Reba é uma das figuras mais simpáticas do entretenimento americano. A ruiva texana que adora fazer caretas e não importa com comédias pastelão é quase uma ‘versão’ contemporânea da Lucille Ball. Eu comentava na publicação anterior sobre ‘Malibu Country’ uma série que ela fez recentemente, mas que não teve o sucesso esperado e não foi renovada.
Em 2000, Reba estrelou um sitcom produzido pela Warner Bros que levava seu nome e trazia o cotidiano de uma família convencional, repleta de problemas. O seriado durou até 2007 e bateu recordes de audiência (conquistando um público de seis milhões de espectadores por episódio – na época ‘Reba’ era transmitido às sextas feiras e foi o programa de comédia mais assistido do canal, superando inclusive 7th Heaven).
Eu, que não sou muito fã das séries da Warner, caí de joelhos e quando o programa foi retransmitido assisti tudo sem perder nem um capítulo. Diferente de Malibu Country, “Reba” tinha um ritmo impecável e atuações de tirar o fôlego – a começar por Melissa Peterman e Steve Howey que roubavam a cena toda a vez que apareciam.
O episódio piloto especifica bem do que se trata a série: Reba é uma dona de casa que está casada há mais de vinte anos com Brock, um dentista bonitão e desligado. No mesmo dia em que descobre Brock engravidou sua secretária (a hilária Barbra Jean), Reba também toma conhecimento de que sua filha de dezessete anos, Cheyenne, está grávida de um colega da escola: Van.
Seus outros filhos são Kyra, uma adolescente mal humorada e Jake, que tem apenas nove anos. Como se não fosse possível piorar a situação, Reba se separa de Brock e ele compra uma casa em frente a sua e passa a viver lá com a ‘nova’ esposa que não a deixa em paz. Cheyenne abandona a escola e Van, que era uma visita constante, passa morar com Reba.
Dirigidos por Allison M. Gibson, “Reba” era a típica comédia leve e familiar que foi ganhando popularidade ao longo do tempo. É interessante porque os episódios, em sua maioria, só possuem vinte e dois minutos e o desenrolar dos plots são muito rápidos. E é claro que os personagens foram se desenvolvendo e ganhando características marcantes.
Existe um vídeo feito em comemoração a quinta temporada – disponível no Youtube – onde eles mostram o ‘backstage’ e fazem algumas revelações interessantes. Reba não foi a primeira escolha para o papel principal, ela precisou fazer testes pra ser aprovada. Em entrevista os produtores chegaram a dizer que inicialmente o personagem da Reba se chamaria “Saly”, e há inclusive algumas cenas onde os personagens a chamam assim. Joaana Garcia foi escolhida para o papel antes mesmo de Reba e ficou extremamente insegura depois que lhe contaram que a cantora participaria do programa. Joanna afirmou que não se parecia nada com Reba e achava que as pessoas não acreditariam que eram mãe e filha.
Nesse mesmo vídeo os produtores falam algo que faz todo o sentido. Reba também teve sucesso devido a proximidade que tinha com assuntos que rondam a família contemporânea. Os episódios abordavam a gravidez na adolescência, a traição, a falta de dinheiro, a velhice, o divórcio, desemprego (…) e apesar do humor exagerado/escrachado tinha um toque de realidade. Os próprios personagens fugiam dos estereótipos, a começar pela Barbra Jean que apesar de ser a ‘amante loira’ de Brock, era uma mulher ‘grandona e desajeitada’.
Em falar em Barbra Jean, eu sinceramente ADORO os momentos em que ela está em cena. Barbra tem um incrível fixação por Reba e não esconde o quanto a admira. Todos os outros personagens ao mesmo tempo que a amam a odeiam porque ela não tem nenhum senso e, na maioria das vezes, é a culpada dos problemas que surgem ao longo dos episódios. Melissa Peterman é única e tem um “quê” tão original e teatral que merece destaque.
Só pra constar: graças ao Youtube há inúmeros capítulos completos disponíveis