A Diane Keaton belo-horizontina

Diane_Keaton

Caminhando pelas ruas de Belo Horizonte me deparei com uma mulher idêntica a Diane Keaton. Idêntica não, porque seria um exagero. A pele clara, os óculos, o cabelo grisalho e escorridos, os olhos meio puxados e um semblante sério, mas doce. Era a Diane Keaton belo-horizontina, a Diane Keaton brasileira.

Percorremos o mesmo caminho e paramos no mesmo ponto de ônibus. Eu a observava e me perguntava, será que tiro uma foto? Ela olhava para a esquerda, na direção em que o ônibus e eu, ainda pensando com os meus botões, me perguntava: “Como será que ela se chama? Maria? Martha? Por ironia pegamos o mesmo ônibus e eu, ainda submersa naquela reflexão me perguntava: “O quê as Dianes Keaton tinham de diferente, se fisicamente (pelo menos) eram tão parecidas?”

Uma saboreou a glória hollywoodiana, se relacionou e foi a musa de um dos diretores mais famosos e influentes do mundo. É uma referência, amadureceu bem, provavelmente é rica…. A outra, no entanto… o quê dizer da outra? Permito-me imaginar. Tem dois filhos, trabalha como secretária, é casada, gosta de assistir TV nos fins de semana.

Sempre relacionei a Diane Keaton a imagem de uma mulher neurótica, solitária e estressada. Talvez por causa de um de seus filmes que mais me marcou, O Clube das Desquitadas. A belo-horizontina, por outro lado, não parecia nem um pouco estressada e nem um pouco triste. Era uma versão serena da Diane Keaton, uma versão mais humana.

Ela desceu do ônibus e eu segui o meu caminho.

Com certeza não se deu conta do turbilhão de coisas que pensei a seu respeito.

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