tudo.

Vivendo praticamente em clausura, Jack recebe um convite de um executivo de Hollywood que se interessa por seu roteiro. “O que deveria ser sua grande chance rapidamente se transforma em sua grande tragédia, pois Jack é forçado a enfrentar seus piores medos, dentre eles, amar, lavar roupa e assassinos seriais.”

Diferente e original, ” Um fantástico medo de tudo” dirigido por Chris Hopewell e Crispian Mills, é um filme sensível e inteligente, que possui diversas referências (tanto cinematográficas quanto literárias) e consegue fazer rir e emocionar ao mesmo tempo. Vale ressaltar o tom experimental da produção que deixa o filme ainda mais interessante – fora a trilha sonora, que acentua o clima de suspense e satiriza os filmes de terror.

vantagens de ser

“Nós temos o amor que achamos merecer.”

10) As vantagens de ser invisível: A verdade é que eu não sei bem se esse filme pode ser classificado como drama ou comédia (acho que ele fica no meio do caminho). O fato é que é uma boa opção para quem quer se emocionar e se divertir com uma história linda e muito bem produzida. Não é atoa que o filme tenha conquistado um público tão grande, a sensibilidade de Stephen Chbosky sobressai às telas e é ainda mais enriquecida com com atores tão bons (Emma Watson, Ezra Miller e Logan Lerman).

Chbosky (que também é o autor do livro que inspirou o filme) soube aproveitar a densidade psicológica dos personagens e realizou uma abordagem profunda de questões importantes na adolescência – e em todos os períodos da vida, como amor, sexo, drogas e amigos.

O filme conta a história de Charlie, um garoto de quinze anos que acaba de entrar no ensino médio, mas que ainda se recupera de uma forte depressão (pois perdeu o melhor amigo). Charlie, que tem tendências suicidas e é extremamente tímido faz amizade com Patrick e Sam, dois ‘veteranos’ que já conhecem a rotina do colégio.  (P.S. A menção a Rocky Horror Picture Show é demais!!)

Uma lição de amor

Uma lição de amor é um daqueles filmes que se assiste com o lenço do lado. É difícil segurar as lágrimas em um longa tão dramático e bem construído. A trama traz a história de Sam (Sean Peann), um pai solteiro com deficiência mental que cria com a ajuda dos amigos sua pequena filha, Lucy (Dakota Fanning). Quando Lucy completa sete anos e começa a superar a inteligência do pai, uma assistente social decide colocá-la em um orfanato. Desesperado, Sam procura a ajuda da advogada Rita Harrison (Michelle Pfeiffer) para tentar recuperar a guarda da filha.

 Dirigido e roteirizado por Jessie Nelson (Lado a Lado, Corina uma babá perfeita), ‘I am Sam’ (título original em inglês) é uma produção que acerta na abordagem, no roteiro bem construído, na fotografia, nas atuações e na incrível trilha sonora. Falando assim, parece até exagero, mas o fato é que Nelson fez um trabalho notório: soube utilizar câmera subjetivas, construiu uma iluminação perfeita e criou uma atmosfera respeitável: apesar do tema denso, a perspectiva é leve e dinâmica.Uma lição de amorSean Penn está incrível, se sobressai de todas as formas. Inclusive, há quem diga que ele improvisou grande parte de suas falas, o que torna o seu trabalho ainda mais admirável. Dakota Fanning por sí só já é uma delícia de se ver em tela, a garota esbanja fofura e inteligência e não fica pra trás quando contracena com monstros do cinema americano, entre eles Dianne Wiest.

Quem acompanha o La Amora sabe que Wiest é um dos meus grandes amores e é fato que, apesar da atriz ter uma participação pequena no filme, sua personagem – uma pianista com transtorno compulsivo que não sai de casa há 28 anos e ajuda Sam a criar Lucy – é marcante e fundamental para a trama. Michelle Pfeiffer – que mulher linda! – teve a inteligência de não deixar seu personagem cair no clichê e fez de Rita (uma advogada atribulada e com problemas familiares) um personagem forte e carismático.

I am Samtumblr_mcyp43Xolx1qbnr62o1_500Uma das questões que o filme levanta – e que talvez não fique bem claro no início – é a relação entre pais e filhos (não só entre Sam e Lucy), o argumento é muito mais abrangente do que isso. Os diálogos, em sua maioria com um toque sentimental, nos coloca contra a parede quando pergunta: existe alguém perfeito quando o assunto é a criação dos filhos?  Quem é mais bem sucedido: Rita – uma advogada de sucesso que não tem tempo para ficar com o filho ou Sam, um doente mental que trabalha em uma cafeteria e tem uma filha que é apaixonada por ele?

Sam faz de tudo para ficar perto da filha, ele até se muda para uma casa ao lado onde ela vive com os pais adotivos e arruma outro emprego para complementar a renda. O interessante é que não há ‘vilões’ nessa historia, apenas diferentes pontos de vista. A mãe adotiva tenta conquistar Lucy de várias maneiras e por fim reconhece que, apesar do retardo de Sam, Lucy teve o principal: amor.

Filme lindo e delicioso, daqueles que a gente não se cansa de ver. Boa pedida num dia chuvoso… 🙂