A AIDS em “Mujer, casos de la vida real”

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Hoje de manhã revi a participação da Helena Rojo no programa “Mujer, casos de la vida real” e mergulhei numa lembrança gostosa sobre a época em que eu era bem novinha, vi este episódio no SBT e fiquei impressionada com a trama. O programa fez um enorme sucesso no México e foi comercializado para vários países, trata-se de rápidos episódios com histórias dramatizadas que abordavam assuntos da vida feminina, alguns bem complexos por sinal (como violência doméstica, aborto…).

A Silvia Pinal era a apresentadora, e o programa ficou no ar entre 1988 e 2007 (contava com a participação de atores e diretores renomados). Lembro que o assistia diariamente, era apresentado pela filha do Sílvio Santos, a Sílvia Abravanel e passava no finalzinho da tarde. De tantos episódios que assisti, o da Helena Rojo foi o único que ficou grudado na memória e vê-lo novamente me surpreendeu muitíssimo, porque certas cenas são extremamente familiares.

Helena interpreta uma estilista cujo casamento caiu na mesmice. O marido vive preocupado com suas ocupações e ela não tem seus desejos correspondidos. Em um diálogo muito interessante, a personagem confronta o marido sobre a vida sexual dos dois e afirma que está há mais de três meses sem fazer sexo. Ainda nesta cena, ela questiona o marido se ele não tem medo da possibilidade de ela transar com seus funcionários (que são modelos e por sinal, mais bonitos e mais jovens).

Quer dizer, ainda que a série tivesse uma pegada mais leve e bem dramatizada, também tinha um tom corajoso e contestador. Falar tão abertamente sobre a sexualidade feminina, ainda mais na década de 1990 e na TV Mexicana, que sempre foi muito conservadora, é um passo e tanto. Realmente acho admirável.

O fato é que depois de ser ignorada pelo marido, ela decide transar com seu funcionário. Logo no início do capítulo nos é confidenciado que o garoto é hemofílico, apontando uma deixa para o que depois, se tornaria o clímax do episódio. Ao longo da trama, a personagem cria uma relação forte com o funcionário a ponto de decidir se separar do marido, é quando o marido adoece e ela acredita que ele está fazendo “cena”, tentando prendê-la no casamento. A verdade vem à tona quando o funcionário confessa que está infectado pelo vírus HIV.

O episódio desmitifica muitos estereótipos da doença e que foram fortemente reproduzidos na década de 1980. Primeiro porque o agente transmissor não é um homem e sim uma mulher, hétero e casada. Lembrando sobre a importância do sexo com preservativo, inclusive no casamento, o episódio também vai contra um estereótipo antigo e ultrapassado: de que a doença está relacionada estritamente aos homossexuais. Quer dizer, se nos foi indicado que o funcionário era hemofílico e heterossexual, nos resta algumas possibilidades que nada estão relacionadas aos gays: ou ele pegou o vírus em uma transfusão, ou usava drogas (seringas contaminadas) ou fez sexo sem camisinha.

No mais, só acho que a série peca ao mostrar o marido moribundo, agonizando antes da morte. Eu realmente não sei como se dava o tratamento à época, mas hoje se sabe que é possível conviver com a doença e levar uma vida normal.

* Muito obrigada ao clube de fãs da Helena Rojo, que sempre compartilham materiais e nos deixam atualizados sobre o que ela anda fazendo. Obrigada mesmo, vocês são demais!

sobre Maria Sorté…

Para finalizar o ciclo com as publicações sobre as minhas atrizes mexicanas favoritas (aliás, um ciclo meio involuntário, que começou sem eu perceber), vou falar sobre a incrivel María Sorté. Antes, só para situar, mencionei Daniela Romo, Jacqueline Andere, Helena Rojo e Diana Bracho. A primeira novela que assisti com Sorté foi “O Privilégio de Amar”, onde ela linda e ruivíssima, interpretava Vivian, uma mulher poderosa, que não só defendia Cristina (a mocinha) como também representava uma ameaça ao império construído pela Luciana Duval.maria-sorte-Outro dia eu estava vendo um vídeo no Youtube, onde ela (em um testemunho religioso) contava um pouco sobre sua vida e tragetória. O “Sorté” foi um apelido que recebeu quando estreou nos palcos. Um dia, logo na seu primeiro ensaio, Maria (que tem como sobrenome de batizo Harfuch Hidalgo) sentou-se em uma cadeira quebrada e caiu. Os companheiros disseram: “Isso é sinal de sorte”, e começaram a chamá-la assim, Maria Sorte – com o tempo, a mídia fez o seu trabalho, adicionando um acento no e e mudando a pronúncia.

Sorté nasceusorte004 em uma família pobre de Chihuahua e foi criada por mãe solteira. Logo depois de formar-se, começou a ministrar aulas em pequenas escolas municipais com o intuito de ajudar nas despesas. Seu pai faleceu quando ela tinha apenas 4 anos, era alcoólatra. Um de seus irmãos foi assassinado e o outro suicidou. Sua mãe faleceu quando ela estava iniciando a carreira e foi assim que ela passou a cuidar do irmão mais novo. No video, Maria contou que chegou a passar fome e por situações de miséria. Depois se mudou para a capital e, resolveu fazer um teste com uma amiga.

Conheceu uma companhia de teatro, onde começou a fazer pequenas participações em peças autorais e com poucos recursos. Logo foi convidada a fazer filmes e, posteriormente, novelas. Seu marido faleceu quando interpretava Vivian em O Privilégio de Amar, um de seus papéis mais reconhecidos. Ela conta que chegou a sepultar o marido e poucos dias depois, teve que voltar a trabalhar: “Não podemos esquecer as dores, porque todos sofremos perdas muito grandes, mas de alguma maneira temos que continuar nosso trabalho e o que fazemos na vida”

Colorina (1980) e El Malefício (1983) foram grandes sucessos, mas foi com “Mi segunda Madre (1989) que María Sorté estorou. Ficou tão, tão conhecida que chegou a protagonizar a novela seguinte “De frente al sol”. E, De frente al Sol foi tão popular que teve uma continuação “Mas allá del puente” (1992), onde ela revive a mesma personagem: Alicia Sandoval. Na novela, diversas cenas comprovam a popularidade do personagem. Nas tomadas externas, María Sorté era quase engolida pelo público, que enlouquecidamente, a gritava.

Ao longo dos anos, Sorté conquistou um publico fiel, participou de grandes novelas sorte007(como Amor Real e Entre el Amor y el ódio) e a nomeação de “primera actriz”. Bom, como não poderia ser diferente (parece moda lá no México) María Sorté também é cantora! Lembro que cheguei a baixar diversas músicas dela e que existe três que não saem da minha playlist: “Mas allá del puente”, “Esperame una noche” e “De frente al sol”. Isso mesmo, ela é a autora das músicas que tocavam na abertura das novelas. (A música “Sola” também é ótima!)

Pouco sei sobre sua vida pessoal. María Sorté foi casada durante vinte e dois anos com o politico Javier Garcia Paniagua, com quem teve dois filhos. Depois que ficou viúva, deu uma entrevista dizendo que não tem interesse em se relacionar com mais niguém: “Prefiero quedarme sin pareja. El señor García Paniagua fue el ‘amor de mi vida’, con muchos problemas, pero lo amé y ahora Dios ha llenado mi vida”.

Confessou que, no auge da carreira, sofreu uma grave crise de depressão que a afastou dos palcos e dos próprios filhos. Disse que na juventude tinha uma enorme gana por fama e dinheiro e que, mesmo com sucesso e reconhecimento, chegava em casa aos prantos. Sempre queria mais e nada era suficiente. Em certo momento de sua vida, começou a ter medo de tudo, não queria deixar que os filhos saíssem ou se afastar do marido. Em uma entrevista, onde ela recebe o programa Despierta América em sua mansão, Sorté conta que só conseguiu se recuperar depois que mudou de religião

Marcante por seus vestidos de cores fortes (ou brilhantes), por suas unhas enormes e pela preferência pelo vermelho, Sorté acabou criando um estilo próprio e, convenhamos, bem mexicano. Diferente da Diana Bracho e da Daniela Romo, ela é uma adepta e defensora das cirurgias plásticas e afirma que não tem objetivo de parar de mexer no seu rosto, não enquanto “precisar”.

María Sorté e Daniela Romo em "La Tempestad"
María Sorté e Daniela Romo em “La Tempestad”

Maria Sorté, assim como Helena Rojo é uma daquelas artistas que nunca sai do ar – que volta e meia está em uma produção nova. A última foi “La Tempestad” onde contracenava ao lado de ninguém mais, ninguém menos que Daniela Romo! Na trama, Sorté era Beatriz, a mãe adotiva de Marina. Pois, Marina tem uma irmã gêmea e as duas são filhas de Mercedes (Romo), que teve suas crianças roubadas. Um ótimo dramalhão, não? Ela também chegou a contracenar com Diana Bracho em Fuego em la Sangre, aqui, Bracho era a vilã e Sorté protegia as “mocinhas”.

Entre el amor y el ódio foi uma das minhas novelas preferidas, daquelas que eu assistia quando saia correndo da escola para não perder nenhum capítulo! César Evora e Susana González eram os personagens principais – e, como raramente acontece, não só tinham química como também formavam um casal super interessante. Acho que, pela primeira vez, me apaixonei tanto pela mocinha, quanto pelo mocinho.

Mas, o vilão dessa novela, ah! Não tinha igual. “Maciel”, um homem sem escrúpulos, tinha uma paixão doentia por Maria Magdalena (Sorté) e fazia de tudo para tirar qualquer um que entrasse no seu caminho. No início da trama ele se fingia de bom com o intuito de conquistá-la, chegou a instalar câmeras escondidas no seu quarto, para vigiar seus movimentos e claro, com segundas intenções. Finalmente, depois de bolar diversos planos, de assassinar vários personagens (inclusive, de manter um cadáver no seu quarto), Maciel (que era um fã incondicional de Napoleão) força um casamento com Maria Magdalena, onde finge proteger seus filhos, a domina financeiramente e fisicamente. É um dos personagens mais loucos e geniais que já vi, e Sorté tem grande destaque na trama, sendo um ponto crucial na conclusão da história.

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Maria, Pescadera: Na segunda temporada de Mujeres Asesinas, Sorté protagoniza um dos episódios  mais legais. No episódio ela interpreta uma mulher extremamente pobre, que precisa trabalhar vendendo peixes para continuar a bancar os tratamentos fitoterápicos da filha deficiente. O problema é que seu chefe é um cara folgado, que vive a assediando sexualmente e que a paga muito pouco. Maria começa a ter fortes dores nas mãos e precisa de uma licença médica, mas para isso precisa passar pela aprovação de uma fiscal (que tem um caso com o chefe e morre de ciúmes dela). É claro que ela não consegue e para piorar, é acusada injustamente de roubo. Com tantas “contras”, Maria acaba tendo um ataque nervoso e mata, sem querer, a fiscal da loja.

imagesEl Secreto de Alejandra: Uma novela controversa e polêmica. Tão polêmica que foi praticamente cortada antes da metade (se não me engano, a novela mais censurada pela Televisa) e acabou com apenas 25 capítulos. A trama falava sobre doação de órgãos, e Sorté interpretava duas personagens: Alejandra e María, que eram idênticas, mas que não tinham parentesco (meio Orphan Black, não?). Maria era uma atriz sem sucesso, que vivia ao lado de um marido violento. Alejandra, por outro lado, era uma milionária que estava em busca de um doador de órgãos para filho.

Alejandra não podia fazer essa papel porque estava com câncer terminal e então, pede para trocar de lugar com María.  Na época a SEGOB (uma secretaria do governo mexicano) enviou uma carta à emissora ordenando  que a novela fosse retirada imediatamente do ar. Com  a correria para acabar, os produtores decidiram transmitir uma nota no fim do último capítulo onde diziam: “Ojala que con el Secreto de Alejandra hayamos logrado despertar una inquietud de caridad en los corazones de la gente.  Si nuestras conciencias dormidas despertaran, habremos cumplido el principal objetivo de esta telenovela: La donacion de nuestros organos. Con nuestra muerte, salvemos otras vidas!

Diana Bracho, a diva!

Sem querer, eu acabei criando um ciclo de publicações onde falo sobre as minhas atrizes mexicanas favoritas. Por que mexicanas? Não sei, ando mergulhada nessa fase. Não poderia deixar de falar da Diana Bracho, não mesmo. Diana está em outro patamar, é como se fosse uma “Meryl Streep Mexicana”, uma Fernanda Montenegro, entende? Bracho possui uma carreira fincada no cinema, mas é plural e tem trabalhos televisivos, teatrais e literários incríveis.

diana brachoDiana vem de uma família artística, seu pai Julio Bracho era apresentador e diretor. Ele, filho de um músico e de uma miss e sobrinho de ninguém mais ninguém menos que Andrea Palma.  Ah, e Diana também é parente distante de Dolores del Río e Ramon Novarro. Seu irmão, Julio, também é ator. Pode? Em entrevistas ela conta que durante a infância foi um pouco “sufocada” pelo pai, era uma menina rica que tinha um motorista e empregados disponíveis para ela o tempo inteiro e começou a atuar, muito novinha.

maxresdefault“Yo le agradezco a la vida haber estado fuera de los márgenes de la convención porque esto me ha dado una libertad de movimiento por todo el mundo, con una gran apertura a lo que me vaya tocando, me siento igual de a gusto comer unos tacos en una esquina que comer en un restaurante de París, porque sé quién soy y estoy a gusto conmigo misma”.”

Antes de estrelar “El Castillo de la Pureza” (filme reconhecido internacionalmente e dirigido por Arturo Ripstein), cursou Letras em New Rochelle (NY) e até hoje, se dedica a literatura. Sim, Diana possui várias faces.  Entre 2002 e 2006 foi presidente da Academia Mexicana de Artes y Ciências Cinematográficas. Recentemente deu uma entrevista ao El País, onde dizia “Amo as minhas rugas” e, diferente de muitas atrizes em sua idade, defende uma estética mais natural. Só pra constar, ela vai completar 70 anos em dezembro.

Diana“Entiendo que el tiempo pasa, la edad no es fácil de aceptar o enfrentar, sobre todo en las mujeres porque de pronto te juzgan y dicen si una ya dio el ‘viejazo’. No quiero hacer juicios sobre las operaciones estéticas, pero he visto que incluso se las hacen personas muy jóvenes que pienso que no las necesitan. Yo soy como soy y no me voy a pelear con la persona que soy, porque me he construido a través de la vida tratando de ser una persona íntegra que ama su trabajo y yo amo la cara que tengo, con sus arrugas y con la edad.”

Eu realmente não me lembro da primeira novela que vi com ela. É com se Diana Bracho sempre estivesse ali. Sei que ela ficou muito conhecida no Brasil depois que o SBT transmitiu a novela Ambição (Cuna de Lobos) e que na primeira fase de “O Privilégio de Amar”, ela interpretou a versão jovem da Dona Ana Joaquina, posteriormente interpretada por Marga Lopez. Mas ela teve trabalhos muito marcantes como “El Derecho de Nacer”, “Pasion y poder” e “Capricho”.

Como disse, acompanho a Diana há muito tempo e acho que perdi a conta de quantos filmes e novelas assisti com ela. (Já comentei sobre muitos aqui no La Amora). Da Diana, três novelas me marcaram em especial.

1) Bajo la Misma Piel: Essa é a primeira e única novela em que me lembro da Diana interpretando uma “mocinha”. A trama se concentra na história de quatro mulheres da mesma família e de gerações diferentes. Diana interpreta Sarah, uma mulher frágil e sensível, casada com Bruno, um homem arrogante. No passado, Sarah se apaixonou por Joaquim, mas com o tempo, cada um tomou um rumo diferente. Sarah vive sofrendo com os abusos do marido e se irrita com os assédios por parte de Rodrigo, um antigo amigo da família.

8m331424ep2Nessa novela, Diana está diferente de tudo o que eu já vi, um personagem denso e muito importante para a carreira dela, que tem um posicionamento de defesa pelos direitos da mulher. Na trama, Sarah é estuprada pelo próprio marido e agredida fisicamente. Existe uma cena fortíssima, que me marcou mundo. O marido da Sarah acaba de descobrir que é estéril e que os dois filhos que criou com ela, não são seus. A cena, aliás é inesquecível, nunca vi nada igual em novela nenhuma. Sarah leva socos e pontapés de Bruno no meio da rua e fica com a cara ensanguentada, é chocante (é a primeira cena do vídeo, é só dar play):

 2) Heridas de Amor: Bertha de Aragón era um verdadeiro furacão. No início da novela era uma mulher que alimentava um amor secreto pelo marido da irmã e que, no passado, tinha entregado a filha para adoção.  Usava roupas e tinha um comportamento de beata e infernizava a vida da sobrinha. Um dia Bertha faz uma viagem e volta completamente diferente, com roupas sensuais e com um comportamento agressivo. Me lembra um pouco a história de “Now Voyager”, com Bette Davis. 

1529578_640pxQuando volta, Bertha se apaixona por César e tem um caso de amor bandido, onde juntos planejam um golpe. O personagem interpretado por Diana ficou muito famoso e conquistou o público. Na época, Diana precisou fazer umas viagens e se afastar da novela e quando ela saiu de cena, a audiência despencou. A novela foi transmitida no SBT e ficou bem famosa por aqui.

Bertha era um personagem incrível, quase uma Nazaré Tedesco. Era muito engraçado a sua mania de chupar pirulito quando ficava nervosa ou coçar a testa. Ela tinha um cachorro que era a sua paixão e sempre o usava para assustar os outros. O fim da Bertha foi uma das coisas mais malucas e estranhas que eu já vi. Ela tinha um empregado (que por sinal, tinha um aspecto grotesco, uma mão defeituosa e se chamava “El guapo”, em tradução meio fula e literal seria “O Bonito”) que a amava. Um dia ele a sequestra e corta seus dedos no intuito de fazê-la ter “medo”.

Como aquele filme, “O Perfume”, o cara queria roubar a essência, o cheiro de medo dela. Difícil explicar. O fim da vilã não poderia ficar mais tenebroso se o cara não a tivesse levado para um “ilha” cheio de bonecas velhas e horrorosas, a prendido e a amordaçado e por fim, suicidado. Bertha termina presa, longe de tudo e de todos, sem os dedos e ao lado de um cadáver.

3) Fuego en la sangre: Mais uma vez Diana interpreta um vilã, Gabriela Santibañez. Mas o tom dela é diferente dos outros, ela é a mãe das três personagens principais e além de controladora e ortodoxa, é extremamente cruel com o marido (idoso e deficiente). Gabriela foi um personagem mais erótico e teve uma relação extraconjugal com Fernando e fisicamente mais violenta do que os outros, sempre saía distribuindo tapas nos outros.

111612_profUma das coisas que me faz adorar a novela é que María Sorté e Diana Bracho atuam juntas, praticamente o tempo inteiro. Adoro quando as minhas atrizes contracenam, como por exemplo em Cadenas de Armargura, em que ela e a Helena Rojo interpretam irmãs inimigas (ou em La Tempestad, em que Daniela Romo e María Sorté atuam juntas ou em Amor Sin Maquilaje em que Daniela e Helena Rojo contracenam…). Como não poderia ser diferente, o fim da Gabriela é uma coisa absurdamente assustadora. Por um engano, ela acaba sendo enterrada viva! 

Cuba Libre?

Diana Bracho_12Como disse, Diana participou de muitos filmes, alguns grandiosos e reconhecidos internacionalmente. “Cuba Libre” ou Dreaming of Julia é um deles, onde ela, ao lado de Gael García Bernal e Harney Keitel estrelam uma deliciosa e nostálgica história que tem como pano de fundo a Revolução Cubana.  O caso é que muito tempo depois do lançamento do filme, Diana chegou a confidenciar que foi muito mal tratada por Keitel e que jamais trabalharia com ele novamente. Ela contou que, nos bastidores, ele sempre fazia um discurso contra atores latinos e mal mal queria encostar nela para fazer as cenas – e, os dois eram um casal!

Atualmente, Diana revive a peça “Master Class Maria Callas”. Quando foi encenada pela primeira vez, a obra foi  um grande êxito e marco em sua carreira. Ela, que nunca gostou de repetir personagens, se une novamente a Diego del Río  e Morris Gilbert (depois de quinze anos!) para representar Callas.

Driana-Bracho-Maria-Callas

 

Helena Rojo, 70 anos!

Helena RojoHelena Rojo completou 70 anos moçada! Isso mesmo, não foram 70 dias, nem horas ou meses… Helena Rojo completou 70 lindos anos, graciosamente. Quem acompanha o La Amora sabe que eu sou perdidamente apaixonada por ela e que sempre que posso, acompanho seus trabalhos e comento seus filmes.

Eu fiquei pensando sobre o que poderia escrever e finalmente, tomei coragem para fazer um vídeo! (É, eu sei…). Mas, deu tudo errado, a começar pela bateria, depois pela memória da câmera e depois pela dificuldade de passar para o computador. Na correria, desisti de terminar, droga! (Mas é porque também não deu tempo, até tudo se resolver, já estava eu, agarrada com as coisas do jornal em que trabalho).

 Não consegui falar tudo o que queria e olha que falei demais. Só para completar, queria acabar de enumerar os dois momentos da novela “O Privilégio de Amar” que me marcaram: O primeiro, como contei, foi o momento em que a Luciana encontra o Andres com outra mulher na banheira. O segundo (e eu lembro como se fosse ontem!) foi a cena em que a Luciana leva uma facada da Tamara. Naquela cena, meu mundo caiu e eu fiquei extasiada, com o coração na mão! E o terceiro foi a cena final da novela, quando todos os atores se juntam na mansão da Luciana, dão as mãos e agradecem o publico. Aquela música maravilhosa ao fundo e aquele aspecto teatral, me fez arrepiar. Lembrando, eu tinha 7 anos e me recordo de tudo, como se fosse ontem.  Sobre o autógrafo, vou colocar uma foto para vocês verem que não é mentira, guardo com muito carinho.

Ta aí, o autógrafo... dei uma leve escondida no meu rosto... percebe-se
Ta aí, o autógrafo… dei uma leve escondida no meu rosto, porque né…

Eu estive pensando sobre a cena em que a Luciana leva uma facada da Tamara e me dei conta de que ela é tecnicamente muito bem bolada. Vocês repararam que a Luciana está de branco né? Pois é, o branco não só causa um forte contraste com o vermelho (do sangue), como também reforça a aura positiva da personagem, quer dizer, naquele momento, a Luciana está se redimindo de todas as maldades que cometeu contra a Cristina. E reparem no movimento da câmera, em sua instabilidade – chamando atenção para a loucura da Tamara. Gente, eles filmaram em contra-plongeé! Cena belíssima:

La Hora Marcada

Enquanto eu pesquisava por um filme dificílimo de encontrar, acabei me esbarrando em um blog incrível, repleto de clássicos e boas análises sobre produções mexicanas, das quais eu nunca tinha ouvido falar. Há uma variedade enorme de arquivos disponibilizados e uma série de vídeos de diretores, produtores e atores importantes da sétima arte mexicana. Ontem, antes de dormir, fiz uma lista com os filmes que quero assistir e comentar aqui no La Amora, espero fazer isso pelo menos uma vez a cada duas semanas.

helena rojoComo já era muito tarde, assisti um episódio de ‘La Hora Marcada’, um seriado mexicano que ficou famoso nos anos 80, cujo público alvo eram as crianças e jovens. A cada episódio (de vinte e poucos minutos) os espectadores assistiam uma história de terror, todas com um personagem em comum: uma senhora vestida de negro, que representava a morte. Confesso que fui motivada a assistir por causa da Helena Rojo, que no episódio “El Motel”, interpreta uma mulher que, junto ao marido, sai de uma festa a procura de um lugar para se hospedar –  já que ele está bêbado demais para dirigir.

Ao chegar ao motel, vários acontecimentos assustadores e medonhos começam a rondar a personagem. Primeiramente ela passa a receber ligações de um assassino, que não se identifica, mas promete matá-la ainda naquela noite. Assustada, ela deixa o marido no quarto e vai pedir ajuda ao dono do lugar, a única pessoa que se encontra no motel – além do casal. O dono, no entanto, não acredita nela e pede para que ela volte ao seu quarto. Quando ela volta, encontra seu marido enforcado. Ela tenta pedir ajuda mais uma vez, mas quando chega a recepção, encontra o dono do motel morto.la hora marcada

O episódio é sensacional, não pela história, que é bem simples, mas por apresentar um trabalho técnico incrível. As ações são marcadas por inúmeras sugestões sensoriais, desde os barulhos e ruídos do motel ao miado de um gato que nunca aparece, mas que ajuda a tornar o clima mais ‘assustador’. O meu momento favorito é quando o episódio chega ao clímax e a personagem principal finalmente se encontra com o assassino.

‘La Hora Marcada’ teve mais de cem episódios transmitidos e ficou no ar de 1986 até 1990. A série contava com grandes diretores e roteiristas, como Guillermo del Toro, Alfonso Cuarón e Emmanuel Lubezki. Dos personagens, os mais diversos, como freiras macabras, bruxas, ogros, anjos, dinossauros, relógios assustadores (…). Felizmente inúmeros episódios estão disponíveis no Youtube. 

sobre Helena Rojo e seus lindos cabelos ruivos…

Helena Rojo é uma das minhas atrizes mexicanas favoritas, a acompanho há muito tempo, desde que o SBT exibiu a novela “O Privilégio de Amar” pela primeira vez (se não me engano, em 1998). Ano passado tive a felicidade de descobrir que três de suas novelas (Cuidado com el Angel, Por Ella soy Eva e El Privilégio de Amar) estavam sendo transmitidas concomitantemente na TV brasileira, uma pena não ter tido tempo para assisti-las.

ImagemRojo é uma mulher linda e mais do que isso, muito talentosa. Adoro seus cabelos ruivos e aquele olho meio “cor de mel” que ela tem… Quando eu era mais nova (não me perguntem como!) mandei uma carta pra ela e ela não só respondeu como mandou uma foto autografada, que guardo até hoje. Desde então comecei a reparar no quanto a Helena Rojo é atenciosa com seus fãs – e eu, particularmente, acho isso tão bacana! Não é da boca pra fora, nem porque eu a admiro muito, mas ela realmente é atenciosa. Não é de hoje que a Rojo sabe o nome de vários fãs, conversa em vídeo com eles, almoça e manda emails.

E a Helena Rojo é bem conhecida no Brasil, o que é também muito bacana. Há de convir que existe um preconceito velado em relação às tramas mexicanas, não sei por que falam tão mal dessas produções e se discute tão pouco sobre seus aspectos (afinal, as novelas mexicanas estão muito ligadas ao cinema melodramático que estourou na década de 1940).

Helena RojoEstava revendo um vídeo (dos inúmeros disponíveis no YouTube) de uma novela com a Helena Rojo chamada “Las Secretas Intenciones” e eu tinha me esquecido do show de interpretação que a Helena dá, principalmente nos últimos capítulos. Pensando nisso, fiz uma pequena listinha com as minhas novelas preferidas dos quais a Helena Rojo participou e vou colocá-las aqui, espero que vocês gostem.

*Antes, uma rápida biografia: María Elena Enríquez Ruiz nasceu em 18 de agosto de 1944 na Cidade do México. Na década de 60 começou a trabalhar como modelo e já em 1968 fez seu primeiro filme: “El Club de los Suicidas”. Trabalhou intensamente com cinema (dividiu a telona, por exemplo, com Peter O’Toole em “Foxtrot” e com Klaus Kinsky em “Aguirre a ira dos deuses”). Migrou-se para o mudo das novelas pela primeira vez em 1974, onde interpretou Isaura em “Un Extraño En Su Pueblo”. Daí não parou de dar a vida a grandes personagens (como Lucianal Duval, Augusta Curiel e Ramona Gonzaga) mostrando um grande jogo de cintura e um estilo eclético, não só na televisão como também no teatro. Hoje, aos setenta anos, Helena é considerada uma “Primera actriz”, possui seis prêmios TVy Novelas e está casada com Benjamín Fernández. Do seu casamento anterior (com Juan Ferrara) teve três filhos: Leo, Elena e Patricia – prometo melhorar essa biografia!

O Privilégio de Amar (1998)

Na primeira fase da trama, Luciana é uma garota pobre que trabalha como empregada na casa Ana Joaquina, uma mulher rigidamente católica e muito cruel. Luciana se envolve com João da Cruz, um seminarista (filho de Ana Joaquina) e acaba engravidando dele. João vai embora da cidade com o intuito de tornar-se padre sem saber que será pai. Sozinha e completamente desesperada, Luciana abandona sua filha em um lar adotivo comandado por freiras e também se muda da cidade. O tempo passa e Luciana se torna uma famosa e importante estilista. Casada e com dois filhos, Luciana Duval nunca esqueceu a filha que abandonou e vive atormentada tentando encontra-la. Enquanto isso, a órfã Cristina nutre o sonho de ser modelo e consegue um trabalho na Companhia Duval, sem saber que sua chefe é também a sua mãe. [ Criada por Delia Fiallo, a novela foi ao ar em 1998 substituindo “A Ursupadora”. Produzida por Carla Estrada e dirigida por Miguel Córcega. Dividiu-se em 155 capítulos ].

O privilégio de amarQuando revi a novela há pouco tempo atrás as cenas e os diálogos me pareceram datados. É claro, que agora, com uma perspectiva diferente, algumas coisas deixam de fazer sentido e simplesmente, perdem a sua magia. Na cena que eu assisti, a Cristina (Adela Noriega) pedia perdão a Deus por ter perdido a virgindade e o padre (Cesar Evora) lhe passava uma penitência e a repreendia fortemente pelo acontecido. Cristina chorava, desolada e culpada por ter se entregado “ao grande amor da sua vida, antes do casamento”. (É claro que naquela época todo o sentimentalismo que encharcava os diálogos faziam sentido, era uma sociedade diferente, de um país – que como sabemos – é muito conversador e católico. Mas hoje, a história parece um pouco pedante).

Apesar de tudo, ainda acredito que essa foi a melhor novela feita por Helena Rojo (e também a novela responsável por torna-la tão popular no Brasil). Seu personagem, Luciana Duval tinha uma característica sensacional que o diferia dos outros: Luciana não era um personagem maniqueísta, conseguíamos ter ódio e amá-la ao mesmo tempo e até certo momento da trama, não sabíamos se ela era má ou boa. O que eu consigo me lembrar dos velhos tempos, em que eu chegava da escola, nem tirava o uniforme e ia correndo pra sala é que eu tinha uma sentimento meio sádico em relação aos personagens – eu adorava quando eles se batiam, quando a Luciana se machucava e meio que sofria junto, vai entender? Eu também adorava imaginar a possibilidade de ver a Luciana e o Padre João da Cruz juntos, mesmo sabendo que ele tinha se entregado integralmente a Deus.blog-privi-02blog-privi-01Outro aspecto importante é que a trama trazia um elenco fortíssimo. Marga Lopez incrivelmente detestável (assim, como a Diana Bracho na primeira parte), Enrique Rocha (um amigo da onça), Maria Sorté, Nuria Bages, Andres Garcia – quero dizer, tinha muita gente foda e o melhor era que os plots secundários foram muito bem desenvolvidos e apesar do número enorme de personagens, cada um deve seu espaço respeitado. Só pra constar, essa novela tem um dos finais mais lindos que existem, amo a música e amo quando os atores descem a escada da mansão de mãos dadas e cumprimentam o público, como se fosse uma peça teatral.

Gente Bien (1997)

Gente BienGente Bien foi uma novela fantástica, repleta de erotismo, amor e traição, uma pena nunca que sido exibida no Brasil. Na história, Helena Rojo e César Evora apareciam mais uma vez como casal, mas não muito felizes. Os dois faziam parte da trama secundária, Helena interpretava Rebecca Balmori, uma mulher rica mas muito enferma – tinha problemas no coração. Seu marido, Jaime Dumas era um canalha mentiroso, ele tinha se apaixonado por Maria (a protagonista) e fazia de tudo para separá-la de Gerardo.

O interessante é que Rebecca sempre aparecia observando um aquário e só depois me dei conta do seu significado. Aos poucos Rebecca foi desconfiando de Jaime e tentou se separar dele (os dois tinham um filhinho muito fofo). Nos capítulos finais Rebecca sofre com uma crise na frente do esposo e ele se nega a lhe dar o remédio que salvaria sua vida. Rebecca morre, caindo sobre o aquário. (Aliás, a cena é fantástica, o personagem cai em câmera lenta enquanto cacos de vidro e agua despencam sobre seu corpo … a Lucy Orozco é muito foda mesmo). Jaime rapidamente se arrepende de não ter salvado Rebecca e reconhece que, na verdade, sempre a amou… mas aí já era tarde e ele então passa a ser atormentado pelo “fantasma” de Rebecca (falando assim parece trash, mas não é, foi muito bacana).

Retrato de Família (1995)

Retrato de FamíliaRetrato de Família foi uma novela pequena, com apenas 90 episódios. Lançada em 1995 e produzida por Lucy Orozco, a trama contava a história da família Mariscal Preciado, totalmente destroçada pela enorme rivalidade entre duas irmãs: Inere (Diana Bracho) e Cecília (Rojo). Cecília, na verdade, era uma mulher boa que se viu envolvida em uma teia de vinganças criadas por sua endiabrada irmã. Pra agravar a história, Cecília tinha uma filha (Elvira) que a odiava e a acusava de ter matado seu ex-marido, Augusto.  Como se não fosse possível piorar, Cecília se apaixona pelo último cara da terra que deveria: Esteban, namorado de Elvira.

A abertura dessa novela [que você pode conferir aí abaixo] é uma das mais legais que eu já vi, não sei se pela música ou apenas pelas pistas que deixavam sobre a trama.. Aliás, a trilha sonora era extremamente marcante, muito mesmo – me lembro de uma música até hoje. Em suma, quando se vê Diana Bracho e Helena Rojo juntas, não se pode esperar nada menos do que um show de interpretação e isso de fato se deu. Yolanda Andrade também estava muito boa, sua personagem era incrivelmente irritante e petulante, mas para o gosto da nação, teve o final que merecia: morreu.

Ao longo da história descobrimos que Irene sempre foi apaixonada por Augusto, daí nasceu a rivalidade em relação a irmã que ficou ainda mais violenta depois do seguinte fato: Irene era, na verdade, a mãe de Elvira e foi forçada pelos pais a deixá-la aos cuidados de Cecília, que não podia ter filhos, mas era casada e tinha uma situação financeira melhor. Aliás, quem era o pai de Elvira? Isso mesmo, Augusto! Finalmente Cecília consegue se casar com Estéban e ter um final feliz, enquanto Irene termina seus dias remoendo a morte da filha.

Las secretas intenciones (1993)

Helena RojoHelena RojoNão é uma das melhores novelas da Rojo, mas ela está incrivelmente linda e louca, por isso a menção. Mais uma vez, Helena Rojo integra uma novela produzida por Lucy Orozco, aqui como uma vilã chamada Antonieta Alcántara. A novela era bem romântica, mas trazia uma discussão bacana sobre loucura e sanidade. Transmitida em 1993 e com apenas 80 capítulos, a trama contava a historia de amor de Larissa Cardenal e Miguel Curiel.

Larissa era filha de Clara, uma mulher muito rica e maldosa que deixava seu desdém pela filha muito claro. Um dia Larissa tem um crise de nervos e é internada em uma clínica psiquiátrica. Miguel também foi internado na mesma clínica pois não conseguia ir bem na escola, nem se relacionar com os outros alunos. Na clínica, Larissa e Miguel se conhecem e se apaixonam.

Pois bem, onde entra a Helena? Antonieta era filha de uma enfermeira e vivia junto a mãe no hospital psiquiátrico. Lá ela conhece Carlos (pai de Larissa) e se apaixona perdidamente por ele. Os dois acabam tendo uma pequena relação, mas Carlos decide voltar para a família o que deixa Antonieta enfurecida e louca por vingança (alguém lembrou de Glenn Close aí? É, tipo isso). Daí Antonieta perseguia a família de Carlos e cometia horrores desmedidos, contra tudo e contra todos. A personagem teve um final FANSTÁSTICO: Vestida de noiva, ela tenta matar Carlos, mas não consegue. Abandonada e totalmente doida, se une a um bando de mendigos… sua fala final é: “Me voy a quedar sola”.

Ramona (2000)

Helena RojoGosto muitíssimo dessa novela por dois detalhes que podem parecer bobos, mas que fazem toda a diferença. Ramona foi uma novela de época, produzida por Lucy Orozco e Rosa Maria Martinez. A trama contava a história da família Moreno Gonzaga que participou das batalhas entre colonos (mexicanos) e imigrantes (americanos) durante o ano de 1847.

Guerra, morte e paixões proibidas foram cenário para essa pequena novela, de apenas 69 episódios. O primeiro detalhe que me agrada é que a novela trazia uma protagonista (interpretada por Kate del Castillo) forte e corajosa, que apesar dos clichês, resistia às obviedades das histórias românticas. O segundo é que a produção tinha um cuidado histórico e documental primoroso, tornando-se um registro romantizado da história do país.

Na trama Helena Rojo interpretava Ramona, mãe da protagonista que também se chamava Ramona. A “Donã Ramona” era uma mulher ultra conversadora que não admitia as aventuras amorosas da filha e fazia de tudo para que ela aceitasse um casamento arranjado. A carga dramática da personagem era muito forte. Ramona além de ser preconceituosa e violenta, carregava consigo um segredo que a atormentava há muitos anos, ela teve um caso extraconjugal e engravidou. A novela também é um retrato perfeito do papel secundário que as mulheres ocuparam ao longo da história, das proibições e dos preconceitos que sofriam.