É carnaval, e eu vou chorar…

Orfeu Negro_thumb

Sou apaixonada pelo carnaval e sempre me lembro desse filme quando é chegada à época. Na minha cabeça esse filme funciona como uma construção metafórica dos períodos do carnaval: do começo da festa, da alegria das músicas e da beleza das fantasias e por fim, do silêncio, da ausência imposta pela quarta-feira de cinzas.

É isso, Orfeu Negro é uma das histórias românticas mais lindas que conheci e que pretendo guardar para sempre na memória. Trata-se de um filme brasileiro-francês, lançado em 1960 e baseado em uma peça escrita por Vinícius de Moraes (que por sua vez, se inspirou na mitologia grega). Dirigido por Marcel Camus e vencedor do Orfeu de melhor filme estrangeiro, o filme conta a história da tragédia amorosa vivida por Orfeu e Eurídice…

Eurídice é uma moça que sai do sertão nordestino para morar nas favelas do Rio de Janeiro. Ela é perseguida por um homem e não sabe o porquê. Um dia conhece e se apaixona por Orfeu, um músico da região que já está comprometido com a bela (e vingativa) Mira. No carnaval, Orfeu e Eurídice vivem uma intensa paixão, um amor inocente e diferente de todos os outros. Porém, um acidente terrível compromete a felicidade do casal, em plena quarta-feira de cinzas o amor do dois é brutalmente ceifado. Enfim, um filme triste e lindo. Também gosto muito (e indico) a versão de 1999, dirigida por Cacá Diegues… só que o primeiro me parece mais trágico, é de uma tristeza e de uma beleza sem fim.